quinta-feira, julho 11, 2024

Correios e Telégrafos

Sou um saudosista.


Mas nem sempre, confesso.


Sei que não é o caso de alguém me dizer que sou eu ‘que ama o passado e não vê que o novo sempre vem’, mas já disse inúmeras vezes que respeito o que passou e quem esteve comigo na jornada. Respeito o passado, mas olho em frente.

 

Algumas vezes, porém, como dizia, tenho esses lampejos de saudosismo, em que sou atingido por lembranças muitas vezes prosaicas e não sentimentais, de tempos mais ou menos remotos. E acabo por me admirar como tudo mudou, o mundo, e como mudei. Exercício interessante, esse, como sempre digo, para mim, para mim.

 

Ao chegar em casa em um dos dias dessa semana, parei por um instante e abri a caixa de correio, depois de algum tempo em que não fazia isso. Estava vazia, e acabei por sentir uma certa melancolia, uma certa tristeza. E lembrei do tempo em que me comunicava com alguns amigos por carta, que vinham sem regularidade, apenas apareciam de tempos em tempos na correspondência deixada pelo carteiro. Cartões postais, depois as inevitáveis contas da vida adulto. Mesmo quando era contas a pagar, sempre havia uma surpresa na hora de abrir a caixa do correio.

 

Não tem mais, em tempos de contas online, e-mails e aplicativos de mensagens.

 

Um mundo com menos poesia esse que vivemos, da ausência de cartas... 

Até. 

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