quarta-feira, setembro 28, 2005

Aborto

Nós na rede

Hoje, 28 de Setembro, é mais um Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe, e os blogueiros do grupo blogleft estão puxando mais um movimento Nós na Rede. Assim como no Sete de Setembro, estou me juntando a eles e escrevendo sobre o assunto.

Aborto é uma questão de foro íntimo da mulher.

Essa é a premissa número um do que penso sobre o assunto. Acho que o Estado, a Igreja ou quem quer que seja jamais deveria interferir no assunto. Nunca, sob hipótese nenhuma. Qualquer outra consideração sobre o assunto é criminosa. Simples assim. Não se pode legislar sobre o corpo da mulher, que é o que querem fazer e fazem aqueles que advogam sobre o assunto, que fazem leis que tornam o aborto crime. É pura hipocrisia.

Que fique claro: não sou a favor do aborto. Defendo intransigentemente a liberdade de escolha da mulher (e de quem mais ela quiser envolver na decisão, porque é ela quem vai passar por todo o processo físico - gravidez ou aborto - e por todo o processo emocional). Tenho certeza que NUNCA é uma decisão fácil, nunca é sem traumas. Ninguém precisa do estado ou de religião para acrescentar mais culpa e mais dificuldades ao assunto.

Esse é um lado.

O outro é de que é hipócrita manter a opção do aborto na ilegalidade porque isso acaba apenas impedindo o acesso de quem não tem como pagar particular e que acabam nessas clínicas sem condições mínimas, nem mesmo de higiene, ou fazendo em casa elas mesmas. E muitas morrem, diariamente, enquanto as que têm dinheiro ficam em clínicas com todo o conforto e segurança. Sejamos claros, aborto é ilegal para quem não pode pagar.

O aborto não pode ser crime.

Até.