terça-feira, março 07, 2006

Papo de domingo

Conversávamos, domingo ainda, sobre o Brasil.

É algo que fazemos com certa freqüência, um hábito que não perdemos, mesmo morando longe. A tecnologia nos permite ficar próximos, através da leitura online de jornais e revista, dos fatos do dia-a-dia. Como eu sou do Rio Grande do Sul e o Henrique é de Pernambuco, nos resta discutir política no âmbito nacional.

Concordamos com vários tópicos, rimos de outros, e alguns é melhor evitar, por serem desagradáveis em sua essência. Tento fugir, mas não posso.

Por esses dias, no Brasil, discute-se o final de verticalização nas eleições, aprovado pela Câmara dos Deputados e que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse que é inconstitucional, afinal as regras de uma eleição não podem ser mudadas menos de um ano antes da eleição, no que tem razão. Após essa definição do TSE, criou-se um clima de guerra em Brasília, e a decisão vai acabar no Supremo Tribunal Federal.

Enquanto isso, o PMDB – que tem feito de parte de todos os governos desde o final do período militar – decide que se a não houver a verticalização não lançará candidato próprio a presidente. O lado positivo disso é que aí não haverá a menor chance de o Garotinho ser candidato. Mas um partido está condenado à pequeneza e ao fisiologismo se pauta suas decisões na probabilidade de ficar rondando o governo, não possuindo programa ou ao menos linha ideológica.

O PMDB é exatamente isso, um amontoado de interesses querendo os privilégios de estar no governo. É uma generalização, eu sei, que não faz justiça a personagens históricos cuja conduta sempre se pautou pela ética. O problema é que esses têm sido sistematicamente derrotados nas instâncias partidárias, comandadas pelos Sarneys da vida.

Mas não tenham dúvidas que a questão da verticalização (ou seja, a coligação para presidente deve ser seguida em todas as instâncias) interessa muito ao PT também.

Como falávamos no domingo, para participar da política partidária é necessário abdicar totalmente do amor próprio de até de convicções. A máquina de interesses que move o poder te leva, não importa qual a bandeira que carregas.

Até.