Uma confissão. Mais uma.
É evidente que esse espaço, que serve para eu muitas vezes pensar a (minha) vida, não substitui uma terapia, mas eventualmente ‘quebra o galho’ exatamente nessas reflexões que faço vez que outra. Verbalizar – escrever, no caso – serve para iniciar o processo de entendimento e – quem sabe – cura.
Tenho dificuldade em desapegar.
E não falo de objetos ou nada material. Quando confesso minha dificuldade em desapegar estou me referindo a pessoas, histórias e relacionamentos. Como se demorasse em demasia para entender que pessoas e situações passam, podem tornar-se obsoletas e sem sentido, e é assim mesmo, acontece com certa frequência na vida. Como se eu não aceitasse isso, que é fato corriqueiro. O que pode ter a ver com a importância que dou a pessoas e relações na minha vida.
Essa dificuldade em desapegar, deixar para lá, pode me levar a tentar manter ou reativar relações que já perderam seu timing, conexões que se perderam e não tem razão para serem retomadas. Um erro, sim, porque as pessoas mudam e a sintonia que porventura havia anteriormente pode não mais existir. Insistir em manter algo que não tem razão de ser traz apenas mágoa aos envolvidos.
Gostaria de ser mais pragmático e seguir em frente sem olhar para trás quando ocorre esse tipo de situação (e não estou me referindo a ninguém e a nenhum fato em especial). Seguir em frente, tocar a vida.
Demora um pouco, normalmente mais tempo do que eu gostaria, mas eventualmente acontece. Chega um momento que, sim, desapego.
E, com mais uma cicatriz que indica história vivida, sigo.
Até.