Analfabetismo funcional.
As pessoas falam muito na questão da educação básica no Brasil e os índices obtidos nos testes de aptidão e conhecimento aplicados em escolares. Que são ruins, todos sabemos. E sabemos também que o problema é antigo.
Muitas pessoas completaram seu processo de educação formal, anos iniciais, finais, ensino médio, curso superior, muitas vezes pós-graduações, e até hoje têm dificuldades de compreensão daquilo que leem. Impressiona. E assusta. Aprenderam a ler, leem, mas não entendem aquilo que estão lendo.
E volto ao problema das comunicações por escrito.
O velho cuidado na forma de comunicação por escrito: aquilo que está escrito é – de certa forma – eterno. Podemos pensar uma coisa, e pensar que escrevemos exatamente aquilo que originalmente pensamos, mas não temos controle sobre o quê aqueles que leem vão entender. E esse é um drama. Diferente da palavra falada, em que estamos nos comunicando diretamente com o interlocutor, e a entonação da voz e as expressões facial e corporal são parte do todo, quando escrevemos temos que confiar que o leitor vai entender nossa intenção, seja ela qual for.
E essa é – impressão minha – um dos grandes problemas das pessoas.
Apesar de saber ler, a dificuldade de compreender o que está escrito é imensa. Por mais que o que se escreva esteja correto, em termos tanto de ortografia quanto de gramática, as pessoas não conseguem entender. Isso sem considerar quando NÃO querem entender, o que também não é infrequente.
E a convivência se torna progressivamente mais difícil.
Nunca é fácil.
Até.
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