terça-feira, fevereiro 11, 2025

Leituras

Desde quase o final do ano passado, consegui tornar a leitura novamente um hábito em minha rotina. Já falei disso, ao longo dos anos havia deixado a rotina se colocar entre os livros e eu, fato esse que piorou quando as telas, as redes sociais surgiram. Havia me deixado sequestrar por elas. Minha culpa, minha máxima culpa.

 

Quebrei esse ciclo a partir de um esforço voluntário em reduzir minha exposição – na medida do possível – ao telefone celular e, consequentemente, às redes sociais. Essa, aliás, é para mim, uma preocupação cada vez maior. E falo como um dependente em recuperação. 

 

Uni, então, as duas situações, a necessidade que eu tinha de reduzir o tempo de telas (redes sociais) e voltar a ler. Livros físicos, de papel, comprados em livrarias, preferencialmente, apesar da facilidade (de que, sim, faço uso) da compra online pela Amazon, por exemplo. Outro fator motivador para a leitura foi o MusiClube de Leitura, que aconteceria na School of Rock Benjamin POA, mediado pela escritora Ana Carolina Machado e por mim, e que teve seu início adiado por enquanto. Como poderia eu ser um dos mediadores de um clube de leitura sem efetivamente ler? 

 

Não poderia.

 

Então, sob forte pressão auto exercida, voltei a ler, e se – conforme dizem – são necessários vinte e um dias para se adquirir um novo hábito, então – sim – voltei a ser um leitor, assim como há quase seis anos deixei de ser sedentário, pois esse é o período no qual tenho feito atividade física ininterruptamente.

 

Uma mudança de cada vez.

 

Queria, desde o início dessa crônica, falar de livros, confesso. Entre os livros que inicialmente fariam parte do primeiro ciclo de leituras do nosso clube, um foi excluído pela extensão: era muito longo para uma leitura mais ou menos rápida. Após as primeiras leituras de 2025 (Nexus, do Yuval Harari, entre eles), decidi começar a ler ‘Cidade em Chamas’, escrito por Garth Risk Hallberg, publicado em 2015.

 

Comecei a ler, sabendo que era longo, tipo setecentas páginas, na minha estimativa, de uma leitura cativante, um estilo de escrita que me agrada muito. Fala de Nova York dos anos setenta, arte, rock, punk, e é muito bom. Ao chegar na página trezentos e vinte, mais ou menos, e imaginar que me aproximava do meio do livro, percebi que não era bem assim. Fui conferir o número real de páginas.

 

Mil e quarenta páginas.

 

Li, até aqui, um terço do livro.

 

Está valendo à pena.

 

Por outro lado, e voltando a falar da adição às telas, acabei de ler, em meio à leitura de ‘Cidade em Chamas’, ‘Nação Dopamina’, da psiquiatra Anna Lembke, que tem como subtítulo ‘Porque o excesso de prazer está nos fazendo infelizes e o que podemos fazer para mudar’.

 

Vale a leitura, também.

 

Até.