Sou passional. E paranoico.
Um pouco dos dois, em graus variados ao longo do tempo.
Devo dizer que, entre os meus defeitos, ou características, sejamos condescendentes, um que me chama à atenção é a passionalidade, que se mistura por vezes com algum grau de ansiedade. Apesar de racionalmente saber que nem tudo é sobre mim, nem sempre consigo – ao menos em um primeiro momento – não me sentir afetado por situações que obviamente não deveriam me afetar, porque – repito – não são sobre mim.
E então conheço o processo: vou passar as primeiras quarenta e oito a setenta e duas horas a partir do evento desencadeador com o pensamento recorrente no assunto, “remoendo”, até que consiga falar sobre com alguém (falar é sempre terapêutico para mim) ou que naturalmente perca a significância exagerada que eu havia dado a ele. Como se o mundo ficasse envolto em uma densa névoa e perdesse a cor por algum tempo.
Tempo esse que é cada vez menor, tenho que dizer.
E cada vez menos esses episódios acontecem comigo. Têm sido menos intensos e menos frequentes. Uma das vantagens da experiência, do autoconhecimento, é essa, a de reconhecer padrões e saber como fazer para lidar com situações que antes geravam mais ansiedade por mais tempo. Ainda assim, acabam acontecendo aqui e ali.
Não falei nada objetivo, eu sei.
Era o plano.
Sextou.
Até.