Mas eu já fui Papai Noel.
Nada a ver com a época do ano, eu sei. Não é hora de ter esse tipo de lembrança, mas foi inevitável. Estava procurando uma foto por uma razão que não vem ao caso e me deparei com uma minha de – com dizem aqui no norte – Santa Claus.

Não sei se deveria contar aqui, afinal minha afilhada pode ler. Mas eu posso comprovar, se ela quiser explicações, que eu estava autorizado pelo original a representá-lo naquele momento, afinal faltava uma semana para a data, e esses são os dias mais movimentados, duendes fazendo horas-extras, instalações funcionando vinte e quatro horas por dia, essas coisas. E precisavam de alguém para representar o homem naquele dia.
Era a Escola de Educação Infantil Projeto Vida, em que a Kaká, minha muito amada cunhada, irmã da Jacque, é uma das sócias, e era a festa de final de ano. Entre os alunos da escola, a Beta – minha afilhada – e o Bibi, seu irmão. Minha função era, em meio à festa, quando o clímax do evento estivesse se aproximando, sair discretamente do local e vestir a roupa de Papai Noel, cheia de enchimentos para dar a forma robusta esperada do bom velhinho.
Assim o foi, e o Bibi e a Beta não me reconheceram.
Ao olhar a foto fiquei me perguntando: o que será que o fato de já ter sido Papai Noel diz do caráter de alguém?
Coisas boas, espero. Coisas boas.
Até.