quinta-feira, fevereiro 27, 2025

Livros

Completei.

 

Quando retomei, depois de muito tempo, o hábito da leitura – literatura, e livros físicos – procurei estabelecer uma rotina de um mínimo de páginas lidas por dia. Deveria conseguir incluir ler livros entre as atividades do meu dia, aquelas úteis e as que me faziam perder tempo, como o tempo de tela, de redes sociais, minha atual preocupação. Para isso, dois pré-requisitos precisavam ser preenchidos: tinha que ser algo interessante, para me manter estimulado a continuar, e não poderia interferir com nada que fosse realmente importante.

 

O começo, como já contei aqui, foi impulsionado pelo projeto de clube de leitura que estávamos para lançar lá na School of Rock Benjamin POA, e que foi adiado por questões alheias à nossa vontade, mas não abandonado.  Os primeiros livros que li nessa retomada foram relacionados ao clube, os que seriam os primeiros livros que seriam discutidos: ‘Só Garotos’, da Patti Smith, ‘Alta Fidelidade’, do Nick Hornby, e ‘A Sonata a Kreutzer’, do Tolstói. Todos relacionados, de alguma forma, com a música. Os três entre novembro e dezembro. Li ainda, bem nos últimos momentos de 2024, ‘A Coragem de Ser Você Mesmo’, da Brené Brown.  

 

Empolgado com o ritmo de leitura que eu conseguira estabelecer, comecei o ano com ‘Nexus’, do Yuval Harari, de quem já havia lido ‘Sapiens’, ‘Homo Deus’ e ‘21 Lições para o Século 21’. Depois dele, o desafio real desse começo de ano, e que terminei ontem.

 

Cidade em Chamas, de Garth Hallberg.

 

Um livraço, em todos os sentidos. São 1040 (!!) páginas de uma história que te prende desde o início. Se passa em Nova York nos anos setenta, em uma fase complicada para a cidade e período do punk. E consegue te fazer sentir o espírito da cidade na época, a densidade ou não das relações, a falta de esperança do período pós-hippie.


Assim como quando li o ‘Só Garotos’, da Patti Smith, que se passa em parte nesse período, foi como se eu estivesse reencontrando personagens e de volta a um lugar onde estivera antes, como se tivesse vivido naquele tempo e convivido com aquelas pessoas. Uma estranha (e boa) familiaridade, como se eu tivesse voltado para casa, para um mundo em que pertenci, mesmo que uma impossibilidade temporal e geográfica.

 

Sei lá.

 

Até.