Não foi por causa da Jacque. Mas poderia ter sido.
Ontem, enquanto a Jacque e eu voltávamos para casa do trabalho, fizemos um parada para comprar alguns itens necessários para os gatos da casa. A loja, grande, tem entrada por um rua atrás e saída pela Av. Ipiranga. Então, fiz o trajeto usual para entrar no local. Ao ingressar na rampa para acessar o estacionamento, havia outro carro manobrando, voltado em minha direção.
Tranquila e educadamente, parei e esperei que ela (era uma motorista, informação irrelevante para a história) completasse a manobra. Só que ela permaneceu parada, e deu sinal de luz, para que eu entrasse. Foi quando percebi: ele planejava sair pela rota de entrada.
Em um fração de segundos cogitei genuinamente ficar ali, bloqueando a via de entrada para que ela não usasse como saída, e sinalizasse a ela que fizesse a rota de saída correta. Que eu tinha razão em fazer isso, em não compactuar com a (mínima, eu sei) infração que ela cometeria, porque – além de fazer o que é certo – não posso tolerar o errado. Até lembrei que o meu pai, em seus dias mais implicantes, provavelmente faria isso mesmo. E lembrei que sou assim também, bem implicante quando quero ser.
Mas não fiz, mesmo que – confesso – tenha me irritado um pouco com a situação, o que definitivamente não deveria acontecer, afinal não é sobre mim. No final, percebi e corrigi a tempo, estava esquecendo do meu mantra enquanto motorista.
Nunca é sobre mim.
Até.