domingo, junho 15, 2025

A Sopa

Faz todo o sentido.

 

Sem precisar pensar muito, é óbvio que um congresso médico é como um show de temporada. É fonte (para mim, ao menos) de uma energia fantástica. É o momento maior, resultado de meses de preparação, de reuniões, debates, de tomadas de decisão, tudo para entregar um produto/evento que seja o melhor possível. E que seja cada melhor.

 

Foi assim mais uma vez nesses últimos dias.

 

O XII Congresso Gaúcho de Pneumologia, evento capitaneado pelas Presidentes da SPTRS e da SOCITORS, as queridas Manuela Cavalcanti – a Manu – e Fabíola Perin, e também pela Diretora Científica da SPTRS, a tão querida quanto Fernanda Spilimbergo, foi, em termos de organização, grade científica e qualidade dos convidados, muito bom mesmo. Assisti a praticamente todas as apresentações e revisei e aprendi com elas.

 

Além dos encontros com colegas e amigos, parte tão ou mais importante do que a ciência. Congressos médicos servem também para reencontrar aqueles com quem não temos a oportunidade de conversar no dia a dia, reforçar laços, e até aquilo que chamam de networking...

 

E eu com isso?

 

Como se fosse um presidente de federação de futebol no Brasil, analogia que me ocorreu apenas ontem, eu faço parte da Diretoria da Sociedade de Pneumologia do Rio Grande do Sul desde 2008, já tendo passado por praticamente todos os cargos possíveis. Fiz parte da Comissão Organizadora desse ano, mas bem mais na retaguarda, dando um palpite aqui e outro ali, a ponto de não ser justo me darem qualquer tipo de crédito pelo sucesso do evento: é todo de quem esteve na linha de frente, e sei (lembro) que nunca é fácil.

 

Como dizia, pareço um presidente de federação de futebol do Brasil, entocado em diretorias consecutivas da SPTRS desde 2008. Sou o mais antigo das últimas diretorias, talvez o mais longevo continuamente. Veterano, posso dizer, e está findando meu tempo, a tarde encerra mais cedo, meu mundo ficou pequeno e sou menor do que penso...

 

Quando a nova diretoria for eleita, não devo estar nela, dando lugar para os mais novos, movimento que tentei fazer na última eleição, mas fui convencido a ficar por mais uma gestão. Ao sair, tenho sentimentos algo conflitantes quanto a isso: a certeza de que é a hora certa, a tranquilidade de ter feito minha parte, de ter contribuído da melhor forma que pude dentro do espírito associativo, a serenidade de saber que tem gente muito boa por lá, e a certeza de que vou sentir saudades de fazer parte. Porque em essência sou alguém que gosta/precisa se sentir parte de algo maior.

 

Até.