Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
segunda-feira, novembro 08, 2004
Cinema
Sexta-feira fui ao cinema pela primeira vez desde que vim para Toronto.
Não tinha ido até agora porque estava me dedicando a terminar minha tese e a outras leituras, além de curtir um silêncio a que não estava habituado. Eu falo muito, vejo televisão com volume alto, e gosto de escutar música e saber que os vizinhos estão escutando a mesma música…
Bom, tinha me proposto só começar a viajar por aqui, ir a cinema e shows, quando estivesse pronta a minha tese. Cumpri. Está (praticamente, faltam mínimos detalhes) pronta, a defesa está marcada, estou com a passagem comprada para ir à Porto Alegre. Já posso relaxar e curtir um pouco viver no Canadá.
As viagens vão ficar para o ano que vem (nem daria tempo agora). Vou no show de lançamento do novo CD do R.E.M, Around the sun, na quarta-feira dia 10. E sexta-feira passada fui no cinema. O filme? The Incredibles.
Os Incríveis, mais novo e último filme de animação da parceira Disney/Pixar, a mesma que fez os estrondosos sucessos Toy Story, Monstos S.A., Vida de Inseto e Procurando Nemo. Com um currículo desses, já dá para imaginar a qualidade do filme… O fato é que decidi ir ver o filme, e só depois fui saber que foi na sexta-feira mesmo, 05/11, sua estréia nos cinemas.
E fui um dos primeiros a ver, afinal tive a tarde de folga naquele dia e fui na sessão das 13h50, a segunda sessão do dia. O cinema, um multiplex chamado Paramount.Muito bom e confortável. Como manda a etiqueta, pipoca e refrigerante. Pedi os menores e, mesmo assim, recebi um caminhão de pipoca (pelo menos eu tinha comido só um sanduíche no almoço) e 500ml de refrigerante. Diet. Entre os trailers, vale registrar o do Episódio III de Star Wars, estréia 19/05/2005, que me deu vontade de assitir ao I e II, e à animação da Dreamworks (que fez Shrek e Shark Tale) ‘Madagascar’, que estréia ano que vem e é sobre alguns animais do zoológico de Nova York que vão parar na África. Além de um grupo de pingüins psicopatas que querem sequestrar um navio para voltar para a Antártida… Vai ser muito legal.
Finalmente, sobre The Incredibles. Muito engraçado mesmo, ri quase o tempo todo. Sabe como é, desenhos feitos para o cinema são para adultos também (e quase principalmente) e esse não foge à regra. Mas não é feito só de momentos engraçados, e funciona muito bem como drama familiar. Segundo um crítico de cinema daqui, o filme mostra “os mais consistentes e realistas personagens já apresentados num filme de animacão”.
Logo no começo do filme, ficamos sabendo que os super-heróis – incluindo o Mr Incrível e sua noiva-quase-esposa Mulher Elástico (“Elastigirl”) – sendo processados por danos à propriedade alheia e às pessoas que salvaram. São, então, colocados num programa de proteção aos super-heróis, e ganham vidas anônimas e comuns. O filme tem, então, um salto no tempo e mostra o casal de super-heróis, com filhos, levando sua vida suburbana e sua crise de meia-idade. E por aí vai, tendo muita ação também até o seu final.
Transitando entre um filme de super-heróis e uma história de relações de família, com todos os seus ingredientes (filha tímida, filho rebelde, briga de irmãos, etc) o filme jamais “perde o rumo”, provando – uma vez mais – que os filmes de animação estão entre o que de melhor se produz atualmente em cinema.
