quinta-feira, outubro 31, 2024

Os Caminhos

Reflexões.

 

O destino último de uma jornada, o ponto final de uma viagem, a meta atingida, o resultado do campeonato, todos são objetivos importantes de serem alcançados, mas – se esperarmos chegar neles para nos sentirmos bem, realizados – o processo não terá valido a pena. O todo é o que importa, o caminho. E, claro, com quem caminhamos.

 

Além disso, muitas vezes são como a linha do horizonte, ou as utopias, que - por mais que caminhemos - nunca as alcançamos, mas nos servem de razão para continuar andando. Então, se esperarmos o final para celebrarmos, para nos divertirmos, talvez nunca vamos achar o momento certo para isso. Porque muitas vezes esse momento certo não vai chegar se não o criarmos.

 

Por isso eu vivo cada momento do caminho. Eu celebro cada passo dado, cada momento do processo. Cada porta que se abre e entro. Celebro as pessoas que andam ao meu lado, na mesma direção, com os mesmos objetivos e planos e projetos. Celebro as parcerias e os seus sucessos, porque são também os meus sucessos. Quando surgem as pedras no caminho, as transpomos em conjunto, uns impulsionando os outros.

 

Caminhar em grupo é sempre muito melhor, sempre mais divertido.


Até. 

quarta-feira, outubro 30, 2024

Sábado de Manhã

Volta e meia eu penso no sábado de manhã.

 

Não falo aqui do primeiro dia do final de semana, aquele de cuja noite todo mundo espera alguma coisa, do dia de ir na feira de orgânicos, de correr ou cainhar no parque, do chimarrão. Não, é de outra coisa que a que me refiro aqui.

 

Falo de um idílico, platônico, sábado de manhã.

 

É da manhã de sábado que é o melhor momento da semana, em que sol brilha alto e a música que toca enquanto ando de pés descalços pela grama é ‘Cúmplice’, do Cazuza. Há um mundo de possibilidades e infinitos mundo possíveis neste sábado de manhã, e poderemos ser quem quisermos quando chegar a hora de decidir. 

 

Lembro que foi em um sábado de manhã (pois, nas férias, todos os dias são sábados de manhã) que peguei emprestado um disco de vinil de uma amiga com a confissão de que nunca iria devolver, e estava tudo bem. Era sábado de manhã quando meu pai estava cuidando do jardim e cortando a grama em que eu andava de pés descalços, e o cheiro de grama cortada está em todo lugar.

 

Foi em um sábado de manhã em que discutimos o futuro, nós, os amigos que o mundo não separaria, mas que foi só chegar a segunda-feira que tudo mudou. Ou todos mudamos.

 

Foi sábado de manhã, há quase trinta anos, em que a Jacque e eu, recém namorados, mas em segredo, saímos no final de um plantão e fomos até a praia ver o mar. Foi em um sábado de manhã, um ano e meio depois, que enviei flores a ela porque era o dia em que iríamos nos casar. Foi sábado de manhã quando viajei com a Marina para Florianópolis ver um Beatle. Foi um sábado de manhã quando fizemos show no Opinião, mesmo que fosse domingo à noite. 

 

Não tenho saudades dos sábados de manhã.

 

Eu continuo vivendo os sábados de manhã.

 

Até.

terça-feira, outubro 29, 2024

Corneta

Sobre clientes.

 

Um dito popular é que o cliente sempre tem razão, que ele sabe o que quer. Qualquer afirmação que envolva os termos ‘sempre’ e ‘nunca’ usualmente é enganosa. Sabemos que a vida, e o mundo, são relativos. Esses conceitos são fluidos. Em outras palavras, nem sempre o cliente tem razão. Muitas (MUITAS) vezes ele não sabe o que quer. Ou por não ter experiência ou por desconhecimento.

 

Todos passamos por isso, mesmo eu, que costumo brincar (ou não) que as pessoas podem ter opiniões, não eu, pois meu compromisso é com a verdade. Ainda assim, muitas vezes me vejo “obrigado” a aceitar o fato de que algo que não queria fazer e fui obrigado a era o melhor, ou o mais adequado.

 

Muitas vezes precisamos de uma curadoria, de uma orientação.

 

Pode ser difícil aceitar que alguém sabe mais, tem mais experiência que nós, mas é da vida, sempre haverá alguém que sabe mais e alguém que sabe menos do que nós. E essa convivência é o que torna as coisas interessantes.

 

Aprendi isso participando da organização de congressos médicos, já há uns bons anos. É impossível agradar a todos, e sempre haverá corneta.

 

Mas, se sabemos o que estamos fazendo, contamos com pessoas experientes e com um mesmo propósito, temos que seguir em frente, a despeito de potenciais contestações surgidas de interpretações maldosas, equivocadas ou míopes do todo. Às vezes, temos o dever de dizer ao cliente o que ele precisa.


