Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
quinta-feira, dezembro 31, 2009
domingo, dezembro 27, 2009
A Sopa 09/20
Litoral norte do Rio Grande do Sul.
Os próximos dias serão de poucas atividades. Tomar café da manhã com a família, ler os jornais do dia com calma, uma caminhada na praia se o tempo permitir, o chimarrão de antes do almoço, a siesta após. Sem maiores preocupações com outras atividades que além de observar a Marina brincar na areia, correr na grama, essas coisas.
O recesso de final de ano, provavelmente a única folga que faremos no verão serve para isso mesmo, não fazer nada e preparar o ano que começa no final da semana.
As perspectivas para 2010 são boas, e espero terminar o ano que vem da mesma forma que termina 2009: com a sensação do dever cumprido.
Valeu.
Até.
Os próximos dias serão de poucas atividades. Tomar café da manhã com a família, ler os jornais do dia com calma, uma caminhada na praia se o tempo permitir, o chimarrão de antes do almoço, a siesta após. Sem maiores preocupações com outras atividades que além de observar a Marina brincar na areia, correr na grama, essas coisas.
O recesso de final de ano, provavelmente a única folga que faremos no verão serve para isso mesmo, não fazer nada e preparar o ano que começa no final da semana.
As perspectivas para 2010 são boas, e espero terminar o ano que vem da mesma forma que termina 2009: com a sensação do dever cumprido.
Valeu.
Até.
sábado, dezembro 26, 2009
sexta-feira, dezembro 25, 2009
quinta-feira, dezembro 24, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
Envelhecer
É do Arnaldo Antunes uma das músicas mais bonitas que ouvi nos últimos tempos e que tem tudo a ver com o que eu venho escrevendo por aqui: a passagem do tempo.
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer…
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não pára de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer…
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não pára de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
segunda-feira, dezembro 21, 2009
A Sopa 09/19
A passagem do tempo.
Como todos aqueles que lêem essa Sopa há algum tempo ou que me conhecem um pouco mais além da superfície do dia-a-dia sabem, sou fascinado pela passagem do tempo, seus efeitos e conseqüências. Da mesma forma, ou por isso mesmo, tenho por característica pessoal recordar datas e eventos, e refletir – a partir dos mesmos – sobre a vida em geral.
Imagine, então, caro leitor, o que significou, para mim, completar quinze anos de formado. Isso aconteceu na quinta que passou, dia 17/12/2009, e foi marcada por um encontro de ex-colegas que eu não organizei. Por mais que alguém possa dizer o contrário, não fui eu o organizador. Eu apenas mandei os e-mails e reservei o restaurante, mas nunca me senti organizador. Claro que isso pode ter sido um mecanismo de defesa para, caso o encontro tivesse sido um fracasso, eu não me sentisse mal...
Foi um encontro leve, divertido, com a presença de colegas que – em um primeiro momento – não acreditava que fossem comparecer. Muitos de nós com os filhos juntos, acabamos “tomando conta” de boa parte do restaurante. Relembramos histórias da época da faculdade, celebramos quem não está mais entre nós em definitivo e quem não estava ali circunstancialmente. Foi uma noite daquelas em que só temos boas sensações. Valeu mesmo.
Fui forçado, em virtude da data, a pensar em quem eu era há quinze anos atrás e quem sou hoje em dia, e confesso que os caminhos percorridos foram – sim – inesperados em muitos aspectos, e de forma positiva. Como escrevi na sopa da semana passada, reforçou a sensação do dever cumprido, e de estar no caminho certo.
Tranquilo, porque a caminhada é longa.
Até.
Como todos aqueles que lêem essa Sopa há algum tempo ou que me conhecem um pouco mais além da superfície do dia-a-dia sabem, sou fascinado pela passagem do tempo, seus efeitos e conseqüências. Da mesma forma, ou por isso mesmo, tenho por característica pessoal recordar datas e eventos, e refletir – a partir dos mesmos – sobre a vida em geral.
