A Viagem (7).
Volterra.
A primeira vez que ouvi falar nessa pequena cidade da Toscana foi ainda na preparação para a viagem de 2014, aquela em que meu sogro levou a família (esposa, filhas, netos e o genro, este que vos escreve) para a Itália. Acha que foi a Karina quem falou de Volterra, que seria a cidade dos Volturi, vampiros da série de livros (e filmes) Crepúsculo. Apesar de citarem Volterra, um dos filmes foi realizado em locações em Montepulciano, nosso próximo destino, informação sem nenhuma relevância para esse relato...
Dizia eu, então que apenas havia ouvido falar em Volterra em 2014, e não havia me interessado. Dessa vez, enquanto procurava estadias na região, Toscana, em San Gimignano ou não muito longe dali, foi justamente quando descobri uma estadia que nos pareceu interessante: um mosteiro, em Volterra.
Já chego lá.
A distância entre San Gimignano é pequena, como havia sido as outras distâncias do dia. Um trajeto de pouco mais de trinta quilômetros (uns quarenta minutos) que alongamos um pouquinho indo pelas SP36 e SS68, passando por Colle di Val D’Elsa e Castel San Gimignano no caminho. Rota tranquilo por belos caminhos da Toscana. A indicação para o mosteiro nos fazia, ainda antes de subir em direção à parte murada da cidade, vindos pela SS68 (ali já com o nome de Borgo S. Lazzero), entrar à direita na Viale del Teatro e seguir reto até o Chiostro delle Monache, o tão falado mosteiro.
Que é um hostel, na verdade.
Sem problema, evidentemente. Havia reservado um quarto família, e todos ficaríamos juntos. Chegando lá, era um grande quarto com uma cama de casal e dois beliches. Deixei o carro no estacionamento privativo, nossas coisas no quarto (bolsas por todo lado...), a Roberta (uma constante em toda a viagem) trabalhou um pouco (e trabalharia mais antes de dormir) e fomos dar uma volta na cidade. A orientação era de que dali até o centro histórico (dentro do muro) era pouca distância, walking distance. Seguimos caminhando, mas seria mais conveniente ter ido de carro...
O percurso do hostel até o centro é de cerca de 1,5km, mas em elevação, afinal a cidade fica em uma colina. Seguimos caminhando, já final de dia (um inconveniente de visitar três cidades no mesmo dia) por – mais uma vez – ruas desertas e frias. Entramos na cidade pela Porta a Selci, seguindo pela Via Antonio Gramsci até a Piazza XX Settembre,passando em frente a um fechado Museu da Tortura. Pouco depois das 18h, e tudo parecia já fechado, exceto algumas raras lojas, uma imobiliária e uma funerária (outro tipo de imobiliária, podemos dizer).
De lá, caminhamos com calma por entre as poucas lojas aberta e poucas pessoas circulando pelas ruas, até a Piazza dei Priori, o ponto central da cidade, considerada quase um exemplo perfeito de praça medieval italiana onde, desde antes do ano 1000dc já havia mercados e feiras. O passeio estava interessante, mas tínhamos que tomar uma decisão: jantar ali ou não. Como ainda era relativamente cedo para jantarmos, cogitamos entrar em um bar/restaurante, pedir algo e ficar por ali até jantar, mas não houve consenso e resolvemos voltar e jantar no Mosteiro.
Ainda antes de sairmos para nosso passeio por Volterra, havíamos sido questionados se gostaríamos de fazer reserva para o jantar lá mesmo. Como ainda não tínhamos ideia de como seria a evolução do dia, não o fizemos. Após a caminhada (agora em descida relativa) de volta ao Mosteiro, dissemos que gostaríamos de jantar ali. Perguntados se havíamos feito reserva, a resposta de que não a tínhamos foi rebatida com um “estamos lotados”. Como assim?!
Volterra, inverno, hostel, lotado??
Sim, aparentemente, o local era muito frequentado, e estava sem disponibilidade. Foi o momento em que tivemos que apelar para medidas extremas: cara de cachorro na canoa, olhos tristes. Resolvido. Colocaram uma mesa em frente à recepção, e jantamos ali. Estava bom. Eu comi ‘Tripas a la Volterrana’...
A noite no quarto comunitário/família foi boa, assim como o café da manhã sob um afresco da Santa Ceia, para ratificar nossa estadia “religiosa”. Todos pronto, malas no carro, fomos até um estacionamento público e então visitar Volterra numa manhã fria e ensolarada de inverno, com direito às meninas encontrarem uma loja de roupas e casacos e praticamente fecharem a loja de tanto que compraram de roupas / acessórios de preços bem razoáveis (e eu esperando do lado de fora...). Vista, fotos, e do novo ao carro.
Almoçaríamos em Montepulciano, nosso destino do dia.
Até.
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