Até. 

segunda-feira, outubro 28, 2024

Rescaldo

A segunda-feira começa com uma necessidade premente de café.


Para acordar, porque quase não dormi...

 

Já era quase uma hora da manhã dessa segunda-feira quando desliguei a luz e pus o celular de lado, para então tentar desligar de fato e descansar um pouco antes de iniciar a semana normal de trabalho. Estava ainda muito ligado para dormir, a adrenalina estava alta.

 

Só posso dizer que foi lindo.

 

Após diversas incertezas e tensões e cornetas relacionadas a fazer um show do porte do que fizemos ontem à noite no Bar Opinião, ver o local cheio, com as pessoas se divertindo muito, cantando, dançando e aplaudindo os elencos (as bandas) foi de uma felicidade indescritível. Foi uma celebração do espírito School of Rock, que é de família, de comunidade. Havia começado no sábado, no ensaio geral, e foi uma catarse ontem. Teria muito mais o que dizer, mas tem tempo, preciso digerir tudo o que aconteceu. 

 

A régua agora está lá em cima.

 

Que bom.

 

Até. 

domingo, outubro 27, 2024

A Sopa

 A vida é curta, diz o clichê de autoajuda.

 

Bobagem.

 

A vida é longa. É maratona.

 

O entendimento desse fato é bem importante. Justamente por essa ideia de maratona, é que não podemos, ou devemos, permanecer parados no mesmo lugar. De alguma forma, mesmo que cambaleantes às vezes, seguimos. Nem sempre é fácil, muitas vezes estaremos com dor, mas temos que seguir. Desistir não é uma opção.

 

É nessa longa corrida que vamos acumulando experiências que virarão estórias que contaremos. Um ciclo que é infinito enquanto durar, enquanto estivermos vivos. Simples assim.

 

Por isso que valorizo muito as experiências, e as pessoas, e não entendo (limitação minha, confesso) quem foge, quem evita viver as experiências. Que fica, como diria Raul Seixas, sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar. 

 

A referência é, claro, à música ‘Ouro de Tolo‘.

 

Que pensando bem, sempre esteve rondando meus pensamentos com uma profecia, como um destino que eu deveria (ou queria) evitar. Um lembrete que o mundo era muito maior que meu quarto (outra referência musical...).

 

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês


Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73


Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa


Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa


Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso, abestalhado
Que eu estou decepcionado


Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado


Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos


Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco


É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa 10% de sua cabeça animal


E você ainda acredita
Que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social


Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar


Porque longe das cercas embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador


Ah! Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar


Porque longe das cercas embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador

 

Até.

sábado, outubro 26, 2024

Sábado (ainda é se não dormi)

 

(Domingo)

    Show de Temporada School of Rock Benjamin POA.

    No Bar Opinião.

    Não preciso dizer mais nada.

    Te encontro lá.

    Até.

sexta-feira, outubro 25, 2024

O Velho

Eu sempre digo que quero envelhecer (e, sim, e virar um ranzinza, mas isso é outra história), até porque ninguém até hoje conseguiu me convencer que a outra opção é melhor. Porque só existem duas opções: ficar velho ou não. Mesmo com todas as dificuldades físicas e emocionais envolvidas com o envelhecer, ainda é a única opção que considero.

 

Mas não quero envelhecer antes do tempo.

 

Não quero, na verdade, me sentir velho, acabado. Nunca. Quero viver cada momento, cada idade, cada fase, de maneira intensa, plena. Cronologicamente, tudo bem, mas em espírito não. Por mais que eu diga com alguma frequência que ‘sou um velho”, eu não me sinto assim. E sigo fazendo planos e projetos e inventando coisas como se eu tivesse todo o tempo do mundo.

 

Se eu começar a falar apenas em doenças e remédios e vitaminas e que não posso jantar nem comer churrascos, que não encontro mais os amigos, que não saio mais, que não me divirto com a convivência com as pessoas, se eu começar a apenas compartilhar notícias ruins, por favor me abandonem, me deixem sozinho. Porque, nesse caso, eu morri e não fiquei sabendo.

 

Ou tenho que ser sacrificado.

Até. 

quinta-feira, outubro 24, 2024

Antecipação

Acontece em temporadas.

 

Começou há algum tempo, não posso precisar quando, mas houve um momento em que percebi que – à medida que se aproximava um show nosso de final de temporada da School of Rock Benjamin POA – as semanas anteriores à apresentação, quando já estávamos praticamente prontos, faltando poucos ajustes e ensaios, eu era tomado por uma crescente ansiedade antecipatória, mas não no sentido de tensão, mas de felicidade mesmo. E essa alegria na expectativa do que aconteceria tinha o seu ápice no momento do show, entre os amigos, novos e mesmo os antigos.

