Saí de minha zona de conforto.
Como quem me conhece sabe, eu sou muito fã da minha zona de conforto e, ao contrário do que os coachs dizem por aí, é estando confortável que consigo avançar, progredir, crescer. Funciona para mim, não quer dizer que vai funcionar para outras pessoas, pois não existem fórmulas que se apliquem a todos. Somos únicos, mesmo que parecidos. Aquela coisa de “one size fits all” não é real...
Além disso, sou – em muitos aspectos da vida – conservador.
Conservador no sentido de que não gosto de mudanças, exceto aquelas as quais sou agente ativo, ou seja, as que são provocadas, desencadeadas por mim. De resto, se as coisas estão bem, por que mudá-las?
Por isso, e começo a revelar a motivação desse texto, passei mais de vinte anos cortando o cabelo com a mesma pessoa. Antes que você tenha tempo de qualquer piada relacionada a isso, vá para o inferno. Então, mais de vinte anos cortando o cabelo com a mesma pessoa, mesmo que em locais diferentes. Era chegar e dizer “como sempre”, e estava resolvido. Tranquilo, seguro.
Até que deixei a barba crescer, decidi ir a uma barbearia para tratá-la e, já que estava lá mesmo, cortar o cabelo. Após a barba aparada, perguntou o que fazer com o cabelo, no que respondi que não havia muito o que fazer. A resposta que recebi foi de que “há sim o que fazer, tens cabelo para isso”, o que me fez virar cliente. Se está pensando que gosto ser iludido, sim, é verdade, e vá para o inferno mais uma vez, antes que eu me esqueça.
Foi quando descobri que sei exatamente como quero que seja cortado o meu cabelo, pois passei a cortar no mesmo local, mas quem cortava foi modificando ao longo do tempo, e eu sempre conseguia orientar exatamente como queria. Até que criei uma relação de confiança com um dos barbeiros e, quando ele mudou de lugar, acabei o acompanhando. Tudo certo, tudo tranquilo.
Ontem, contudo, houve uma urgência.
Ao final do dia da terça-feira que passou, percebi que precisava cortar o cabelo e fazer a barba o quanto antes. Tentei agendar aonde sempre vou, mas não havia disponibilidade para essa semana. À tarde, ontem, uma medida desesperada: em um shopping de Porto Alegre, entrei em uma barbearia e, como havia disponibilidade, entrei.
Saí de minha zona de conforto.
Foi tenso, mas sobrevivi.
Até.
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