domingo, abril 16, 2023

A Sopa (Perdidos Mães e Filhos 25)

A Viagem (13).

 

Apesar de já possuirmos experiência em viagens, inclusive em viagens pela Itália, viagens pela Itália em grupo, viagens pela Itália em grupo de carro e, mais, viagens pela Itália em grupo de carro grande, ainda assim todos estamos passíveis a cometer erros ao planejar viagens pela Itália em grupo de carro grande. Somos humanos, afinal de contas.

 

Eu errei.

 

Conto isso um pouco adiante, em breve.

 

Estávamos em Roma, onde passáramos um agradável final de semana de muitos passos e muitos quilômetros percorridos. Acordamos para o último café da manhã no apartamento, arrumamos nossas coisas e, conforme o combinado, fechamos o apartamento e fomos até o parking Via Giulia pegar o carro, que passara o final de semana ali.

 

Na porta de casa, Roma


Manobra meio chata para tirá-lo da vaga em uma segunda-feira pela manhã de carros entrando enquanto manobrava nosso “ônibus”, mas tudo certo. Saímos, já com o Waze nos orientando nosso destino do dia: Assis. Optamos por seguir pela SS 3, que passa por dentro de Rieti (onde a Jacque e eu dormíramos numa noite de dezembro de 2000) e por Spoleto (que havíamos visitado também em 2000). Almoçaríamos quando chegássemos em Assis.


Pausa para um café

 

Saímos por volta das 10h de Roma, paramos para um café em um Posto de Gasolina na estrada logo após passar por Rieti por volta do meio-dia, e chegamos em Assis após às 13h30. Com a indicação do Duomo Hotel, segui contornando a cidade murada até que o meu erro foi revelado a todos nós: contrariando todos meus os princípios de escolha de hotéis na Itália quando se está de carro, e de carro grande, eu havia reservado um hotel DENTRO do muro. Como se eu fosse um viajante de primeira viagem!


A Porta Perlici

 

Chegamos no ponto onde deveríamos entrar no muro, na Via Porta Perlici, em busca do estacionamento do hotel, porque certamente não seria pela passagem a minha frente que entraríamos. Acessei um estacionamento apenas para descobrir que era privado e tive que manobrar para sair. A Roberta desceu e foi descobrir onde ficava o hotel. Enquanto ela ia procurar, um senhor que estava sentado em frente a uma pousada me indicou que era aquele o caminho, no que respondi que o carro não passaria ali. Ele disse que passaria. Eu achei que não, mas – lembrando de experiências passadas – decidi tentar. 

 

A Via Porta Perlici (por onde tive que passar)


Manobrando com todo o cuidado do mundo (sou um motorista cuidadoso), consegui passar e chegar até o hotel, que fica nessa rua estreita. Descarregamos o carro, e a Jacque e eu fomos levar o carro até um estacionamento público FORA DO MURO, onde ficaria até o dia seguinte. Tudo certo para visitarmos Assis. Primeira providência: almoço.


Em frente ao hotel...

 

A Duomo a que se refere o nome do hotel não é – como poderia pensar algum desavisado – nem a Basílica de Santa Chiara e nem a de São Francisco, as mais “famosas” de Assis, mas sim Catedral de San Rufino, mais antiga do que as já citadas. Foi nessa igreja que foram batizados São Francisco e Santa Clara. Ficava a poucos metros de distância do hotel. E foi pela via de mesmo nome, San Rufino, que seguimos em busca de um restaurante para almoçar, afinal já eram mais de duas da tarde neste momento. Encontramos nessa mesma rua o Restaurante e Pizzaria La Lanterna, quase fechando o horário do almoço, e decidimos ficar. Pelo horário, estávamos apenas nós no restaurante e estavam servindo apenas pizzas. Por nós, tudo certo. Ótimas pizzas, por sinal.

 

Após o almoço realizado com um misto de calma (para uma melhor refeição) e agilidade, digamos assim, para sair para passear logo, seguimos até a Piazza del Comune, como o nome diz, a principal praça de Assis, onde estão restaurantes, algumas lojas, a Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Após Roma, pouco movimento de pessoas na rua. Visitamos a igreja e nos direcionamos para a Basílica de São Francisco, pouco menos de um quilômetro dali.

 

Chegando na Basílica de São Francisco

A Basílica de São Francisco, em Assis, é a igreja-mãe da Ordem Franciscana e Patrimônio da Humanidade desde o ano 2000. Fica a oeste da cidade e Assis, num lugar chamado Colina do Paraíso (chamava-se antigamente ‘colina do inferno’, pois era o lugar onde eram executados criminosos, antes da área ser doada para a construção da Basílica, a partir do ano de 1228). É composta por duas Basílicas, na verdade, a Superior e a Inferior. A Basílica Inferior, representaria a penitência, e é de onde se desce para a cripta onde está enterrado São Francisco, enquanto a Superior representaria a glória. Ambas foram bastante danificadas durante o terremoto de 1997. 

 

Basílica de San Francisco


A visita, entra as Basílica inferior e a superior, passa em uma loja de produtos religiosos, da qual fomos virtualmente “expulsos”, pois estava na hora de fechar, 16h. Ainda assim, as meninas conseguiram comprar algumas lembrancinhas.

 

O nosso passeio continuou, saindo da Basílica de São Francisco, até a igreja de Santa Maria Maggiore, onde está o corpo do Beato Carlo Acutis, do qual – confesso – nunca havia ouvido falar antes. De lá, mais um pouco e chegamos na Basílica de Santa Chiara.

 

Santa Clara foi a primeira mulher na história da Igreja que compôs uma regra escrita, submetida à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis fosse conservado em todas as comunidades femininas. Dois anos após a morte foi proclamada Santa Clara de Assis, pelo Papa Alexandre IV. A sua Basílica fica na extremidade oposta da de São Francisco, não muito longe da Puorta Nova, na Piazza Santa Chiara.

 

A praça, por sinal, de onde se tem uma bela vista da parte mais baixa da cidade e da região, a Úmbria, é um ótimo para se estar no final do dia, ao por do sol, pois as cores do poente proporcionam um espetáculo à parte. E fizemos questão de estar lá nesse momento, após visitar a Basílica. Mais um momento memorável.


Fim de dia...


Voltamos ao hotel, descanso, a acabamos o dia jantando no restaurante Nonna Nini, perto de onde estávamos. Estava boa, comemos toda comida pedida e a Roberta, além, comeu todo o parmesão ralado que tinha na mesa... o que dizer?

 

O dia seguinte seria de deixar Assis, visitar Cortona e terminar o dia em Firenze, num camping, o que motivava certo temor/curiosidade nas meninas. Eu estava tranquilo, afinal eu havia feito a reserva. Eu estava confiante, nada me derrubaria.

 

Exceto um banheiro.


Adiante.


Até.

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