Escrever é uma responsabilidade muito grande.
Sexta-feira que passou, final do dia, quando recém havia terminado a minha semana de trabalho, ao chegar em casa, parei para acompanhar uma discussão em um dos diversos grupos de WhatsApp de que faço parte. Discussão acalorada, palavras fortes até. E eu só lendo e eventualmente fazendo comentários via mensagem privada para um dos integrantes do grupo. Foi então que lembrei de uma determinação e um aprendizado de muitos anos, com relação a e-mails e mensagens em geral.
Em primeiro lugar, aprendi – quando era Presidente da Sociedade de Pneumologia do RS – que e-mails de trabalho nunca devem ser lidos em uma sexta-feira no final do dia, por uma simples razão: qualquer que seja o problema de trabalho, não terá como ser resolvido durante o final de semana, mas estar ciente dele no final do expediente de sexta só vai causar ansiedade devido à impossibilidade de resolução do mesmo antes de segunda-feira. Vai gerar estresse, vai estragar o final de semana, o que aconteceu comigo algumas vezes.
À época, então, decidi (determinei a mim mesmo) não mais abrir meu e-mail nas sextas-feiras a partir do meio-dia. Isso era antes do tempo do WhatsApp, eu sei, mas acredito que ainda assim é possível criar estratégias para evitar esse tipo de situação, mesmo que algumas vezes seja inevitável. E vamos levando.
O outro aprendizado para a vida foi de que aquilo que escrevemos tem um peso infinitamente maior do que aquilo que falamos. Aconteceu, de forma meio traumática, quando eu escrevi um e-mail para um amigo dando uma opinião sincera, honesta e não agressiva, com o intuito de ajudar, mas que foi mal interpretada e que causou um mal-estar desnecessário. Não precisava. Fui ingênuo, mas aprendi a minha lição. Se é algo que pode ser sensível, ou quando estás de “cabeça quente”, espera um pouco, pensa bem, com cuidado.
Por isso, ao acompanhar a discussão no grupo na sexta-feira no final do dia, optei por não me manifestar, apesar de saber bem o que queria dizer, porque iria escrever e corria o risco de ser mal interpretado. Ou, talvez pior, dizer exatamente o que pensava e as pessoas entenderem exatamente aquilo que eu tinha vontade de dizer...
Fui prudente e fiquei na minha.
Inteligente, eu sei.
Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário