Escolhas e renúncias.
Ao longo do tempo, venho definindo, descobrindo, aprendendo, quais são minhas prioridades, aquilo que é importante para minha vida, e quais caminhos são os que considero mais certos que eu percorra. A partir dessas definições, da definição do que quero, tenho procurado ajustar a vida, através também de mudanças da rotina, de alguns hábitos e renunciando a outros, a esses objetivos os quais defini e sigo definindo. É um trabalho diário, esse da disciplina da mudança de hábitos.
De tempos em tempos, por razões diversas, podem ocorrer deslizes – digamos assim – e recaímos por um tempo a hábitos que não nos servem mais. O importante é reconhecer esses desvios do caminho e voltar à rota original.
Importante, também, é a noção de que as pessoas não precisam entender o caminho que escolhes, porque quase nunca elas terão como saber de forma completa as razões de nossas escolhas. Porque o que elas conhecem de nós sempre é uma parte do todo, um frame, uma ‘captura de tela’ de quem somos. E esperam que vivamos de acordo com sua expectativa baseada nessa parte do todo. Nem sempre será assim, nem sempre seremos o que esperam de nós porque somos muito mais que isso, muito mais que a superfície que elas veem.
Parte do crescimento – e entendo a ironia de alguém com mais de cinquenta anos falando em crescimento e amadurecimento quando eu imaginava já ter todas as respostas com essa idade – significa reconhecer e mostrar aos outros (ao mundo) que somos mais do que aquilo que todos veem na vitrine de nossas vidas, ou na vitrine da rede social, por exemplo.
Eu, como disse, tenho procurado fazer isso.
Reconheço, também, que cada escolha implica em renúncias, em abandonar, sendo extremo, uma vida que não faz mais sentido a quem somos hoje, renunciando também a potenciais benefícios envolvidos com o caminho do qual abrimos mão. É outro aprendizado. Mesmo que estejamos convictos de para onde estamos indo, às vezes olhar para aquilo de que abrimos mão pode nos fazer pensativos. É temporária, essa sensação de exclusão (e a sensação de ser excluído é das piores para mim), mas é preciso estar certo e tranquilo com o caminho e seguir.
Eu estou.
Até.