Algumas impressões que devo desenvolver com calma. Ou não.
1. O verdadeiro sentido da história só vai se revelar quando esta for analisada com a visão da perspectiva. Ao analisar o todo, poderemos entender o significado e conseqüências dos fatos do agora.
Lembrei disso ao me dar conta que só daqui a alguns anos vou ter a noção exata do significa estar passando esse tempo aqui em Toronto. Em termos profissionais, já tive algumas amostras, pequenas eu sei, mas significativas no seu simbolismo. Quanto às relações pessoais, as que ficaram e as que estão se construindo, o tempo vai mostrar a minha capacidade de criá-las e sedimentá-las a longo prazo, o que nada mais é que um reflexo de quem tenho sido e sou como pessoa.
2. Admiro sinceramente quem decide emigrar de seu país e começar uma vida nova. Tenho conhecido vários por aqui nesta condição: racionalmente, após pesarem prós e contras, optaram por viver em outro país, tornarem-se cidadãos, adotarem uma nova pátria.
Não deve ser fácil tomar essa decisão, mas fatores como violência urbana, qualidade de vida em geral, os faz deixarem o lugar que nasceram para viverem em uma nova cultura. É não terem o destino determinado por uma questão geográfica, de se sentirem obrigados a viver num local só porque nasceram lá. Muitos vão em busca da felicidade que talvez não encontrassem vivendo no Brasil.
3. Há alguns meses, recebi um e-mail que propunha um debate:
“Sei que estamos nos preparando para termos estabilidade financeira na vida, poder ter uma casa legal, conforto para a familia, viajar, se dar alguns luxos. Mas o que pergunto é o que faremos depois disso. O que faremos de especial para nossa comunidade, nossa cidade, nosso estado, nosso país (…) temos uma responsabilidade social, coletiva (…) Ficaremos em casa, fazendo discursos para 2 pessoas, após 3 garrafas de vinho?. (…) Pensemos em nosso papel”.
Tenho pensado nisso. Qual o nosso papel no mundo?
Tenho muito o que pensar, aliás.
4. Falando em pensar e em questões filosóficas, está confirmada para a primeira quinzena de abril, em Porto Alegre, uma edição especial das Quartas-feiras Filosóficas. Será apenas essa edição, mas elas devem retornar regularmente em 2007.
5. Sobre A Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo: a sua primeira versão canadense está marcada para 30/04/2005. Todos convidados. Inscrições abertas, é só deixar um recado aqui. Organização: Ana Célia e eu.
E você, já pensou no seu papel no mundo?
6 comentários:
Oi, Marcelo!
Aproveitando que vc falou sobre emigrar... será que vc conseguiria fazer uma análise sobre a vida aí no Canada, já que vc não tem "obrigação" de se adaptar? Acredito que sua análise seria muito válida e mais 'isenta' do que a dos imigrantes... Vc acha que realmente é um país em que vale a pena viver?
Eu, como futura imigrante, gostaria muito de saber sua opinião...;o)
Bjo
Luly :)
Luly,
Vou fazer, sim, boa idéia, um texto sobre o que um não-imigrante que está morando aqui acha do Canadá.
Vai ser mais uma opinião sobre o assunto, não sei se mais "isenta", afinal essa é uma questão bem pessoal, depende muito de cada um. Mas gostei da idéia e vou escrever. Valeu pelo comentário.
Oi Marcelo; Ainda não tiha olhado por esse lado, que vc está aqui temporariamente e com isso pode ter uma visão diferente ou não da nossa. Estou interessanda nesse seu próximo post. Oba a Sopa foi marcada ..... bjs,
Oi Marcelo,
Eu so vou te dar uma maozinha... o evento e' seu!!!! :)
Bjs,
Ana
Tbem quero ver esse seu post sobre imigrantes, gosto qdo vc escreve sobre esse tipo de tema.
Oi Marcelo,
Tentei comentar ontem, mas pensei que só quem tivesse blog poderia deixar comentário. Resolvi tentar hoje e vi que clicando em "other" eu poderia deixar o meu comentário.
Então, foi ótimo ter participado do encontro. Pena não ter podido conversar com você e outras pessoas que estavam mais distantes...
Eu só conhecia a Ana Célia e o Gean pessoalmente e, como eu não tenho blog, fiquei com vergonha de me apresentar aos outros.
Quanto ao nosso papel no mundo...é uma pergunta muito complexa.
Quando penso na sua pergunta logo me vem a cabeça outras perguntas: "Quem sou eu?" ; "Como me expresso no mundo?" ; "O que esperam de mim? ". Acredito que à medida que nos auto-conhecemos poderemos participar mais ativamente na sociedade e sermos melhores cidadãos. Cada um é responsável por suas próprias ações já que sua existência afeta a dos outros.
Não precisam ser grandes ações, um simples gesto de gratidão quando alguém lhes presta algum favor pode ser suficiente.
Já estou escrevendo demais e soando um pouco existencialista.
Até a próxima,
Mel
No meu caso eu imigrei porque me casei com um canadense. E foi uma decisao muito dificil, viu. E complicado voce largar faculdade, familia, amigos, cultura, e se mudar pra um lugar completamente diferente. Mas acho que, overall, estou feliz por aqui.
Pena nao poder ir a sua sopa, ja temos compromisso pro dia 29-30-31.
PS: Foi mal por meter uma palavra em ingles no meio da frase em portugues mas ultimamente tenho que fazer isso, ja que estou esquecendo muitas coisas em portugues :(
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