 

Quando me tornei sócio, e passei para o “outro lado do balcão”, ou seja, no lado da organização, sabendo das dificuldades potenciais e reais envolvidas no processo, mesmo não sendo a pessoa que está completamente mergulhada na organização (esse é o incansável Thiago), temi que houvesse a perda daquele encanto antecipatório. Que fosse ficar feliz pelos nossos alunos, naturalmente, mas que eu deixasse de me sentir como no início, com a empolgação genuína de quando eu era apenas pai de aluna, primeiramente, e depois aluno (que continuo sendo).

 

Estava errado.

 

Hoje cedo, enquanto me deslocava para iniciar o longo dia de trabalho no consultório, dirigia e ouvia e cantava o repertório do show de domingo no Opinião, as músicas que vamos tocar. E percebi que aquele sentimento de felicidade pelo que está por acontecer, de que vamos fazer um baita show, que estaremos num palco lendário como o do Opinião, que vamos – acima de tudo – mostrar o resultado de um processo que foi muito legal de participar, continua exatamente como era antes, como se fosse a primeira vez.

 

E que estou no caminho certo daquilo que quero fazer e viver.


Até. 

quarta-feira, outubro 23, 2024

Choque

De gerações.

 

Eu, quando adolescente, e até onde minha memória permite lembrar, não tive de lidar com o que chamam de hiato de gerações. Sei que a memória nos engana com o passar dos anos, mas, sinceramente, não consigo, olhando para trás, enxergar algum tipo de conflito maior com a geração anterior à minha.

 

Éramos diferentes, sim, mas havia o respeito mútuo entre aqueles que já haviam passado o que estávamos passando e nós, que naquele momento aprendíamos a viver. No fundo, sentia que nós, os jovens, éramos a continuidade da geração anterior, e estávamos a aperfeiçoando, com toda a presunção de saber fazer melhor que nos era típica.

 

O tempo passou e, estranhamente, não é no convívio com a geração da minha filha que me faz sentir muito presente esse hiato entre as gerações. Com ela, é tudo natural e tranquilo, e o sentimento é quase o mesmo que tinha quando eu era o jovem que ia melhorar o mundo. Acredito, inclusive, que a geração dela (ou, melhor, o pequeno recorte da geração dela com quem convivo) tem o real potencial de ser melhor do que a minha.

 

Com quem não tenho tido muita tolerância, por mais que tenha tentado me aproximar e conviver é com (também um pequeno recorte, que convive muito próximo da minha bolha) um pessoal da faixa etária entre vinte e vinte e poucos anos. Realmente difícil. Seria um recorte da Geração Z. Que acham que o mundo começou com eles, que tudo gira em torno deles, que tem baixa tolerância a frustrações, e que acham que se as coisas não foram do jeito que elas idealizaram, não pode ser. De novo, é um recorte que provavelmente não reflete toda uma geração (eu espero). 

 

São uns chatos do caralho.

 

Desculpa, não resisti.


Até. 

terça-feira, outubro 22, 2024

Coerência

É o que busco.

Inconscientemente ou não, tenho buscado ser coerente com quem sou. Digo inconscientemente por que muitas vezes segui caminhos que, mesmo para mim, aparentemente não eram aqueles os quais eu deveria trilhar, mas que – olhando em retrospectiva – se mostraram adequados.

 

É o velho papo da narrativa.

 

Ao olhar o todo, ao ter uma visão de perspectiva sobre a vida em geral, os caminhos percorridos fazem, de certa forma, sentido, quase como se fossem planejados, quase como se eu sempre soubesse o que estivesse fazendo ao longo do tempo. Nem sempre sabia, confesso.

 

Sim, esse parece um texto sem sentido para você, caro leitor.

 

Entendo.

 

Faz sentido para mim, faz muito sentido para mim.

 

Até.

segunda-feira, outubro 21, 2024

Cabelos (ainda esse papo?!)

Olha só.

 

Eu sempre pensei que calvície fosse uma variável dicotômica. Ou a pessoa tinha cabelo, ou não. Ou era careca ou não. Preto ou branco. Bom ou mal. Simples, como deveria ser a vida. Como sempre via cabelos em minha cabeça, nunca me vi como um careca. Pouco cabelo, ou cabelo ralo, tudo certo, mas careca parecia me demais.

 

Estava enganado. Ingenuidade minha.

 

A calvície, vejam só, é uma variável contínua. Sem tens menos cabelo do que determinada quantidade, és careca, em maior ou menor grau. O grau de calvície vai aumentando. A testa que aumenta, as entradas, todos são graus variáveis de uma doença que as pessoas não cansam de apontar. Sempre fui muito tranquilo com isso. Até fazia piadas a esse respeito (“cabelos são supervalorizados”, e tal).

 

Aí na semana passada, sexta-feira, fui aparar a barba e cortar o cabelo. Ao sentar em frente ao espelho, me olhei, e decidi que era hora de mudar a percepção que as pessoas tinham de mim, e de maneira radical. Fazer uma mudança de paradigma.  

