segunda-feira, julho 08, 2024

Mais Uma

Segunda-feira.

 

Enquanto faço o trajeto de cerca de vinte e poucos minutos entre minha casa e o consultório, ouço música. Por um longo período, utilizava esse tempo para me atualizar das notícias e ouvir comentários no rádio, mas de um tempo para cá voltei ocupar o silêncio de dentro do carro, em meio ao trânsito barulhento, com música. Muitas vezes como estudo, ouvindo aquelas que farão parte da próxima temporada da School of Rock, mas em outras apenas ouvindo músicas que me agradam, ou que tem história comigo. Podem ser as mesmas, estudo e memória, mas nem sempre o são.

 

Vinha eu hoje cedo ouvindo outra vez músicas transportadoras (das quais falei semana passada) de uma playlist de nome sugestivo ‘Memória’, e que criei há alguns anos, quando comecei a utilizar o Spotify, e que foi um resgate praticamente em ordem cronológica das músicas que tinham (tem) significado para mim, por serem depositárias da memória de quem fui, do que vivi. 

 

Algumas delas, juntas, inclusive contam uma história completa, com início, meio e fim, nesse caso de 1988, como uma sequência de músicas do Cazuza que termina com ‘O Nosso Amor a Gente Inventa’, cuja mensagem ou, melhor, história – para mim, para mim – fala de um erro ao tentar retomar uma relação que não era para ser.

 

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver

 

Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu

 

O nosso amor a gente inventa

Pra se distrair

E quando acaba a gente pensa

Que ele nunca existiu

 

Acho essa uma das mais lindas músicas do Cazuza, que compôs muitas das músicas que fizeram / fazem parte da trilha sonora da minha vida.

 

Até.

Nenhum comentário: