Isso não é sobre a minha vida, definitivamente.
Ao chamar uma paciente no consultório esses dias, ela levantou e seu marido, também meu paciente e que seria atendido logo após ela, permaneceu sentado, sem fazer menção de levantar-se. A Bete, minha secretária, perguntou se ele não queria estar junto na consulta, mas ele disse que não havia necessidade.
Fiz o atendimento e, na transição entre ela e o marido, perguntei se não queria acompanhar a consulta, e ela também disse que não. Enquanto ela saía, e ele entrava, não resisti e perguntei, talvez imprudentemente:
- Vocês não estão brigados, certo?
Não estavam, para minha sorte, pois poderia ter criado um momento constrangedor. Ele entrou na sala de atendimento dizendo que ‘depois de trinta e cinco anos juntos, não vale à pena brigar’. Concordei com ele, que acrescentou, é muita incomodação. É mesmo, concordei mais uma vez. E seguimos a consulta, mas depois fiquei pensando, pois essa é uma teoria antiga minha.
Reforço aqui, é uma teoria, mas penso que a relação tem que estar MUITO ruim para que as pessoas terminem uma para começar outra. Para que passem por tudo de novo, que saiam por aí, na noite, por exemplo, em busca de novos relacionamentos, conhecer novas pessoas que vão ter um passado e suas próprias idiossincrasias, assim como todos têm (temos). Após o início que é sempre bom, novo, a tendência é as pessoas caírem nas mesmas situações da relação prévia, que abandonaram, até porque ainda são as mesmas, e voltarem ao antigo padrão.
Não estou dizendo que o certo é permanecer em uma relação que não deu certo, que é ruim. Claro que não. Mas há de se ter paciência e flexibilidade na vida, principalmente quando se fala em relacionamentos. Os momentos que não são tão bons sempre deverão ser superados em frequência e intensidade pelos bons momentos. Essa é a matemática da coisa. Sem falar das fotos.
A probabilidade de um casal se separar é inversamente proporcional ao número de fotos que eles têm juntos, principalmente fotos de viagem. Ou deveria ser. Imagina o problema que é, depois de ter se separado, não poder mais rever fotos de viagem antigas, porque nelas estará o passado que queres esquecer.
Fica a dica.
Até.
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