 

Passei a máquina quase a zero (como quando o cortei o cabelo virado para Meca, há duas décadas).

 

Deixei de ser careca para ser um cara que raspa a cabeça.


Até. 

domingo, outubro 20, 2024

A Sopa

Criar memórias.

 

Em determinado momento do show do Paul McCartney ontem no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, a Marina – que sabia décor quase todas as músicas – virou para mim e perguntou se eu não me orgulhava do seu gosto musical. Respondi que sim, muito, e ela me agradeceu por ter a ajudado a moldar, ao menos em parte, suas preferências no campo da música. Sorri ainda mais do que já estava sorrindo, de feliz que estava.

 

Eu estava cumprindo uma promessa.

 

Quando do último show do Paul em Porto Alegre, eu acabei me enrolando e, de última hora, quando quis levar a Marina para vê-lo, não consegui ingressos. Foi quando prometi que a levaria – em algum momento – a um show dele, nem que fosse no exterior, azar. Era uma experiência que eu achava que ela deveria ter, até como parte da formação do seu gosto musical dela, que eu “tentava” influenciar.

 

Eu o havia assistido em Porto Alegre, em 2010, e tinha sido uma experiência quase mística para mim, de assistir ao vivo um Beatle tocando ao vivo. Fiquei meio “fora do ar”. Lembro da sensação de irrealidade quando ele tocou ‘Eleanor Rigby’ daquela vez. Foi semelhante ao que senti, mas talvez em menor intensidade quando assisti ao Chico Buarque cantando ‘Quem Te Viu, Quem Te Vê’ ao vivo também. Não parecia de verdade. Sabe aquelas músicas que ouviste a vida toda e, de repente, estás assistindo o autor executá-la ao vivo? Para mim, ao menos, é mágico.

 

Por isso imaginava que a Marina tinha que ter uma experiência desse tipo, e – mais – compartilhar esse momento com a Jacque e comigo, porque seria uma história que ela contaria (contará) o resto de sua vida, seria criada uma memória indelével, definitiva. E – me repito, me repito – é disso é que é feita a vida, dessas experiências que viram histórias, e as pessoas com quem as compartilhamos. Essas pessoas se tornam (ainda mais) especiais em nossas vidas.

 

Fomos à Florianópolis, estivemos no show.

 

Foi lindo. 

 

Compartilhamos esse grande momento, criamos essa história, com queridos amigos. Thiago e Bianca, Rodri e Ana Carolina, Lorenzo (filho desses e namorado da Marina), Marina e Jacque e eu. A felicidade de vivermos isso juntos, o tempo que passamos na ida e na volta, foi tudo muito legal. Definitivamente memorável.

 

Entre os shows que assisti até o hoje na vida, não tenho lembrança de um tão especial, e tão bom. Diferente de 2010, vivi em show intensamente como nunca. Estava ali, em minha frente, muito bem, tocando e cantando e dançando e saltitando, um Beatle de oitenta e dois anos que parecia um guri feliz. Tudo perfeito.

 

Menos claro, a logística.

 

Foi um inferno sair de lá.

 

Mas isso é outra história, para outro dia.

 

Até. 

sábado, outubro 19, 2024

Sábado (e o próximo show)

Show de Temporada
 

    Domingo, 27/10, a partir das 18h30.
    Local: Opinião
    Show de Temporada da School of Rock Benjamin POA.
    
    Direção musical: Tchê Gomes (Tenente Cascavel e TNT)
    Direção de palco/captação de imagens de Alexandre Birk (Graforréia Xilarmônica)
    Preparação de elenco / direção de cena: Ana Carolina Machado (atriz, escritora e cantora)
    Produção: André Moraes (que já atuou em trilhas sonoras, no cinema e gravou artistas como Sepultura e Caetano Veloso)
    School of Rock Benjamin POA: Thiago Vitola e Marcelo Tadday

    Vai ser legen - wait for it - dary!

    Bom sábado a todos.

    Até.

sexta-feira, outubro 18, 2024

O Entusiasta

Pois é.

 

Dia 27 de outubro, domingo da semana que vem, logo após o término da votação do segundo turno das eleições municipais de Porto Alegre, no lendário e icônico Bar Opinião, vamos fazer mais um show de temporada da School of Rock Benjamin POA. Estamos em plena divulgação e venda de ingressos (tenho comigo, aliás, é só chamar).

 

Como parte da divulgação, há um release feito para a imprensa, que fala do show, que tem direção musical do Tchê Gomes (Tenente Cascavel e TNT), a direção de palco e a captação de imagens de Alexandre Birk (Graforréia Xilarmônica), a preparação de elenco e direção de cena da atriz, escritora e cantora Ana Carolina Machado e a produção de André Moraes (que já atuou em trilhas sonoras, no cinema e gravou artistas como Sepultura e Caetano Veloso), mas fala também da escola. Estávamos revisando o texto, que conta que a escola é parte da maior rede de escolas de música do mundo, que o Thiago foi quem fundou a School de Porto Alegre, o descreve como músico e empresário e que eu me juntei à escola depois, como sócio. O interessante é que o texto me descreve como “médico, escritor e entusiasta das artes”. 