Imagine, então, caro leitor, o que significou, para mim, completar quinze anos de formado. Isso aconteceu na quinta que passou, dia 17/12/2009, e foi marcada por um encontro de ex-colegas que eu não organizei. Por mais que alguém possa dizer o contrário, não fui eu o organizador. Eu apenas mandei os e-mails e reservei o restaurante, mas nunca me senti organizador. Claro que isso pode ter sido um mecanismo de defesa para, caso o encontro tivesse sido um fracasso, eu não me sentisse mal...
Foi um encontro leve, divertido, com a presença de colegas que – em um primeiro momento – não acreditava que fossem comparecer. Muitos de nós com os filhos juntos, acabamos “tomando conta” de boa parte do restaurante. Relembramos histórias da época da faculdade, celebramos quem não está mais entre nós em definitivo e quem não estava ali circunstancialmente. Foi uma noite daquelas em que só temos boas sensações. Valeu mesmo.
Fui forçado, em virtude da data, a pensar em quem eu era há quinze anos atrás e quem sou hoje em dia, e confesso que os caminhos percorridos foram – sim – inesperados em muitos aspectos, e de forma positiva. Como escrevi na sopa da semana passada, reforçou a sensação do dever cumprido, e de estar no caminho certo.
Tranquilo, porque a caminhada é longa.
Até.
sábado, dezembro 19, 2009
quinta-feira, dezembro 17, 2009
terça-feira, dezembro 15, 2009
A Sopa 09/18
Em débito com meus escritos.
Pensei em dizer em débito comigo, mas estaria falseando a verdade. Nunca estive tão tranquilo comigo mesmo quanto agora. E, como os meus escritos não são nada além de partes de mim, é um paradoxo estar “em débito” e “tranquilo” ao mesmo tempo. Então devo reformular: apenas não tenho conseguido materializar os meus escritos, que existem, são criados e vividos diuturnamente, ainda etéreos, esperando a materialização que certamente virá em breve, muito breve.
Comecei, há poucas horas, a desacelerar.
O que significa que o ano está a terminar, término esse que se estenderá pelos próximos quinze dias. Serão dias de encontros, comidas, celebrações, brindes. Mais uma vez não será possível reunir todos aqueles que deveriam estar próximos nesses dias, e são circunstâncias da vida. Paciência.
Como não acontecia há muito tempo (será mesmo?) estou com a sensação do dever cumprido. Fiz a minha parte, e posso dormir tranquilo.
Tem coisa melhor que isso?
Até.
Pensei em dizer em débito comigo, mas estaria falseando a verdade. Nunca estive tão tranquilo comigo mesmo quanto agora. E, como os meus escritos não são nada além de partes de mim, é um paradoxo estar “em débito” e “tranquilo” ao mesmo tempo. Então devo reformular: apenas não tenho conseguido materializar os meus escritos, que existem, são criados e vividos diuturnamente, ainda etéreos, esperando a materialização que certamente virá em breve, muito breve.
Comecei, há poucas horas, a desacelerar.
O que significa que o ano está a terminar, término esse que se estenderá pelos próximos quinze dias. Serão dias de encontros, comidas, celebrações, brindes. Mais uma vez não será possível reunir todos aqueles que deveriam estar próximos nesses dias, e são circunstâncias da vida. Paciência.
Como não acontecia há muito tempo (será mesmo?) estou com a sensação do dever cumprido. Fiz a minha parte, e posso dormir tranquilo.
Tem coisa melhor que isso?
Até.
sábado, dezembro 12, 2009
quinta-feira, dezembro 10, 2009
segunda-feira, dezembro 07, 2009
A Sopa 09/17
(Uma Sopa requentada, de cinco anos atrás, enquanto lido com final de semestre e pacientes internados e reuniões e aniversários e outras correrias)
Em casa.
Foi longa a viagem até aqui. Saí de Toronto na sexta-feira às 7h15 (hora local) e fui chegar em Porto Alegre no sábado às 10h15, horário de Brasília. Acertando o fuso, foram 24 horas em trânsito.
