Eu convivo com meus demônios.
Não sou apenas eu, claro, todos temos um lado obscuro em nós, que está lá, contido pela nossa – digamos – humanidade, mas que tenta sair das profundezas de nosso ser e mostrar-se ao mundo. Nosso dever é controlar, ou impedir isso.
Domesticá-los.
Os demônios nossos de cada dia podem se manifestar de diferentes formas e em diferentes situações. No trânsito, no estádio de futebol, após algumas doses de bebida alcoólica, na internet. As redes sociais são um caldo de cultura bom para demônios interiores, principalmente pela sensação de impunidade. A civilização surge da sublimação de nossa selvageria, outra forma de chamar o mal que habita em nós.
O convívio social, os relacionamentos, são forma de manter nossos demônios em rédea curta. Conviver com pessoas e, mais, sair de nossa bolha, ajuda a nos tornarmos mais tolerantes e, com isso, menos selvagens.
Como eu dizia, eu tenho meus demônios pessoais, e eles com certa frequência incomodam. Sinto sua presença, cada vez mais facilmente identifico seu efeito em mim, e procuro neutralizar esse efeito prontamente. Nem sempre consigo com a agilidade e facilidade que eu gostaria, mas continuo trabalhando para isso.
Às vezes, tudo o que preciso é ficar quieto um pouco, respirar fundo, para voltar à razão e ver que nem tudo é tão complicado quanto eles tentam fazer parecer.
Até.