“Eu sou vários, há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles.”
De, ou atribuída a, Nietzsche, essa frase se encaixa perfeitamente na forma que sempre entendi o mundo, e o meu mundo em particular. Desde os tempos em que procurava entender as diferentes personas que eu representava nos diferentes ambiente de convívio que frequentava, até o momento em que progressivamente passei a mostrar-me como único, resultado da soma de todas as partes que me compunham/compõe, a ideia de complexidade, de sermos seres complexos e potencialmente múltiplos, sempre foi muito presente para mim.
O mesmo sentido pode ser visto na leitura da Bíblia, em Marcos 5:9, em que o conceito aparece no dizer “Eu sou Legião, porque somos muitos”. Ali é um homem que Jesus encontra e que é atormentado por uma legião de demônios que está respondendo à pergunta de qual seu nome.
Uma das interpretações é de que devemos fazer esforço para buscar identidade e unidade, mesmo reconhecendo a multiplicidade de aspectos de nossa personalidade. Somos formados por muitas experiências diferentes, somos resultado de todas elas.
A missão que temos, então, é reconhecer o quão complexos somos, e buscar – na medida do possível – essa unidade que é o resumo, a síntese de tudo o que nos forma. Esse é um trabalho diário, de autoconhecimento e de identificação com os outros, que muitas vezes espelham características que fazem parte de quem somos.
Eu estou sempre com esses aspectos em vista.
Procuro estar sempre aprendendo.
Até.