segunda-feira, setembro 05, 2005

Azedo, eu?


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Originally uploaded by Marcelo Tadday.
A foto ao lado foi tirada no Museu de Arte Moderna de Nova York, e ficou perfeita para a função que pretendo dar e ela: de ser um logo quando eu não estiver de bom humor ou escrever sobre assuntos que me tiram a paciência. Algo como, ‘Marcelo, o limão’. Bom, deixa pra lá…


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Vinha pensando sobre o que aconteceu em New Orleans. Não só pensando, mas lendo os relatos de várias fontes diferentes, assistindo na televisão (as aqui do Canadá, a CNN), etc. Mantenho o mesmo choque – vamos dizer – misturado com uma certa incredulidade perante as imagens de algo que pode ser definido como a ‘crônica de uma morte anunciada’, pois desde de 2001 já se dizia que os diques de contenção poderiam romper e nada se fez sobre isso.

Também o fato de que as principais vítimas são negros e pobres, aqueles que não tiveram como deixar a cidade a tempo, porque não tinham carro ou outro meio de fuga, é também simbólico (ou não) da desigualdade social que – apesar de tudo – impera no grande irmão do sul de onde estou temporariamente. A demora no reação do governo, a falta de preparação, tudo ocorreu porque as vítimas não eram wasps, e podiam ser consideradas collateral damage? Pergunta que todos tememos responder

Confesso também que me causa um certo desconforto ler algumas pessoas dizendo que foi bom (?) o que aconteceu em New Orleans, que foi algo como um castigo para os Estados Unidos, pelo seu comportamento imperialista e blá blá blá. Esse é um dos momentos em que ficar quieto seria a atitude mais adequada, infinitas vezes mais inteligente que dizer uma estupidez dessas. Não é preciso nem comentar mais uma idiotice dessas.

Anyway, uma das questões que foram levantadas em meio ao caos vigente é exatamente relacionada à preparação ou não do país para lidar com esse tipo de evento, e – por extensão – com possíveis ataques terroristas de grandes proporções, químicos ou biológicos. Ou o quando vier o ‘Big One’, o grande terremoto que vai “rachar” a Califórnia ao meio, e que é esperado para um futuro não muito distante.

Loucura, loucura.

Até.