Não posso ser crítico musical, já sei disso há tempos.
Simplesmente porque quando gosto de um banda e vou a um show dela, eu acabo não prestando atenção aos detalhes técnicos e fico boquiaberto, meio em transe. Já aconteceu várias vezes, desde os tempos dos shows da Legião Urbana, os do Vítor Ramil (até hoje), do Chico Buarque e até da Maria Bethânia. E aconteceu aqui em Toronto, ano passado, no show do REM. Além disso, shows de música são eventos para se ir acompanhado, de preferência de turma, porque é justamente isso, um momento de catarse.
Bom, esse pequeno preâmbulo é para falar que eu fui, noite passada, no show do U2 aqui em Toronto, no Air Canada Centre, e acho que devo fazer alguns comentários sóbrios e técnicos sobre o que eu assisti.
PUTA QUE O PARIU, MUUUUITO BOM!!!!!
Como eu ia dizendo, fui ao show, o segundo deles na abertura da terceira perna da turnê de lançamento do seu último trabalho, “How to Dismantle an Atomic Bomb”. A vantagem de ir ao segundo show é que ele não tem a tensão da estréia e eles ainda estão de saco cheio de tocar várias noites em sequência. Ou seja, foi tudo planejado. Mentira, foi o dia que eu consegui ingresso, que comprei pela internet no dia 19 de março passado. Aliás, a venda começou às 10h da manhã e encerrou (esgotaram-se os ingressos) às 11h.
Voltando ao show e arredores.
O show estava marcado para dezenove horas e trinta minutos. Eu tinha meu ingresso com lugar marcado, então nem encontrei filas. O Air Canada Centre é o mesmo ginásio onde joga o Toronto Raptors, franquia da NBA aqui de Toronto. Então dá para imaginar o tamanho dele. O meu lugar era algo como a arquibancada superior, quase de frente para o palco. Algumas pessoas assistiam com binóculo, mas evidentemente era um exagero, a não ser que quisessem ver se ele tinha se cortado fazendo a barba… sei lá. De qualquer modo, o lugar marcado era garantia de tranquilidade, e assim foi.
O palco ficava num lado da quadra, e no seu lado oposto ficava a mesa de som. O palco em si era como uma célula, saca aula de biologia? Eles ficavam e tocavam no que era o núcleo da célula, e podiam percorrer toda a membrana plasmática. No citoplasma da célula (a área confinada pela membrana plasmática) estava um primeiro grupo de fãs, de pé (pista). Eles, se não me engano, era membros do fã clube. Fora da célula ficava o resto do pessoal de pista.
A associação com a membrana citoplasmática ficou mais forte durante o show, por efeito de luzes que mudava de cor e que constituiam uma dupla membrana. Todos os integrantes da banda, em algum momento show, foram e tocaram ali.
Acima do palco, um grande telão retangular formado por quatro telões quadrados que mostram, cada um, um dos integrantes da banda o tempo todo durante o show. Por trás do palco, uma grande cortina como se fossede lâmpadas, que mudam de cor e projetam imagens conforme a música que toca.
A função toda começa antes do show. Um estande recebe doações para a campanha “Make Poverty History” em troca de pulseiras brancas. Junto, no estande, um grande painel com milhares de assinaturas que será enviado ao Primeiro Ministro Paul Martin. Doei, ganhei a pulseira e assinei, pela Jacque, pela Banda da Sopa e por mim.
O show, o show.
Como eu disse, ir sozinho a um show tem suas peculiaridades. Eu, por exemplo, tenho esse lance esquizofrênico de pensar na vida enquanto aguardo o mesmo começar, alheio ao que acontece minha volta. Tudo bem, no quando realmente começa eu estou prestando atenção.
Tecnicamente, perfeito. Som, iluminação, presença de palco, tudo. Bono Vox mantém o público hipnotizado ao que ele canta e diz. Sim, porque ele interage com a platéia. Primeiro se desculpa por ter demorado tanto a vir para Toronto nessa turnê. Conta histórias, dedica canções. Fala da campanhã “Make Poverty History”. Em meio ao show, antes tocar ‘Where the Streets Have no Name”, o telão mostra Declaração Universal dos Direitos do Homem e, durante a música, aparecem projetadas na cortina atrás do palco as bandeiras de países da África.
O repertório, impossível de criticar. Tocaram as músicas do novo Cd e muitos clássicos. O show começacom a esperada ‘Vertigo’, que tem o clima perfeito para o início, com o seu “uno, dos, tres… catorze”. O primeiro momento em que o ginásio foi ao delírio foi quando tocou ‘I still haven’t found what I’m looking for’, e esse estado de extâse durou até o final do show, com ‘One’. O primeiro bis encerrou com ‘With or without you’, e, o segundo, com ‘Bad’. Todos ficamos esperando o terceiro, mas as luzes foram acesas.
Levou um tempo até que nos déssemos conta de onde estávamos e quem éramos: um pouco melhores do que antes…
Até.
4 comentários:
Oi,Marcelo.Nossa,deve ter sido o máximo.Eu adoro U2!!!Sempre digo aos meu amigos que se algum abençoado dia o U2 voltar ao Brasil,eu vou ao show nem que custe os olhos da cara.Seria um sonho.Imagino as sensações das músicas ao vivo.Li seu post e viajei junto nas coisas q vc escreveu.Um dia eu chego lá...!!!um abraço.
QUE INVEEEEJJJJJAAAA!!!!
Deu pra sentir bem como foi com os seus detalhes!!;o)
Bjocas
Muito foda!
Eu teria ido, mas nao estou comprando nem briga ultimamente, essa vida de estudante me leva a falencia.
Beijos
PUTA QUE PARIU DIGO EU!!!
Fui ao Show do U2 no Morumbi a uns 6/7 anos atrás aqui em SP e é demais, muito bom...Sempre entro no site deles para ver se há alguma programação para cá, mas nada... só EUA, Canadá e Europa.
Mas tenho dois excelentes consolos: Pearl Jam em Novembro em SP e Rolling Stones em Fevereiro na paria de Copacabana. Vai ser demais (se não tiver arrastão).
Abraços.
Edgard.
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