Ontem foi um dia tenso.
Logo de manhã cedo, fiquei sabendo que o meu supervisor, que viajaria para a Europa na quinta-feira, tinha mudado de planos e viajaria - para outro compromisso - na quarta-feira. Como segunda que vem é feriado de Ação de Graças no Canadá, teria quase uma semana de horários reduzidos no hospital. Sem pensar muito, decidi "Vou para Porto Alegre passar o aniversário da Jacque com ela".
Desencadeei uma operação de guerra em prol de conseguir uma passagem por preço acessível para embarcar ontem mesmo, hoje ou, na pior das hipóteses, na quarta-feira à noite. Incontáveis sites de viagem foram consultados, mas os valores eram altíssimos.
Ao mesmo tempo, em Porto Alegre, acontecia uma outra operação, para tentar me demover da idéia, afinal TODOS achavam que era um absurdo gastar uma quantia grande numa passagem para só ficar 6 dias em casa, e - além do mais - em cerca de dois meses devo ir a Porto Alegre para defender minha tese de doutorado, que corro contra o tempo para terminar. Em várias frentes, todos tentavam me dissuadir.
No meio da tarde de segunda, encontrei uma passagem por um valor não exorbitante (mas ainda mais caro que ir daqui a Londres, por exemplo). Estava decidido: eu ia para Porto Alegre. Saindo do hospital, fui até uma agência de viagens e reservei a passagem. Confesso que vacilei e não comprei. Deixei para comprar hoje, e embarcar amanhã. Ainda teria a noite para convencer TODA a minha família de que era razoável ir passar seis dias e voltar, para dali a um mês e meio viajar de novo à capital dos gaúchos.
Foi uma noite de teleconferências. Conversei longamente com a Jacque e com a minha Mãe. Com o pai, havia falado à tarde e ele, depois de dizer que se eu não estava segurando a barra eu devia voltar, disse que essa era uma decisão minha de foro intímo. Argumentei que estava tudo bem, que eu apenas queria ir visitar a minha esposa no seu aniversário, coisa e tal.
Mas eu estava mentindo.
Eu não estava segurando a onda, tenho que confessar. Eu queria ir porque eu estava desesperado, precisando muito ir para o Brasil, para o Rio Grande do Sul, para Porto Alegre. E não podia esperar muito.
Eu precisava cortar o cabelo.
(continua)
6 comentários:
Tu tá falando sério??? Are you mad???
Eu tentei dizer no domingo que se dependesse de mim esse cntador também ia girar muito e que eu estarei sempre por aqui, seja lá de onde tu estiveres atualizando este blog. Mas a net saiu do ar. Mas como tu és tão convincente escrevendo, já não sei mais o que é ficção ou realidade. Se vieres serás bem-vindo certamente. Se ficares serão mais dois meses de saudades da Jacque...Qualquer escolha será apoiada na verdade, por todos! Só não perde o show so R.E.M.!!!!:0P
Bjo e te comporta! Aline
Fala Marcelo.
Eu acho que sempre é válido um sacrificio para visitar a familia (e principalmente a esposa). Mas enfim, vc vai ou não??? Se pudessemos, nós também iríamos passar o Natal e Ano Novo com a familia mas tem outras coisas além da passagem que nos impede. Abraço e boa sorte.
Mauricio V. Almeida - http://canadiando.zip.net.
Eu sei bem como é isso. Fiquei um mês longe e bateu o maior desespero. O que importa é estar, e ser feliz. Tem mais é que vir, irmão!!
Vitor.
E então? Foi ou não foi??
Quer matar a gente de curiosidade?
Bjo!
Luly :)
Tu es maluco mesmo, aguenta firme, os primeiros 60 dias sao os piores. Mas, realmente ficou todo mundo em duvida, vens ou nao? Um abraço, Fernando Miranda.
Oi Marcelo,
Dou a maior força! Visitar a família faz um bem danado e vai te dar uma garra maior para ficar o restante do tempo que precisa aí.
Tenho uma prima que morava nos EUA e fazia as maiores loucuras, às vezes vinha apenas para uma grande festa da família e sempre arrumava um trabalho para passar pelo menos 1 semana no Brasil. Gastava uma graninha, mas voltava feliz da vida e renovada para a próxima!
Aproveite estas chances, não é sempre que rola um Tks Giving por aí...
Abçs, Laila.
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