“There's so many different worlds
So many different suns
And we have just one world
But we live in different ones”
O LP ‘Brother in Arms’, da banda inglesa Dire Straits, liderada pelo ótimo guitarrista Mark Knopfler, foi lançado em maio de 1985. A última música do lado B do vinil (a última do CD) é a que dá nome ao disco e, além do trecho acima, do qual vou falar um pouco mais adiante, termina dizendo que somo tolos por fazer a guerra. Verdade indesmentível.
Quanto a termos um único mundo e mesmo assim vivermos em mundos diferentes, é impressionante como isso é correto. Compartilhamos nossa estada no planeta, mas vivemos em mundos totalmente diferentes. Enxergamos a realidade de maneira totalmente pessoal. Por isso que começo a admitir (estou aprendendo) que não há uma única verdade, definitiva e absoluta. O mesmo fato pode ser vivenciado de maneiras completamente antagônicas por duas pessoas. E ambas estarem certas.
Tenho pensado nisso ao acompanhar uma discussão na comunidade ‘Brasileiros em Toronto’ no Orkut. Se você não sabe, o Orkut é um ser viço de redes sociais criado por um funcionário do Google. Como funciona? Você entra por convite, se cadastra, coloca fotos suas, descreve quem você é (seu perfil) e pode, a partir daí, entrar em comunidades, encontrar velhos conhecidos, enfim, montar um rede de contatos virtual. Que pode se tornar real ou não.
Existem milhares de comunidades , e o Brasil é um dos países com mais cadastrados, atrás dos Estados Unidos (se já não ultrapassou). As comunidades são as mais variadas possíveis, desde estudantes de determinado colégio que estudaram em tal ano até pessoas que odeiam acordar cedo.
Por ser livre, qualquer um pode criar uma comunidade. E a maldade (ou falta do que fazer) humana se manifesta. Boa parcela das comunidades são “Eu odeio…” alguma coisa. E dentro das comunidades, algumas pessoas – como em qualquer outra forma de realcionamento humano – também acabam manifestando seu outro lado. Preconceito, intolerância, tudo pode aparecer numa comunidade do Orkut.
Mas eu falava da comunidade ‘Brasileiros em Toronto’. Pois bem, há um mês surgiu um tópico de discussão intitulado “imagem diferente!”, em que um cara dizia que estava há três semanas no Canadá e não estava gostando, tinha uma idéia diferente daqui. Surgiram uns poucos que concordaram com a idéia de que o canadá “não é nada daquilo que eles pensavam” e criou-se uma enorme polêmica. E mais uma prova de que pessoas vivendo a mesma experiência podem ter percepções totalmente diversas sobre ela. E, claro, a partir do tópico inicial há um desvio no foco da discussão e interpretações erradas daquilo que o outro escreveu… e por aí vai.
Partiram das impressões de alguns adolescentes que vieram para cá fazer intercâmbio e que – reação perfeitamente natural – estavam passando por dificuldades de adaptação (ou não estavam dando tempo para ela acontecesse) que todos passamos na começo, e mudaram o enfoque para quem imigra para cá legalmente, quem fica aqui ilegalmente trabalhando na construção ou de faxineiro para tentar juntar dinheiro e voltar ao Brasil, e passando por alguns que decepcionados com o país e querendo voltar ao paraíso que é o Brasil. E cada um discutindo consigo mesmo, no final das contas, tentando impor a sua verdade.
Por que cada um vive no seu próprio Canadá, Brasil, ou qualquer outro país. Cada experiência é única, o que cada um de nós vive é único. Já me perguntaram sobre vir ou não para o Canadá. Não posso dizer nem que sim nem que não, porque a minha expiriência, as circunstâncias que me trouxeram para cá, onde e o modo que vivo aqui são válidos apenas para mim.
Eu vim. E gosto daqui. É tudo que posso dizer.
5 comentários:
Concordo com vc Marcelo! Cada experiência é única... e posso garantir que jamais vivi algo semelhante.
Não sei se todos agüentariam o tranco no meu lugar mas, estou sobrevivendo às surpresas da vida!
Casar, sair do Brasil e vir para o Canadá eram planos distantes. Chegar aqui e descobrir que todos os anos que dediquei estudando Direito não serviriam pra muita coisa então... nemmm passavam pela minha cabeça.
Entre uma infinidade de outras coisas que não vem ao caso!
Fazer o que, se estamos na chuva é pra se molhar... rs
Beijos
Gostei desse post, Marcelo. Realmente, cada experiencia e' unica.
E tudo depende unica e exclusivamente de vc! :)
Bjs,
Ana
Aí Marcelo, blog com 8000 acessos, parabéns. !!
Vitor.
Putzgrila, 0 grau aí em Toronto!!
Eu vi essa discussao...
Cada experiencia é unica e o modo com o qual se encara essa experiencia depende de cada um.
Eu só posso dizer que adoro Toronto. E q se nao gostasse daqui, já teria ido pra outro lugar faz tempo!
Beijos!
Oi Marcelo,
Em breve, vou contar minha experiência e sinceramente, espero que seja positiva. Aliás, vamos nos conhecer pessoalmente no encontro que o Gean está promovendo, certo?
Abçs, Laila.
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