domingo, abril 23, 2023

A Sopa (Perdidos Mães e Filhos 29)

A Viagem (17).

 

Após uma ótima noite de sono, acordamos todos bem-dispostos para nosso segundo dia em Florença. O café da manhã foi no restaurante junto ao camping, com deliciosos croissants, pães, frutas, suco e café. Após, nos preparamos para voltar ao Centro Storico.

 

De volta ao Parcheggio Beccaria, mesmo lugar onde havíamos deixado o carro no dia anterior iniciamos nosso passeio pela Piazza Cesare Beccaria, e entrando na Borgo la Croce, rua de lojas e restaurantes. Poucos metros caminhando por ela, a primeira de muitas paradas em lojas para as meninas pesquisarem e eventualmente comprarem algo. 

 

Vindo pela Borgo la Croce, entramos à esquerda na Via della Mattonaia, onde – após cerca de uma quadra e meia – está, na Piazza Annigoni, Nuovo Mercato delle Pulci, o mercado de pulgas aqui em sua nova localização. É um brique, com a venda de peças antigas, livros, discos e muito mais. Não é muito grande, mas é interessante, sem dúvidas.

 

Mercado das Pulgas


Atravessando a rua ao sair do Mercato delle Pulci, está o Mercato di Sant’Ambrogio, o mercado do dia a dia dos florentinos. Na rua lateral, havia ainda uma feira de rua, onde – na passagem – a Jacque me convenceu (deu um empurrãozinho, me estimulou, na verdade) a comprar um chapéu. Como muitos sabem, sou fã de chapéus e bonés, e associarem isso à certa escassez de cabelos minha é apenas maldade... Geralmente, em viagens, ando de chapéu, boné, ou toucas, em caso de ser inverno....

 

Mercato di Sant'Ambrogio


Voltando ao mercado, seu horário de funcionamento é de segunda à sábado somente de manhã, das sete às duas da tarde. Os boxes dentro do mercado vendem carne, peixe, massa fresca, queijos, grãos e produtos típicos como azeite, salsas de trufa, entre muitas outras coisas, além de existirem alguns restaurante. As bancas ao redor do mercado, externamente, vendem frutas, verduras, flores, além de objetos para casa, roupas e acessórios (onde comprei o chapéu). Visitamos, compramos água, e seguimos. Estávamos na região da Santa Croce, e essa foi nossa próxima parada.

 

A Basilica di Santa Croce) é a principal igreja franciscana em Florença, e a maior igreja franciscana do mundo, além de ser uma das principais basílicas da Igreja Católica no mundo. Está situada na Piazza di Santa Croce, a leste da Basílica de Santa Maria de Fiori. É o lugar onde estão enterrados alguns dos mais ilustres italianos, tais como Michelangelo, Galileo Galilei, Maquiavel e Rossini. Por isso, é apelidada de Panteão das Glórias Italianas. Diz a lenda que foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis. História curiosa e mórbida sobre ela: em 19 de outubro de 2017, um turista espanhol morreu quando estava a visitando a Basílica, ao ser atingido por um pedaço de teto que caiu de uma coluna. Um pedaço de pedra desprendeu-se, e caiu em cima do homem, de uma altura de 30 metros, que teve morte imediata.


Santa Croce


Ali, em 2014, na última vez que estivéramos ali, lembro de estar ocorrendo uma exposição em homenagem à Dante Alighieri. Foi ali, no claustro, que tiramos uma foto da Marina desenhando/escrevendo em um livro, foto essa que repetimos agora (pensando bem, é bem legal essa coisa de repetir fotos no mesmo lugar com anos de diferença...). Da Santa Croce, fomos almoçar. 

 

2014 x 2023


Após o almoço, era hora de visitar a Galleria degli Uffizi.

 

Uffizi, como a chamamos, nós, os íntimos, é uma das maiores atrações turísticas de Florença e um dos mais importantes museus do mundo. É um prédio em forma de U encomendado pelo duque Cosimo I de Médici ao famoso arquiteto Vasari em 1560, para reunir, em um só local, os escritórios (uffici, daí seu nome) dos treze principais magistrados da cidade, então espalhados por diversos locais de Florença. Nessa nova edificação, o duque poderia, então, controlar os magistrados diretamente a partir do velho e contíguo Palazzo della Signoria, sede do governo, de acordo com o status de potência que a cidade alcançou após a conquista de Siena. Para não me alongar, basta dizer que, com o tempo, virou museu.


Galleria degli Uffizi

 A Galleria degli Uffizi é dividida em cerca de cinquenta salas ou ambientes, nomeadas geralmente pelo artista mais importante exposto. Temos salas dedicadas aos maiores artistas do Renascimento, como Leonardo da Vinci e Rafael, salas com arte clássica da Roma antiga, uma grande coleção de quadros de Botticelli com suas incomparáveis Primavera e O Nascimento de Vênus e obras dos maiores artistas do mundo como Michelangelo, Ticinano, Albrecht Dürer e Peter Paul Rubens.

 

Chegando lá, que fica contigua à Piazza della Signoria, comprei os ingressos e entramos. A entrada, por medida de segurança, é feita através de um detector de metais e no raio x para as mochilas e bolsas, o que lembra uma história de 2014 envolvendo o Gabriel, a Karina e eu. Justamente quando fomos visitar a Uffizi.


Boticcelli

 O Gabriel, filho de Karina, irmão da Roberta e afilhado informal da Jacque e meu, mesmo que a Roberta tenha problemas com isso, havia comprado um canivete durante nossa passagem por Montepulciano, alguns dias antes, e o guardara em sua mochila. Em Florença, então, enquanto aguardávamos na fila para inspeção de nossas mochilas para entrar na Uffizi, por alguma razão perguntei do canivete e ele disse que estava com ele na mochila. Na hora, retruquei: vão apreender ele, isso se não te prenderem junto!

 

Momento de pânico dele.

 

Ato contínuo, “joga” a mochila para a Karina, para que ela passe com ela. 

 

Que passa pelo detector, sem problemas...

 

Para ser honesto, já havia acontecido comigo anteriormente no Louvre, em Paris. Fui entrar e eu estava com o meu canivete na mochila, e não lembrava desse fato. Acabei deixando-o com a segurança durante a visita e recuperei após, sem problemas.

 

A visita à Galleria começa no andar superior, o terceiro, e tivemos que subir INFINITOS lances de escada (com dores, principalmente a Karina, a Mãe e eu), apenas para descobrir no final da visita que havia elevadores... Fazer o quê?

 

O museu é fantástico, e ficamos um bom tempo na visita.

 

Saindo da Uffizi, fomos para a beira do Arno, próximos e na Ponte Vecchio. A tarde era – rotina – ensolarada e com céu azul e sem nuvens. Passeamos com calma, ainda paramos em algumas lojas (as meninas comprando presentes para trazer e eu comprando cuecas do Bob Esponja ?!). Com calma, voltamos ao carro, com parada no caminho para sorvete no Amorino. 

 

Ponte Vecchio

À noite, ficamos pelo camping e jantamos na cervejaria local, a Fabbrica in Pedavena. Boa cerveja, boas pizzas, boas conversas. Fomos descansar porque o dia seguinte seria de estrada, em direção ao norte. Seriam duzentos e cinquenta quilômetros até Peschiera del Garda


Fabbrica in Pedavena Firenze

 

Estávamos nos últimos dias de viagem.

 

E era quase carnaval.

 

Até. 

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