Talvez esse não seja um assunto inédito por aqui.
Tem um vídeo no You Tube, de um show da School of Rock Benjamin POA, de outubro de 2023, em que o grupo do Performance, programa da escola para adolescentes até dezoito anos, com a Marina como vocalista, toca Johnny B. Goode, e que tem mais de vinte mil visualizações. Para um canal com cerca de duzentos e poucos assinantes, é um feito.
Não só isso.
Junto ao vídeo, há uma série de comentários, praticamente todos elogiosos. A exceção são um ou dois comentários feitos em russo, e que com a ajuda do Google Translator descobrimos que são negativos, de haters. A reação da Marina ao descobrir isso? Achou bem legal. Se tens haters, concluo eu, é porque tens relevância.
E aí desvio o assunto para uma característica do uso da Internet e das redes sociais, que é o anonimato. Certamente, quase a totalidade daqueles que fazem comentários negativos, muitas vezes destrutivos, jamais o faria pessoalmente. Destilam seu ódio e sua insatisfação como se estivessem sozinhos no mundo ou como se não houvesse consequências para aquilo que dizem. E o grave é não saberem que aquilo que está escrito tem um peso muito maior do que aquilo que é dito.
Aprendi há um bom tempo a ter MUITO cuidado com que eu escrevo quando em comunicação com alguém, seja por e-mail (como faziam os maias e os astecas) ou por aplicativos de mensagens. Aquilo que eu escrevo e envio para alguém não está mais sob meu controle. A pessoa ou as pessoas, que recebem a mensagem, podem entender algo diferente do que escrevi, interpretar errado, dar um sentido totalmente diferente daquilo que era originalmente a intenção. E isso não depende de quem e nem da intenção que tinha quem escreveu. A leitura rápida e corrida muitas e muitas vezes leva a intepretações equivocadas.
Da mesma forma que não entendo quem perde o seu precioso tempo comentando notícias, vídeos de opinião ou não, pessoas que “invadem” perfis de pessoas para criticarem a vida alheia. Muitas vezes apenas para agredir gratuitamente.
Ou que patrulham a vida alheia, e – com o argumento de serem politicamente corretos, e de respeitarem a todos – acabam sendo tiranos, querendo impor sua verdade e mesmo seu dialeto a todos, sob a ameaça de cancelamento...
No fundo, eu entendo, sim.
São pessoas que usam desses subterfúgios para escapar – ao menos por instantes – de suas vidas sem sentido, vazias, medíocres. É a atualização do mundo moderno para quem vai ao estádio de futebol não para assistir ao jogo, mas para apenas vociferar contra tudo e todos, até para jogadores que nem em campo estão (história real).
Tristes vidas, tristes vidas.
Até.