Quando, há algumas semanas, comentei sobre o livro "Angels & Demons" do escritor americano Dan Brown, entre os comentários que recebi estava o da querida amiga Aline Swarowski, que dizia que tinha lido críticas sobre o livro "Código Da Vinci" e que estavam afirmando que o autor era o "Paulo Coelho americano". Pensei sobre o assunto. E fui ler o Código Da Vinci.
Assim como na primeira aventura do professor Robert Langdon, Código Da Vinci transita por uma linha que certamente traria críticas generalizadas: religião. Sabemos que uma das verdades mais certas da vida é que não se deve discutir política, futebol e religião, porque invariavelmente vai gerar debates acalorados e - algumas vezes - sérias brigas.
Como no primeiro livro, Código da Vinci também gira em torno de história e religião, mais especificamente a religião católica e seus dogmas. A ação gira em torno de histórias que todos conhecemos, mitos, lendas.
Mas é um livro de ação (me pergunto quando é que vão virar filme), e bem escrito. Segue a mesma fórmula de Angels & Demons, situando a ação basicamente numa cidade européia e - especificamente - em locais conhecidos, fatos policiais, conspirações, sociedades secretas, reviravoltas. Enfim, tudo o que se espera de um livro (ou um filme) de ação.
Não entendo a comparação com o Paulo Coelho, exceto pela questão de marketing que, convenhamos, até eu queria para divulgar meus escritos. Em nenhum momento ele lança mensagens, dá lições de moral, toma partido de algo ou alguém. Ele não faz referência a si mesmo em nenhum momento.
O que ele faz, sim, é contar uma história coerente, bem fundamentada em fatos históricos (se bem que a crítica diz que ele se confundiu em datas) que soam plausíveis ao menos à primeira vista. Não fui para nenhum livro de história para conferir as suas afirmações. Sem dúvida, é um ótimo passatempo.
No fim, ele é um bom contador de histórias.
Que mais nós, escritores, podemos querer, além de conseguir contar boas histórias?
Ser lidos, eu acho.