terça-feira, agosto 12, 2025

Um Sonho e uma Referência

Tenho um sonho recorrente.

 

E é sobre a nossa antiga casa da praia, em Imbé, onde passei a quase totalidade dos verões de minha infância e adolescência, lugar onde vivi as histórias da Turma do Muro, referência ao muro da casa do Adriano, em frente à casa da Stefania, onde passávamos muito tempo reunidos, das tardes de sol às madrugadas, vindos de festas. Sonho com frequência que estamos de volta à casa, mas sei – durante o sonho – que a casa não é mais nossa e invariavelmente me pergunto por que razão estamos ali, onde não deveríamos estar.

 

Essa noite passada sonhei novamente com a casa, sabia que não deveríamos estar ali, e que a casa precisava de reformas, pintura e tratamento para cupins, e no sonho minha mãe explicava que podíamos estar ali (conhecia os donos que haviam nos emprestado a casa). Até meu pai apareceu no sonho, acordando após a siesta da tarde. Havia sol, e eu estava deitado na rede que ficava na área em frente à casa.

 

Acordei e, ao folhar o jornal enquanto tomava café da manhã, passei os olhos pelo obituário e vi que recentemente morreu um professor meu de literatura do segundo grau, e que foi paraninfo da nossa turma de Operador de Computador Diurno da Escoa Técnica de Comércio de 1988. Faleceu aos 88 anos, e percebi que ele, na época em que foi nosso professor, era mais novo que sou agora, e parecia bem mais velho do que acho que pareço agora. Ou será que as pessoas me veem como bem mais velho que acho que pareço?

 

Chegando ao consultório, lembrei que tenho amanhã cedo uma reunião virtual de trabalho, e – ao me dar conta de que amanhã é dia treze de agosto, e por obviedade hoje dia doze de agosto, não pude de deixar de lembrar que há trinta e cinco (!) anos foi o acidente de trânsito que me deixou treze dias na UTI...

 

Muitas referências, muitas histórias, muitas memórias. 


Até.