Uma confissão.
Por mais que pareçam, os textos aqui publicados não são confessionais, ou seja, a minha vida não é um livro aberto, assim, à disposição, de quem quiser ler. Podemos até considerá-la um livro, que até está aberto, mas não permito acesso a várias das páginas.
Hoje não.
Hoje me sinto na obrigação de ser completamente sincero com todos os leitores, talvez na única vez desde que preparo essa sopa semanal, porque está difícil de suportar sozinho a minha dor, e – mesmo que metaforicamente – sinto necessidade de gritá-la ao mundo, como se em um deseperado pedido de socorro.
Estou sozinho.
Desde dezembro, que trilho meus caminhos pelo mundo sem a minha companheira de vários (muitos) anos, que me abandonou. É a dura realidade. Fui abandonado e, sozinho, tento me reconstruir mais uma vez. Sim, reconstruir, porque a vida é um eterno processo de construção/reconstrução, inevitável processo que move o mundo e muda as pessoas. Mas tenho culpa, eu sei.
Primeiro porque vinha pensando que estava na hora de dar uma mexida na minha vida, e um dos pontos era deixá-la por uma mais nova (jovem, se quiserem) e mais fininha, mais ajeitadinha. Não que não tivéssemos uma relação boa, uma grande parceria. Mas vocês sabem como nós, homens, somos: sempre queremos uma mais novinha, mais jeitosinha. Além disso, da ânsia pelo novo, tinha também a vontade de variar, de experimentar novas possibilidades.
Só que ela intuiu que eu estava com essas dúvidas sobre nosso relacionamento, e não quis – orgulhosa – esperar que eu decidisse trocá-la: me abandonou. Mas não foi simples, discretamente. Foi com espetáculo, com drama, para marcar bem a situação e quem sabe me traumatizar: ela se matou.
Triste, arrependido, decidi que devia seguir com a vida, mas antes precisava fazer luto, purgar os meus pecados antes de iniciar uma nova relação (ou ao menos voltar à ativa, circular em meio às muitas opções que andam à minha volta). E era isso que vinha fazendo, de certa forma até bem, com o respeito devido a quem já se foi, em silêncio – muitas vezes – lembrando de nossos bons momentos juntos.
Até que fui para a Califórnia.
San Diego, oceano Pacífico, pôr-do-sol no mar, temperatura agradável. Não agüentei. Como sinto sua falta. Sofri muito durante os dias em que estive lá, lembrando as vezes em que viajamos juntos pelo mundo afora. Não foi fácil, admito, mas acho que em breve vou poder iniciar uma nova vida com outra. Ainda não, mas em breve.
Que saudades da minha câmera digital!
5 comentários:
Fica triste não, isso passa.
Estou ensaiando há tempos para comprar uma câmera digital, mas sempre tem outra prioridade (filhas adolescentes, esposa, aluguel, essas coisas). Por enquanto vou usando minha filmadora Sharp e que custou uma fortuna à época, uns quatro anos atrás.
Um dia eu compro.
puts... e eu aqui achando alguma coisa... mas tem que chorar mesmo, pois maquina fotografica eh aquela companheira de todas as horas... a minha pelo menos fica na minha bolsa e se vai em lugares que o Kiko nem sonha em ir comigo, banheiro publico feminino por exemplo :0).
bjs
A principio achei que a coisa era séria, depois pensei que seria seu ipod, mas errei ! Boa semana,
Camarada, quase torci seu pescoço virtual!
Acabei de chegar em seu blog, que nunca havia visto mais gordo, através do link de blogs canadenses no site da Denise (Síndrome de Estocolmo). Li a descrição, onde menciona a sua amada, Jacque, daí leio seu post mais recente sobre aquela tragédia toda... putz... fiquei com um nó na garganta... prá depois descobrir que a falecida era sua câmera!!! Arrrghhhh!!!! Seu...
:)
PÔ, é a minha primeira visita e já fui levando um susto desse!! hahahaha!
Caramba!
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