Vale também para as amizades.
A letra de ‘Todo Amor que Houver Nessa Vida’, música composta pelo Cazuza e pelo Frejat e lançada em 1982 no primeiro disco do Barão Vermelho, começa dizendo que ‘Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida”, com o sentido de um amor doce (e leve, gosto de pensar) e marcado pela experiência. Acho uma ótima figura de linguagem, e que vale para outras dimensões da vida.
É o caso das amizades, como falei acima, e isso fica ainda mais evidente (para mim, para mim) nesses dias de final de ano em que as confraternizações, os encontros, ocorrem quase que diariamente, em que existe uma urgência em estar presente, em estar junto daqueles que nos são queridos, com quem temos alguma história e algum grau de afeição.
Nem sempre conseguimos nos reunir com todos aqueles que gostaríamos ou deveríamos, infelizmente. É da vida, paciência, e está tudo bem. As relações de afeto verdadeiras permanecem mesmo sem a presença física frequente, já aprendi.
As relações de afeto – independente do tempo de existência – devem ser leves, tranquilas (com sabor de fruta mordida). O estar junto deve ser um momento de paz, de conexão. Estar junto porque é bom para a alma estar junto. Se não foi possível por esses dias corridos, será em breve e será legal.
Em um momento de balanço, de encerramento de ciclo, como é esse final de dois mil e vinte cinco, justamente agora é a hora de estarmos em paz com o mundo, como se deitados em uma rede em uma tarde de verão.
Até.