Depois que consegui embarcar em Toronto, foi tranqüilo. Para tal, foi necessária uma longa espera numa muito longa fila para passar pela imigração. Parecia que todo mundo estava deixando a cidade em busca de temperaturas das mais amenas do sul. Havia chegado duas horas antes do horário no aeroporto, mas faltando cinco (!) minutos para a hora de saída eu ainda estava na fila para mostrar meu passaporte ao oficial da imigração e ter que explicar que eu iria parar em Miami apenas para esperar meu vôo seguinte e o que eu ia fazer no Brasil.
Após passar pela imigração, saí rapidamente em direção à próxima etapa, passar minha mochila pelo RX e ter que tirar as botas para passar no detector de metais. Passei, coloquei-as de volta e, sem amarrá-las, saí correndo em direção ao portão de embarque. No caminho, para não cair, parei para amarrar os cadarços. Neste momento, ouvi nos alto-falantes chamarem vários nomes, o meu incluído, como última chamada para embarque... Tudo certo, me acomodei, e ouvimos o recado do piloto dizendo que iríamos atrasar por culpa da imigração americana.
Vôo tranqüilo até Miami e, chegando lá, cerca de cinco ou seis horas de espera até o vôo para São Paulo. Não tive dúvidas: deixei minha mochila num depósito, peguei um táxi, e fui para Miami Beach.
Lá, dei umas voltas, observei o movimento de pessoas circulando com pouca roupa, sentadas nos restaurantes na Ocean Drive, tomando drinks coloridos, comendo lagostas e fumando charutos. Parece um chavão, ou um código de postura. Sexta-feira à tarde, de folga em Miami Beach, comer lagosta e fumar charuto. Tirei algumas fotografias, tomei um suco. Parecia um alienígena, carregando o meu casacão que dava calor só de olhá-lo, em contraste com os "locais" em trajes de verão bem mais compatíveis com os 26ºC de temperatura. Mas serviu para readaptar o olhar para o mundo latino, bem mais sensual do que o do norte da América...
De volta ao aeroporto, mais uma pequena espera para o vôo até São Paulo, que foi tranqüilo e, de certa forma rápido. Depois da espera em São Paulo, já no sábado de manhã, uma hora e quinze até Porto Alegre, passada relâmpago no free-shop a mala que demorou a sair do avião e passagem direta pela alfândega, sem nenhuma inspeção.
Ao sair, cartazes, balões, festa, fotos e sorrisos me esperando. Uma recepção muito melhor do que sequer imaginava, e a boa sensação de estar em casa, de onde parecia que nunca tinha saído.
Esse, um pensamento recorrente durante toda a viagem: de que o tempo, quando visto retrospectivamente, passa muito rápido. A estranha sensação de que nunca saí de casa, a impressão de que tudo - os últimos três meses e meio - não foi real.
Foi por isso que passei o dia ontem com uma camiseta comprada em Toronto. Para lembrar que isso tudo (e muito mais, o que vem pela frente) é bem real. E a certeza de que - não importa para onde a vida me leve, nem por quanto tempo - eu tenho um lugar para voltar. Eu tenho referências e uma história.
E nada pode ser maior que isso.
Até.
Em casa.
Foi longa a viagem até aqui. Saí de Toronto na sexta-feira às 7h15 (hora local) e fui chegar em Porto Alegre no sábado às 10h15, horário de Brasília. Acertando o fuso, foram 24 horas em trânsito.
Depois que consegui embarcar em Toronto, foi tranqüilo. Para tal, foi necessária uma longa espera numa muito longa fila para passar pela imigração. Parecia que todo mundo estava deixando a cidade em busca de temperaturas das mais amenas do sul. Havia chegado duas horas antes do horário no aeroporto, mas faltando cinco (!) minutos para a hora de saída eu ainda estava na fila para mostrar meu passaporte ao oficial da imigração e ter que explicar que eu iria parar em Miami apenas para esperar meu vôo seguinte e o que eu ia fazer no Brasil.
Após passar pela imigração, saí rapidamente em direção à próxima etapa, passar minha mochila pelo RX e ter que tirar as botas para passar no detector de metais. Passei, coloquei-as de volta e, sem amarrá-las, saí correndo em direção ao portão de embarque. No caminho, para não cair, parei para amarrar os cadarços. Neste momento, ouvi nos alto-falantes chamarem vários nomes, o meu incluído, como última chamada para embarque... Tudo certo, me acomodei, e ouvimos o recado do piloto dizendo que iríamos atrasar por culpa da imigração americana.