 

Entusiasta das artes.

 

Não pude deixar de pensar em mim como um mecenas, um tipo de milionário que apoia as artes... Me vi andando por aí, de exposição de arte em exposição de arte com minha echarpe e boina, apoiando projetos culturais diversos. Tirando a parte do milionário (seria bom se fosse), achei bem legal a ideia...

Até. 

quinta-feira, outubro 17, 2024

Verão, horário

 Merda.

 

Houve uma entrevista coletiva de um ministro de estado brasileiro no dia de ontem para anunciar que NÃO teremos horário de verão esse ano. Como eu disse, que bosta.

 

Sou – evidentemente – um entusiasta do horário de verão, e o final desse, em 2019, pelo governo anterior, foi um erro monumental. Um dos argumentos é que a economia é pequena. Com tantos gastos, e déficit em contas, sempre imaginei que qualquer economia valesse à pena. Nos países do norte, não se discute esse assunto. Seis meses de horário de verão. Ponto. Final de outubro e final de março, se não me engano, é quando ocorre a mudança.

 

Paciência, ainda não será esse ano.

 

Olho para fora e vejo o céu azul sem nuvens, manhã de primavera.

 

Sábado não tem mais previsão de chuva em Florianópolis.

 

E tem Paul McCartney...  

 

Até.

quarta-feira, outubro 16, 2024

Aula de Como Viver

Sempre aprendendo.

 

Um dos meus objetivos de vida é esse, aprender constantemente. Procuro ser, ou, melhor, sou humilde o suficiente para saber que todos sempre tem algo a me ensinar em virtualmente todas as situações. Algumas vezes mais, outras menos, evidentemente. 


(E isso não tem nada a ver com o fato de as pessoas poderem ter sua opinião, mas eu não, eu tenho um compromisso com a verdade...)

 

A vantagem de conviver com pessoas (algumas muito) mais experientes do que eu, é a oportunidade que tenho de conversar, ouvir suas histórias e ensinamentos. Trocar ideias, ser orientado mesmo que o interlocutor não tenha a exata noção disso. E, além disso, circulo atualmente por ambientes bem diversos, e posso conhecer pessoas com vivências bem diferentes das minhas.

 

Tenho saído da minha bolha.

 

Ou, talvez, a minha bolha esteja se tornando cada vez maior (o que facilita – veja só – que ela seja rompida).

 

Não era da minha bolha que queria falar, contudo.

 

Ontem, como de rotina, parei para um café da Associação dos Médicos do Hospital São Lucas, ambiente de convivência entre colegas (como já falei inúmeras vezes) que foram meus professores e agora são amigos, e uma conversa acontecia. Parei para ouvir, evidentemente.

 

Dizia esse colega que foi meu professor, psiquiatra, que – do alto dos seus setenta e dois anos – continuava trabalhando e, de segunda a sexta-feira tinha essa idade, setenta e dois, mas nos finais de semana tinha muito menos, às vezes quinze, outras, vinte anos. Fisicamente, não negava sua idade e aparência, mas sentia-se e de certa forma agia como se tivesse muito menos quando não era “obrigado” a se portar como um médico de respeito de setenta e dois anos. E que era ele em todos esses momentos.

 

Que já não iria escalar uma montanha ou saltar de paraquedas, mas ainda se divertia muito, aproveitava muito. 

 

Perfeito.

 

Que aula, que aula.

 

(ah, ele foi um dos homenageados da minha turma de medicina há 30 anos).


Até. 

terça-feira, outubro 15, 2024

Rádio e memória

Sobre música e memória.

 

A minha formação musical, como com a maioria das pessoas, começou em casa, com meus pais. Nenhum dos dois tocava algum instrumento, mas tenho fortes lembranças de domingos em que ligavam o som e ouvíamos os discos do Chico Buarque e Paulinho da Viola. Roda Viva, a Banda, e outras eram a trilha sonora, e foram a base.

 

Depois, o primeiro disco de vinil que comprei, quando ganhei meu primeiro aparelho de som (na época, o que se chamava de vitrola) foi do Queen, ‘The Game’, porque havia ouvido na escola sobre a banda. E também um compacto da Blitz que no lado A tinha “Você Não Soube Me Amar” e no lado B uma faixa que dizia “nada, nada, nada” ...

 

A partir daí, a minha formação passou muito pelo rádio, desde – lá nos anos 80 – quando comecei ouvindo ao dormir a rádio Cidade (“Love Songs”) e a rádio Universal, com Clóvis Dias Costa e o ‘Ritmo 20’ e o ‘Ritmo 20 in Love’. Um repertório bem pop.

