terça-feira, março 29, 2005

Não sou amigo o suficiente

Vou parecer antipático hoje.

Há muito anos amigos, existe entre nós, Márcio, Radica e eu, assim como acontece com qualquer grupo de amigos de muito tempo, algumas expressões, piadas e bricandeiras que são características nossas. Não exclusivas nem únicas, apenas típicas do nosso convívio. Normalmente são bem infantis, pois é justamente com os amigos que podemos ser muito infantis.

Como lá se vão vinte anos que convivemos, é natural que tenhamos muitas dessas expressões e brincadeiras e piadas. Algumas tornaram-se obsoletas e perderam a graça, outras continuam vivas e fortes. Uma delas tem relação com título deste texto, e é usada como forma de chantagem emocional ou apenas para incomodarmos um ao outro. Por exemplo, foi esta pergunta, “Será que és amigo o suficiente?” que usei como forma de chantagem para convencer o Márcio que a banda podia tocar sábado, dia que eu chego em Porto Alegre, sem ensaios, apenas com a passagem de som. E foi a mesma frase que ele usou para referir-se ao Radica (que mora hoje em dia em São Paulo) e a mim (que estou temporariamente aqui em Toronto), que não ficamos em Porto Alegre, onde mora. “Não fomos amigos o suficiente”.

Pois bem, de um forma geral, acho que não sou amigo o suficiente.

Por quê?

Porque eu não gosto e não respondo àqueles emails que mandam com um arquivo do Powerpoint com uma apresentação que pode ter música (e em geral tem) fotos de paisagens e uma mensagem que varia do ‘tenha um bom dia’ ao ‘já abraçou sua família hoje?’, passando por frases retiradas de livrinho de auto-ajuda atribuídas ao Dalai Lama. E que invarialvemente terminam com a mensagem “mande essa mensagem a todos os seus amigos, se você recebeu é porque alguém acha você especial”.

Pois bem, eu não me sinto especial por receber uma mensagem que alguém mandou para todo o seu catálogo de endereços, por melhor que tenha sido sua intenção. Nem o meu dia se ilumina quando recebo um email com fotos de criança e flores.

Aliás, na maioria da vezes, eu nem abro os anexos, deleto-os direto. Se alguém espera alguma resposta minha, ou que reencaminhe esse tipo de email, pode desistir, dificilmente vou fazer isso. Não digo que nunca vá fazer, até pode acontecer um dia, mas é muito difícil. Por quê?

Simplesmente porque sou extremamente pessoal. Ou seja, quando eu quero dizer o que sinto ou desejo ou penso de ou para alguém, eu faço isso ao vivo, cara a cara. Claro que às vezes, como agora, em que a geografia não favorece e, estando em hemisfério diferente, acabo utilizando o email (pessoal, para quem recebe) ou até o telefone.

Se, ao contrário de uma mensagem impessoal que mais cem pessoas vão receber também, mandasse apenas um email dizendo “Marcelo, tudo bem? Como estão as coisas? Por aqui…”, talvez aí realmente faria eu me sentir especial. E acho que não sou o único.

(essa mensagem não é endereçada a ninguém, pode ser considerada uma declaração de princípios)

4 comentários:

marcelo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Luly :) disse...

Oi, Marcelo!

Se o fato de não repassar essas mensagens faz a gente não ser amigo o suficiente, acho que eu não sou também!;o)

Bjo!

Luly :)

Anônimo disse...

Ih, acho que as vezes também não sou amigo o suficiente ... E agora ? Brincadeira. Eu sempre mando mensagem dizendo como tão as coisas e tal e ninguém me responde, então cansei ... bjs,

Anônimo disse...

Nao se preocupa nao, guri. Eu sou igualzinha. Nao me manda PPS nao que eu fico puta pra caramba. Eu odeio aquilo alem de deixar minha caixa de email CHEIA!

Beijo!