É incrível nossa capacidade de adaptação.
Foi ela a responsável por termos chegado até aqui – mesmo tendo que levar em conta o fator Chuck Norris – nesses milhões de anos de evolução desde o início, desde a sopa primordial onde surgiram as primeiras moléculas que ali, logo depois, se diferenciariam mais e mais até resultarem na – como diria o Luís Fernando Veríssimo – Patrícia Pillar (se bem que eu acho o ápice da evolução humana na Terra foi o Rolo Compressor, lendário time do Inter dos anos 40, e que após isso só temos caminhado para a aniquiliação que – posso garantir – inevitavelmente deverá ocorrer no próximo milhão de anos, e você, o que faz isso aí em frente ao computador, sabendo que tudo, até a Angelina Jolie, não tem mais do que um mísero milhão de anos antes do fim?). Isso que não falo do aquecimento global nem do aumento da obesidade das mulheres gregas.
Mas tergiverso.
Falava eu, antes de ser tomado por previsões apocalípticas, da capacidade de adaptação humana. Pois é, vinha eu no bonde hoje no final da manhã pensando nisso.
Desde que me formei em medicina, no já longínquo ano de 1994, trabalhar aos finais de semana tem sido uma constante. Não todos, claro, mas certamente na sua maioria. Isso até dois anos atrás. A partir de março de 2004, consegui ajeitar minha escala de plantões e livrei os finais de semana dos plantões. Claro que eventualmente teria que ir ao hospital ver paciente, mas não era ter que ficar de plantão.
Depois vim para o Canadá, e aí mesmo que não precisei mais ir ao hospital nos finais de semana. Até hoje, quando havia um paciente que precisava ser visto, e fui ao hospital sábado de manhã. Fui, bem na boa.
Hospital no sábado de manhã (desde que não estejas de plantão em emergência ou UTI) é outro mundo: silêncio, paz, tranquilidade.
Nem lembrava mais como era. Aliás, parecia que nunca eu tinha trabalhado em finais de semana.
Até.
Um comentário:
Por anos trabalhei nos finais de semana. Hoje, me recuso. Não há dinheiro nesse mundo que me faça trabalhar sábado ou domingo. Mas se a oferta for boa prometo pensar no caso.
Postar um comentário