 

Até que conheci a rádio Ipanema.

 

E mudou tudo. Aí sim o meu gosto musical foi moldado definitivamente, e tenho lembranças boas do tempo em que ouvia direto, com a familiaridade com os apresentadores, desde a Kátia Suman, da noite, até o Alemão Vitor Hugo, das manhãs, passando pela Mary Mezzari, o Eduardo Santos e o grande Mauro Borba, entre outros. Foi – como os porto-alegrenses sabem – uma rádio lendária. 

 

O tempo, como em tudo, foi implacável, e a rádio Ipanema terminou, com seus personagens se espalhando por outras rádios e projetos. Antes ainda, o Mauro Borba havia saído da Ipanema e ido para a Felusp que virou 107,1, Pop Rock e por último Mix FM, esta última um perfil de rádio que não faz o meu gosto pessoal. Na passagem de Pop Rock para Mix, acabaram dois programas que o Mauro Borba apresentava, ‘A Hora do Rush’ e ‘Boys Don’t Cry’.

 

Bom, há alguns dias foi anunciado e ontem ele voltou ao rádio (ou ao meu horizonte musical, digamos assim). Ele saiu da Mix e foi para a 102.3 FM, rádio “adulta” de música do Grupo RBS. ‘A Hora do Rush’ de novo no rádio. Eu ouvi, e foi como se estivesse voltando no tempo, a trilha (“a cortina”) do programa, as músicas tocadas. Senti como se o rádio ganhasse novamente uma dimensão maior e merecida depois de muito tempo. Me senti representado.

 

Foi legal.

Até. 

segunda-feira, outubro 14, 2024

Era Sábado

Foi quando aconteceu.

 

Sempre disse, e continuo afirmando, que o sábado de manhã é o melhor momento da semana (o melhor dia, por outro lado, é a quarta-feira, o que requer uma explicação que não vou dar agora). Tudo pode acontecer em um sábado (e, diz a música, todo mundo espera alguma coisa se um sábado à noite). Até acidentes, evidentemente.

 

Como há um ano, exatamente dia quatorze de outubro.

 

Era uma manhã de sábado como outra qualquer, e as nuvens cobriam todo o céu naquele início de dia. Acordei cedo como de hábito, tomei café e me preparei para sair de bicicleta (bike, se preferirem), hábito ou rotina de finais de semana e feriados dos quatro anos anteriores, de mais de nove mil quilômetros pedalados. Bicicleta revisada há pouco tempo, equipamento de segurança – capacete, luvas, óculos – em dia, saí de casa normalmente.

 

Fui por uma quadra da Ramiro Barcelos pela calçada até entrar na Av. Independência, onde segui em direção ao Centro de Porto Alegre pelo corredor de ônibus. Após cerca de cem metros, no momento em que começa uma leve descida que vai até a esquina da Rua Santo Antônio, troquei de marcha e acelerei.

 

A partir daí as coisas ficam confusas, e não lembro exatamente o que acontreceu, apenas de deixar a bicicleta no lugar em que sempre a deixo na garagem e de imagens, flashes, no elevador. Entrei em casa e a Jacque, recém acordando, me pergunta o que aconteceu. Digo que caí de bicicleta e que estava tudo bem. Perguntou como foi, quem tinha me ajudado e como estava a bicicleta, perguntas para as quais eu não tinha resposta.

 

Não lembrava...

 

Ato contínuo, virei e voltei à garagem para constatar que a bicicleta estava lá, intacta. Já o meu relógio, um Apple Watch, era perda total. Eu tinha o meu lado esquerdo, ombro, quadril e joelho com escoriações, e queimaduras do contato com o asfalto, meu rosto da mesma forma, e dor na região do punho direito. Pelo fato de não lembrar o que ocorrera, decidimos ir para o hospital para uma avaliação neurológica (era um traumatismo cranioencefálico).

 

 O banho foi muito dolorido, evidentemente.

 

Para ir ao hospital, pedi ajuda e um amigo me deu carona.

 

Lá, tudo bem com a parte neurológica, mas o braço quebrado. Isso faltando duas semanas para o show de temporada da School of Rock, do qual participei sem tocar, evidentemente.

 

No final de outubro, cirurgia e colocação de placa, com sucesso.

 

A partir de então, mudei o meu discurso. Sempre dizia que eu era um cara que caía. Como o discurso molda a realidade, parei com isso.

 

Não sou um cara que cai. 

Até. 

domingo, outubro 13, 2024

A Sopa

De volta.

 

A semana que passou foi de viagem e congresso médico. Foi interessante como algum tipo de reconexão íntima com a medicina, posso dizer. Fiz um intensivo de aulas em assuntos que me interessavam mais, nem tanto para atualização, mas mais como reafirmação de que sei o que estou fazendo, afinal me atualizo quase semanalmente com leituras e discussões. Claro que sempre tenho muito o que aprender, mas reafirmei para mim mesmo que continuo no caminho certo.

