Como é o esquecimento?
O ano de dois mil e vinte e cinco representa algumas datas importantes na (minha) história. Claro que, se pensarmos um pouco, todos os anos são assim, da mesma forma que todos os anos são, de uma forma ou outra, desafiadores e difíceis, bons e ruins, dependendo de nosso olhar.
Algumas dessas datas marcantes desse (meu) ano marcam até quarenta e cinco anos de alguns eventos, dos quais (ainda) tenho algumas lembranças, mais ou menos nítidas. Daqueles que completam quarenta anos, lembro bem mais, e – obviamente – quanto menos tempo passou desde o acontecimento, melhor lembro.
Mas a pergunta que me faço nessa segunda-feira de sol e calor é: o quanto as memórias que tenho desses eventos há muito ocorridos são realmente memórias do que ocorreu e quanto são memórias criadas ao longo do tempo? O quanto já esqueci e o quanto criei (inventei?) para mim? Para me sentir melhor, por exemplo.
Para alguns dos fatos, como o acidente de 1990, tenho escritos meus da época, além da história que contei muitas vezes para as pessoas. Mantemos (mantenho) a lembrança viva ao contá-la, ao relembrá-la, agora como fato histórico, bem resolvido. Revivo os fatos ao lembrar, sem julgamento nenhum sobre os acontecimentos.
Tenho pensado em escrever novamente, sem consultar o que escrevi anteriormente, sobre alguns dos fatos do meu passado. Por curiosidade mesmo, saber como vejo hoje e, para aqueles que tenho escritos prévios, como os via na época. Para entender um pouco mais quem eu era e como me tornei quem sou.
Até.