Esse foi o nome de um show do Nei Lisboa, há muitos anos atrás, em que comemorou dez anos de carreira. A referência aos "dez elefantes" deve ser pela crença geral de que os elefantes não esquecem, tem uma memória fantástica.
Eu sou meio elefante, neste sentido. Minha memória é muito boa para fatos, datas, números de telefone, nomes de pessoas, letras de música, etc. Sei, por exemplo, exatamente onde estava e o que fiz há exatos dez anos, no dia 08 de março de 1995. Mas, em verdade vos digo, não é preciso ser muito bom de memória para lembrar o que comemoramos hoje. E não me refiro ao Dia Internacional da Mulher.
Há dez anos atrás, num mesmo 08 de março, houve uma janta dos médicos-residentes do primeiro ano da Clínica Médica do Hospital São Lucas da PUCRS na casa do hoje neurologista Jefferson Becker. Quem cozinhou foi o Diovanne Berleze, meu cardiologista e padrinho de casamento.
Pois é, foi nesta janta que começou a minha história com a Jacque. Havíamos nos conhecido em janeiro do mesmo ano, quando começamos juntos a residência médica, eu em pneumologia e ela em endocrinologia, ambos fazendo o primeiro ano como pré-requisito em Clínica médica.
Nosso primeiro mês de namoro foi em segredo. Nenhum de nossos colegas de hospital sabia. Pouco mais de um ano depois, em março de 1996, no casamento do Caio e da Aline (em que éramos padrinhos), depois de tomar umas a mais, anunciei a todos o que eu já sabia desde o nosso segundo mês de namoro: iríamos nos casar. Mas não foi o efeito do álcool, não. Nesta altura, já estávamos reformando o apartamento onde iríamos morar e onde moramos até hoje (claro que por ora a Jacque esta tomando conta da nossa casa enquanto estou aqui em Toronto).
Casamos no dia 31 de agosto de 1996, com lua-de-mel em Buenos Aires.
Temos tido uma vida muito feliz juntos nestes dez anos, e construímos um relacao muito legal e muito forte. Tão forte que sempre soubemos que levaríamos com certa tranquilidade esse período de separação geográfica, eu no Canadá e ela em Porto Alegre. A saudade é a parte mais difícil, porque é muito bom quando estamos juntos, sempre. Como foi no final do ano entre Porto Alegre, Nova York e Toronto, no último final de semana em Atlanta, como vai ser em Porto Alegre em abril e assim sucessivamente.
Nestes dez anos juntos, viajamos muito, para muitos lugares.
De todos os lugares que visitamos, Paris é o mais significativo. Porque foi pela Jacque que aprendi a amar Paris, muito tempo antes de conhecê-la pessoalmente, de flanar pelos seus bulevares, de criar referências na cidade. Paris é uma festa, assim como tem sido nossa vida de casados.
Temos varias músicas que podemos chamar de “nossas”. Mas dentro do espírito da “Semana Nei Lisboa”, nada melhor que ‘Telhados de Paris’.
Venta
Ali se vê
Onde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outro país
Que me estranha mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
E de versos retos, corretos
O resto da paixão, reguei
Vai servir pra nós
O doce da loucura é teu, é meu
Pra usar à sós
Eu tenho os olhos doidos, doidos, já vi
Meus olhos doidos, doidos, são doidos por ti
3 comentários:
Oi, Marcelo!!
Gostei da história!!! Nem precisava dizer que vc tem uma memória de elefante... pelos seus posts cheios de detalhes, já deu pra perceber!!;o)
Bjo
Luly :)
Nei Lisboa tambem me traz muitas boas lembrancas. Principalmente essa musica Venta, minha favorita, sem duvida.
Abraco!
Foi mal Nei........Telhados de Paris...Favorita sim.
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