quinta-feira, outubro 07, 2004

Livros

Quando, há algumas semanas, comentei sobre o livro "Angels & Demons" do escritor americano Dan Brown, entre os comentários que recebi estava o da querida amiga Aline Swarowski, que dizia que tinha lido críticas sobre o livro "Código Da Vinci" e que estavam afirmando que o autor era o "Paulo Coelho americano". Pensei sobre o assunto. E fui ler o Código Da Vinci.

Assim como na primeira aventura do professor Robert Langdon, Código Da Vinci transita por uma linha que certamente traria críticas generalizadas: religião. Sabemos que uma das verdades mais certas da vida é que não se deve discutir política, futebol e religião, porque invariavelmente vai gerar debates acalorados e - algumas vezes - sérias brigas.

Como no primeiro livro, Código da Vinci também gira em torno de história e religião, mais especificamente a religião católica e seus dogmas. A ação gira em torno de histórias que todos conhecemos, mitos, lendas.

Mas é um livro de ação (me pergunto quando é que vão virar filme), e bem escrito. Segue a mesma fórmula de Angels & Demons, situando a ação basicamente numa cidade européia e - especificamente - em locais conhecidos, fatos policiais, conspirações, sociedades secretas, reviravoltas. Enfim, tudo o que se espera de um livro (ou um filme) de ação.

Não entendo a comparação com o Paulo Coelho, exceto pela questão de marketing que, convenhamos, até eu queria para divulgar meus escritos. Em nenhum momento ele lança mensagens, dá lições de moral, toma partido de algo ou alguém. Ele não faz referência a si mesmo em nenhum momento.

O que ele faz, sim, é contar uma história coerente, bem fundamentada em fatos históricos (se bem que a crítica diz que ele se confundiu em datas) que soam plausíveis ao menos à primeira vista. Não fui para nenhum livro de história para conferir as suas afirmações. Sem dúvida, é um ótimo passatempo.

No fim, ele é um bom contador de histórias.

Que mais nós, escritores, podemos querer, além de conseguir contar boas histórias?

Ser lidos, eu acho.

2 comentários:

Allan Robert P. J. disse...

Marcelo,
Não li o Código Da Vinci. Tenho uma certa resistência (na maioria das vezes, infundada) contra livros e filmes que estouram bilheterias. Do Paulo Coelho, só o Caminho de Santiago (o primeiro!) que não me impressionou e do qual eu não lembro detalhes. Mas negar o sucesso de ambos seria infantil. Questiono se esses não seriam os verdadeiros escritores, no sentido mais profissional, pois sabem o que os próprios leitores querem e o fazem. Satisfazer o cliente é a coisa mais importante para um profissional. Sob esse ponto de vista, Paulo Coelho é um escelente profissional. E, com o tempo, foi aprendendo os segredos da profissão. Não é assim em qualquer área? Mesmo assim, ainda não entendi porque jamais comprei outro livro dele.
Ciao

Comedida disse...

Exatamente! Os críticos os comparam pelo marketing envolvido, pela alta pesquisa até nas escolhas das capas e pelos erros cronológicos do escritor do Código da Vinci. Eu não li Código da Vinci. Paulo Coelho já e gostei de alguns livros deste. Propaganda É A ALMA DE QUALQUER NEGÓCIO E FELIZ DAQUELE QUE DISPÕEM DELA. Na Medicina somos criticados se fazemos propaganda do nosso trabalho.
Fique tranquilo. O Código da Vinci VAI VIRAR FILME SIM!!! Alguem já teva a tua idéia também!!! Eu digo que você tem boas, ótimas idéias!!! Não lembro agora dos detalhes, mas já está tudo organizado!!!
Bjos, Aline