Um domingo que começa em silêncio.
Enquanto as meninas dormem, como normalmente ocorre aos finais de semana, acordei, já tomei café da manhã e agora – dessa vez sem chimarrão, que vou fazer em breve – sento em frente ao computador para preparar essa Sopa de todos os domingos. É quase um ritual esse momento de silencio e introspecção matinal.
Tenho, e na última semana de forma mais intensa, olhado para trás, para o que passou, parcela cada vez maior em minha vida em comparação com o tempo que resta, a areia escorrendo na ampulheta que é a vida, mas sem sabermos o quanto ainda há para cair, quanto tempo ainda temos antes que ela (a areia, a vida) termine. A noção da finitude traz algumas urgências.
Essa noção de que há um fim, e que estamos caminhando em passos mais ou menos largos em sua direção, não é como uma nuvem negra que paira sobre nós, ou uma lâmina que está o tempo todo ali, suspensa sobre nós, como uma guilhotina, para a qualquer momento terminar com tudo. Não, longe disso. A noção da finitude traz, ou deveria trazer, a necessidade de simplificarmos a vida, descartarmos o que não é importante e nos desprendermos de amarras que nos seguram, que nos limitam.
Não perder tempo e não depositar uma carga emocional maior que a necessária em mínimas incomodações da rotina. Não devemos ficar remoendo pequenos problemas, e nem ficar querendo sempre aquilo que não temos. O ideal de vida seria ficarmos sempre em sintonia com o que realmente importa, mesmo em meio às atribuições – algumas sem sentido – nossas dos dias.
Nem sempre conseguimos focar apenas no que é importante e abstrair as mesquinharias ao redor, mas é dever tentar.
Até.