 

Congressos são também para encontrar e reencontrar pessoas, para conversas mais tranquilas, o que chamam de networking. E para conviver socialmente com colegas e amigos que nem sempre conseguimos. Rever antigos colegas é outro ponto bom nestes eventos.

 

Voltei na sexta-feira após o meio-dia, e o sábado foi de voltar a ver o sol e voltar também ao trabalho relacionado à música, que pode até cansar fisicamente, mas proporciona satisfação e felicidade (ontem foi dia de assistir mais uma vez a Marina no palco, e ela está cada vez melhor). À noite, Marina e eu fomos comer uma pizza com a Bárbara e o Felipe, queridos amigos que a música nos proporcionou. Estava bem legal. Enquanto isso, a Jacque está em Recife em um congresso onde vai dar aula, e volta na terça-feira. 

 

A semana intensa, com viagem, encontros, conversas, muita medicina, terminou com música. Apesar de ter passado pouco tempo com a Jacque e a Marina, ela foi bom resumo do que penso da vida e falo quase sempre por aqui, que o que conta são as conexões, as boas relações que criamos e que são a chave para uma boa vida.


Até. 

sábado, outubro 12, 2024

Sábado (e já voltei)

Ponte Hercílio Luz


De volta em casa após o Congresso Brasileiro de Pneumologia.

Bom sábado a todos.

Até.


sexta-feira, outubro 11, 2024

A Teoria da Ilha (3)

Ainda a ilha. 

 

Persiste a chuva, e por vezes me sinto na Porto Alegre de Ramilonga, ‘ares de milonga que vão e me carregam, por aí...’. Sem céu azul, sem o sol, nem mesmo aquele que ilumina, mas não aquece. Últimos momentos de congresso, vou assistir à manhã de atividades e – por volta do meio-dia começo o retorno para casa.

 

Como a Sbórnia do Nico e do Hique, ilha flutuante que se separou do continente, eu circulo enquanto ilha por entre as pessoas e os grupos no congresso, ora aqui, ora ali. Tenho o privilégio de fazer parte de grupos diferentes com os quais tenho boas conexões. São os momentos em que sou parte de um arquipélago (afinal, não somos todos ilhas?).

 

Hoje mais cedo tomava café da manhã com uma colega que é dez anos mais velha que eu, conversávamos sobre um amigo em comum, sobre nossas rotinas de vida e dizia ela que o tempo passava rápido (e eu não sei?)  e que eu deveria aproveitar esses dez anos que eu tinha a menos que ela. 

 

Está certa.

 

Até. 

quinta-feira, outubro 10, 2024

A Teoria da Ilha (2)

Mais uma vez, a ilha. 

Agora, sim, falo da ilha de Santa Catarina. Chove, e não pouco, desde que cheguei, na terça-feira final da tarde. Não vou conseguir nem ao menos caminhar ao ar livre, não vou ver o céu.

 

Faz parte, é a época do ano. A mesma coisa com minhas experiências prévias com congressos no Rio de Janeiro.  Virtualmente sempre com pouco sol e, em boa parte, chovendo. Como estou aqui para congresso – e não férias ou feriadão – não tem nenhum problema.

 

Congressos médicos, assim como a vida, tem seu lado bom e, também, o lado ruim. O principal de um congresso – como em quase tudo na vida – são as pessoas. Networking. Encontrar colegas que não encontramos com frequência, confraternizar com amigos, jantares. Algumas conferências muito boas, outras para confirmar que sabemos o que estamos fazendo, e algumas totalmente dispensáveis. Como eu disse, é parte. Também o inevitável encontro com os chatos, dos quais não podemos muitas vezes evitar.

 

E aqui, também, em muitos momentos, sou uma ilha.

 

Só, mas cercado de gente por todos os lados.

 

“I've built walls

A fortress deep and mighty

That none may penetrate

I have no need of friendship, friendship causes pain

It's laughter and it's loving I disdain

I am a rock, I am an island” *

 

Até.

 

* ‘I am a Rock’, Simon & Garfunkel, 1966 

quarta-feira, outubro 09, 2024

A Teoria da Ilha

Eu não gosto de ilhas.

 

Já me adianto que não tem absolutamente nada a ver com o fato de eu estar na ilha de Santa Catarina para um congresso médico, aonde eu cheguei ontem via terrestre porque a opção por via aérea me faria ir até São Paulo para voltar ao Sul até Florianópolis, o que levaria mais tempo do que dirigir de Porto Alegre. Chovia, havia caminhões, mas foi uma viagem tranquila.

 

À noite, após chegar no hotel e deixar o carro na garagem, de onde vou tirar apenas na sexta-feira, para voltar para Porto Alegre, fomos jantar no Ostradamus, e brindar o aniversário do fundamental amigo Paulo Goldenfum, que estava em Porto Alegre comemorando com a família. Um brinde a ele, às amizades, e ao que de melhor as pessoas têm, mas essa é uma história para outro dia.

