segunda-feira, novembro 07, 2005

Mais sobre o exílio

Alguns assuntos me são recorrentes.

E eu gosto disso, mas isso pode ser tornar desagradável para os leitores. Azar, não posso fazer nada ou, melhor, posso, mas não nesse caso não vou. Já deixei de publicar texto seguindo conselho de amigos, e para não me incomodar, como no caso de texto em que eu começava afirmando que Hitler era tão humano quanto você, caro leitor, ou eu, e discutia sobre o assunto e sobre o holocausto.

Era um texto bem fundamentado e coerente, que falaria sobre o ser humano em geral e a violência, e que, se corretamente lido, não haveria uma voz de discordância sobre ele. Mas aí estava o problema: eu começaria o texto com uma provocação para prender a atenção, mas que resultaria em comentários raivosos indignados comigo, como na vez em que algumas pessoas pensaram que eu estava falando mal dos homossexuais.

O problema seria exatamente esse: cegas pela primeira afirmação que – repito – seria apenas para prender o leitor, não leriam o resto do texto, ou – se lessem – entenderiam algo totalmente diverso daquilo estaria efetivamente escrito. E eu seria taxado de nazista, sem dúvida. E jogariam pedras virtuais em mim por isso.

Mas isso não deve ser surpresa, alguém ler algo com raiva e deturpar o sentido daquilo que leu. Se calmas, tranquilas, boa parcela das pessoas que lêem não entendem o que leram, o que esperar de quando estão alteradas? Analfabeto funcional, é o nome que se dá a quem tem esse problema, e não são poucos. Por quê entre leitores de blogs isso não aconteceria? Acontece, sim, e muito.

Tergiversei, tergiversei, e não escrevi sobre nenhum dos meus assuntos recorrentes. Hoje seria alguma coisa sobre o exílio, mas não importa mais. Escrevi sobre outra coisa. Ou será que continuo me repetindo?

Sei lá.

Até.