O último final de semana do verão começou com sol e céu azul aparecendo entre nuvens, temperatura agradável de 17ºC.
Somos eternos insatisfeitos, todos sabem.
E nossas queixas variam – e aqui falo com relação à meteorologia – conforme a estação do ano. Os canadenses ou, melhor, aqueles com quem convivo e com quem converso, não aguentam mais inverno e frio, e amam – acima de tudo – o verão. Eu os entendo, mas até certo ponto.
O inverno, o frio, a neve, enfim, os extremos, ainda me fascinam. Mas até eu, fã do frio, tenho que admitir que bateu um certo baixo astral ao perceber que o final de semana do Labour Day, nosso dia do trabalho, primeira segunda-feira de setembro, é o final do verão aqui. O que vem pela frente é o longo inverno, precedido pelo mudar de cores e o cair da folhas do outono. A temperaturas extremas não incomodam, afinal é se abrigar mais, luvas, toca, botas. O que realmente angustia é a longa duração. Parece que não vai acabar nunca, que nunca veremos a primavera.
Mas ela virá, inevitavelmente.
O tempo passa rápido, já faz um ano que estou aqui – vou para o meu segundo outono – e este ano vou quebrar o inverno em dois, passando o final do ano em casa, em Porto Alegre, com a família.
E quando a primavera estiver terminando aqui no norte, estarei voltando para o inverno do sul, o frio externo aquecido pelo chimarrão, sentado na porta da minha casa, a mesma e única casa, a casa onde eu sempre morei.
Bom sábado.