 

Eu falava de não gostar de ilhas.

 

Explico.

 

Eu não gosto de lugares ou situações em que eu não tenho a possibilidade de sair, ir embora, no momento em que eu decidir. Vale para ilhas, caronas, eventos, viagens e outros. Não é que eu, assim, realmente não goste. O que acontece é que se eu não estiver com vontade de ficar, eu quero poder sair quando bem entender. Não que eu vá sair, mas quero ter a possibilidade. Pensando bem, é como a questão da churrasqueira.

 

Já contei isso, não tenho churrasqueira em casa. E queria ter. Muito. Já me argumentaram que – se tivesse – não iria fazer churrascos. O que respondia sempre é que isso não importa, eu queria/quero ter a POSSIBILIDADE de fazer se eu quiser. O ruim era não poder...

 

Vejam só.

 

Mais uma vez, tudo acaba em churrasco.

 

Bora lá?

 

Até.

terça-feira, outubro 08, 2024

Três Mil

Hoje, com esse pequeno texto comemorativo, esse espaço (blog, se quiserem...) está celebrando a sua publicação de número, como o título do texto antecipa, três mil. Desde junho de 2004, logo antes da minha ida para o Canadá.

 

Começou, de certa forma, sem muita pretensão, e sua longevidade é – sim – uma surpresa para mim. E motivo de felicidade, claro. Até livro este ‘A Sopa no Exilio’ já virou (tem uma sessão de autógrafos marcada para 04/11 na Feira do Livro de Porto Alegre, contei para vocês?). 

 

Sempre pensei que poderia virar livro, confesso, e era minha intenção, mas que em algum momento foi deixada de lado por fatores outros, até que – com mais de cinquenta anos de idade – pensei, ‘por que não?’, e fui atrás. Deu certo. Mais um momento de felicidade.

 

A frequência de escritos variou muito ao longo dos anos, desde quando escrevia diariamente enquanto morava sozinho em Toronto até o ano de 2017 em que publiquei algo (fotos, provavelmente) apenas cinco vezes, até julho desse ano de 2024 quando decidi que queria voltar a escrever diariamente, e tenho trabalhado para isso.

 

Tem sido uma jornada divertida.

 

Espero que vocês estejam curtindo.

 

Eu estou.


Até. 

segunda-feira, outubro 07, 2024

A Semana

Semana de trabalho bem curta. 

Atendo hoje no consultório e amanhã viajo para um congresso médico, onde estarei até o final de semana. Em virtude das (ainda) dificuldades com o aeroporto de Porto Alegre, e por ser em Florianópolis o congresso, vou com o meu carro ao invés de pegar um voo até São Paulo para uma conexão antes de rumar ao sul até a capital de Santa Catarina. Levo menos tempo de carro, a ainda curto a road trip

 

Volto a um congresso médico depois de um ano em que estive aparentemente dividindo a minha atenção entre a medicina (minha ocupação principal) e a música, como (acho que posso dizer) músico e empreendedor. Nunca fui tão médico quanto sou agora, já disse aqui mais de uma vez, mas sei que muitos não me veem assim.

 

Ou, talvez, esse questionamento, essa impressão, diga mais de mim do que dos outros, que provavelmente não estão nem aí para o quê eu sou ou faço.

 

Sei lá.

 

Até.

domingo, outubro 06, 2024

A Sopa

Foi dia de eleições. 

Escrevo no final do dia porque hoje houve reunião de família em casa para uma celebração antecipada do aniversário da Jacque, além de estar fisicamente exausto – mesmo que animicamente leve – do sábado. Não vou falar de política, mesmo já sabendo do resultado d primeiro turno das eleições. Apenas que – quando se escolhe um prefeito – temos que saber que temos que escolher um zelador para a nossa casa. Não é hora de – no meu ponto de vista – ideologias e visões de mundo. É a vida prática, o dia a dia.

 

Era isso sobre a eleição.

 

Muito mais legal que falar de política é falar de experiências.

 

Experiências que são histórias que vivemos e vamos contar. Mais que dinheiro, “fama” e sucesso, seja lá o que isso signifique para você, viver experiências é o que faz a vida valer à pena. O sentido da vida. Eu nunca perco isso de vista. Pessoas, nossas relações, nossas boas relações.

 

Uma boa vida é construída com boas relações.

 

Isso é provado cientificamente, mas não preciso provar isso a você, estimado leitor. Eu sei, você sabe, e sei que você sabe. O sábado à noite foi, então, de celebrar isso, as pessoas e nossas conexões, as relações que se criam e se fortalecem, mesmo que ninguém mais tenha se dado conta disso, ou mesmo que não tenha sido assim para mais ninguém. Foi, e é o que importa, para mim.

 

A música faz isso.

 

Até.