Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
sexta-feira, setembro 16, 2005
Consultório Sentimental do Seu Sopa
Seu Sopa:
Ainda não fiz 18 anos, e namorei uma menina por três meses. Eu tinha certeza que ela era a mulher da minha vida, mas ela acabou o namoro comigo. Fiquei triste por semanas, até que ela veio falar comigo e disse que queria voltar para mim. Ficamos juntos de novo, mas agora tenho me perguntado se ela gosta mesmo de mim. O que você acha? Acho que a mágica se quebrou, mas não sei ao certo. Devo continuar com ela?
Apaixonado Aflito
Meu caro AA,
Não jogue sobre meus ombros essa imensa responsabilidade, dizer o que você deve fazer de sua vida! Mas lendo sua mensagem e suas dúvidas, lembrei de quando eu tinha sua idade, e de algumas certezas que temos quando somos tão jovens. Não duvido que ela seja a mulher de sua vida, podes estar certo, mas discordo que ela seja a única mulher de sua vida.
Não somos destinados a uma única pessoa no mundo. Sou da teoria de que – durante nosso tempo de vida – encontramos várias “pessoas” de nossa vida, e vamos acabar ficando com uma delas. Eu encontrei algumas, a última foi Isabella, com quem estive em Paris, mas não é de mim que estamos falando. Normalmente, por circunstâncias alheias à nossa vontade, não ficamos com a primeira que encontramos. O mais comum é sermos muitos jovens.
Acho que esse é o teu caso, ainda és jovem. O que não quer dizer que não possas encontrar já, agora, a pessoa que vai ser para sempre, a definitiva. Não é o mais provável, contudo, e digo o que digo já sabendo que não adianta nada te dizer isso, pois, quando terminar (se terminar) a história de vocês, vais sofrer, chorar, sentir-se sozinho, estranho, sem esperança até. É assim que os amores acabam, e é desse ponto que temos que renascer e nos preparar para começar de novo. É o ciclo dos nossos amores, um dos muitos ciclos da vida.
Mas não sei se ela gosta de ti, vou ser sincero, só que ninguém mais, além de ti, pode saber disso. Penso, contudo, que se tens dúvida é porque já sabes a resposta. Digo isso com respeito, mas não pena. A vida é assim, não temos que lamentar a vida.
Conversando com o Marcelo dias atrás, ele lembrou de uma história parecida com essa que ele viveu, e a música que sobrou no final da história dele, e que acho que tem tudo a ver com a tua situação. Chama-se “O Nosso Amor a Gente Inventa (Uma História Romântica)”.
O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor a gente inventa, inventa
O nosso amor a gente inventa, inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora do lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma estória romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu
Volto semana que vem,
Ombro Amigo
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Um comentário:
Muito bom esse texto, Marcelo.
Por que sera que eu nao li isso quando EU tinha meus 16-18 anos :P
Beijos
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