quarta-feira, setembro 18, 2024

Quarta-Feira Filosófica

Volto a falar sobre encaixar versus pertencer.

 

E falar de mim, que é – por óbvias razões – assunto principal desse espaço. Penso que, falando de mim, falo também das pessoas, versão em menor escala do ‘falar da aldeia para falar do mundo’. Esse é um momento, também, de parar e pensar.

 

Há um tempo, quando do relativamente curto período em que trabalhei no mundo corporativo, multinacional e tal, houve um acontecimento que foi ao mesmo tempo um evento do tipo ‘quebra de encanto’ e revelador, um acordar, um abrir de olhos. Não importa o acontecido, nada de grave ou irregular, mas uma mudança da minha percepção sobre a relação que eu tinha das coisas. E foi nesse momento em que parei de me sentir pertencendo ao ambiente e passei a me encaixar ali, porque era conveniente, pelas pessoas e pelos benefícios.

 

Foi natural, então, a constatação de que eu me desligaria da empresa em um futuro não muito distante, futuro esse que foi abreviado por fatores alheios a minha vontade, mas essa foi uma história que já contei aqui antes e, apesar de muitas pessoas acharem que minha saída resultou em algum tipo de mágoa de minha parte ou algo assim, não existiu isso. Não guardo nenhum tipo de ressentimento. Pelo contrário, recebi à época um pacote de benefícios muito bom. O que lamentei foi a perda da convivência com ótimos amigos que fiz, muitos dos quais já nem estão na empresa também...

 

Mas esse não é o assunto. 

 

Falava da sensação de pertencimento, e que faz um bom tempo que percebi a importância que esse sentimento tem para mim. Preciso me sentir parte de algo, ter um propósito. Sou um cara de turmas, de grupos, e a sensação (real ou imaginária) de ser excluído, não fazer parte, não é legal. Só que é da vida, eu sei. E sei também que não podemos ser parte de tudo, de todas as turmas, estar em todos os eventos. E está tudo bem, mesmo que algumas vezes eu quisesse que fosse diferente.

 

Até.

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