quinta-feira, abril 24, 2025

Computadores, Cachorros e Crianças

Medo.

 

Eu ia falar sobre luto, mas não vou.

 

Um estudo feito no Canadá, há bem mais de vinte anos, avaliou a relação das pessoas com computadores, mais especificamente comparou aquelas que acreditavam que computadores davam problemas (travavam, por exemplo) com um grupo controle que não tinha essa crença. Programaram computadores para aleatoriamente travarem durante seu uso e submeteram os participantes ao uso desses computadores. O que constataram?

 

Que, para as pessoas que acreditavam que os computadores davam problemas, os computadores REALMENTE deram mais problemas em comparação com aquelas que não acreditavam nisso, e foi estatisticamente significativo. Ou seja, os computadores “sentem” o medo, a insegurança de quem os está utilizando. Assim como os cachorros. E as crianças.

 

Todos sabem que os cães ‘detectam’ o medo nas pessoas e reagem a isso, com a consequência de acabar aumentando o medo que essas pessoas sentem e eternizando esse ciclo de medo e agressão, digamos assim. Da mesma forma que professores que demonstram insegurança perante alunos – de qualquer idade, na verdade – em especial crianças, terão mais dificuldade em manter o controle sob suas turmas, por exemplo.

 

O medo até pode existir, mas não pode ser demonstrado.

 

Eles - computadores, cães e crianças - necessitam acreditar que seu interlocutor é mais “forte”, sabe o que está fazendo, domina o ambiente e pode lhes proteger, ou dar segurança. Um último recurso, quando em um momento de tensão, é fazer como se estivesse frente a um urso: fazer-se parecer maior, levantar os braços e fazer sons ruidosos para assustar. Pode parecer estranho fazer isso em frente a um computador, mas – confie – vai dar certo.


Até.