sexta-feira, agosto 01, 2025

Um Aluno Médio

Ontem, ao autografar para mim o seu mais recente livro, um colega médico que também foi meu professor na faculdade de medicina lembrou e me contou uma história que eu não conhecia e que, claro, me envolvia indiretamente. Contou ele que – há trinta e cinco anos – quando estive internado na UTI dos hospital onde trabalho até hoje, devido ao acidente de trânsito em que estive envolvido aos dezoito anos de idade, no segundo ano do curso de medicina, um outro professor, colega dele já falecido há alguns anos, comentou com ele que ‘o Tadday estava internado’, no que ele respondeu: ‘Quem, o Marcelo?’, e a tréplica foi ‘pessoas de origem europeu a gente chama pelo sobrenome’. 

 

Apesar de a família Tadday ter vindo, sim, da Alemanha no final do século dezenove (até onde sei, apesar não possuir os registros oficiais), ser considerado de origem europeia, ou chamado assim, me soa estranho, até porque nunca foi algo importante para mim. Mas não é essa a questão. Como, no segundo ano do curso de medicina, eu – um aluno médio, comum até – era conhecido pelos professores? Como sabiam quem eu era? O que traz à tona outras questões. 

 

O que as pessoas pensam de nós?

 

Qual o conceito que elas têm a nosso respeito?

 

Muito mais que uma preocupação, ou necessidade de validação externa, essa questão ainda é motivo de curiosidade para mim. Curiosidade mesmo. Saber se as pessoas te veem como tu te vês. Se as pessoas estão entendendo (não que isso seja necessário, mas é bom compartilhar isso com os outros, aqueles que são importante para ti) o teu caminho. 

 

Isso às vezes nos ajuda a nos manter no caminho desejado. E a corrigir rumos se necessário.

 

É aprendizado constante, esse.


Até.