Vôo tranqüilo até Miami e, chegando lá, cerca de cinco ou seis horas de espera até o vôo para São Paulo. Não tive dúvidas: deixei minha mochila num depósito, peguei um táxi, e fui para Miami Beach.
Lá, dei umas voltas, observei o movimento de pessoas circulando com pouca roupa, sentadas nos restaurantes na Ocean Drive, tomando drinks coloridos, comendo lagostas e fumando charutos. Parece um chavão, ou um código de postura. Sexta-feira à tarde, de folga em Miami Beach, comer lagosta e fumar charuto. Tirei algumas fotografias, tomei um suco. Parecia um alienígena, carregando o meu casacão que dava calor só de olhá-lo, em contraste com os "locais" em trajes de verão bem mais compatíveis com os 26ºC de temperatura. Mas serviu para readaptar o olhar para o mundo latino, bem mais sensual do que o do norte da América...
De volta ao aeroporto, mais uma pequena espera para o vôo até São Paulo, que foi tranqüilo e, de certa forma rápido. Depois da espera em São Paulo, já no sábado de manhã, uma hora e quinze até Porto Alegre, passada relâmpago no free-shop a mala que demorou a sair do avião e passagem direta pela alfândega, sem nenhuma inspeção.
Ao sair, cartazes, balões, festa, fotos e sorrisos me esperando. Uma recepção muito melhor do que sequer imaginava, e a boa sensação de estar em casa, de onde parecia que nunca tinha saído.
Esse, um pensamento recorrente durante toda a viagem: de que o tempo, quando visto retrospectivamente, passa muito rápido. A estranha sensação de que nunca saí de casa, a impressão de que tudo - os últimos três meses e meio - não foi real.
Foi por isso que passei o dia ontem com uma camiseta comprada em Toronto. Para lembrar que isso tudo (e muito mais, o que vem pela frente) é bem real. E a certeza de que - não importa para onde a vida me leve, nem por quanto tempo - eu tenho um lugar para voltar. Eu tenho referências e uma história.
E nada pode ser maior que isso.
Até.
sábado, dezembro 05, 2009
terça-feira, dezembro 01, 2009
O Grêmio, sacola de pano e o Cirano de Bergerac
Por AIRTON GONTOW*
Aconteceu na manhã de ontem, 29 de novembro, no mercado ver-o-peso, na bela Belém do Pará.
No último dia de uma rápida viagem a trabalho, encontrei tempo para fazer compras pessoais e, claro, procurar alguns presentinhos para a família.
Ao chegar a uma banca de bolsas, vi que havia duas interessantes.
Uma era colorida e muito bonita. E tinha a cara da minha mulher!
A outra, embora também tivesse lá a sua beleza, era menos encantadora e, definitivamente, não fazia o estilo da minha esposa!
Infelizmente, um jornalista – o jovem repórter Rafael Seixas, do jornal "A Crítica", de Manaus, chegou um pouco antes. O rapaz descobriu as duas bolsas e decidiu que levaria uma. Olhou para mim e disse: "Eu não tenho bom gosto para este tipo de coisa. Qual você acha mais bonita?"
Meu coração bateu forte. Pensei em dar a resposta errada. Dizer que a mais bela era justamente a bolsa que eu não queria levar. O presente era para a mulher!
Olhei para o repórter amazonense e disse, ainda que com dor no coração: "a mais bonita, sem dúvida, é a colorida."
Por que eu disse a verdade? A resposta é simples e até óbvia: porque era o correto, independente do meu desejo.
Penso nesta pequena história vivenciada ontem diante do dilema de qual deve ser a atitude do meu Grêmio no decisivo jogo de domingo, contra o Flamengo, no Maracanã: o Grêmio deve entrar com o time titular contra a equipe carioca, lutar com todas as suas forças para empatar ou ganhar e, indubitavelmente, dar o título de campeão brasileiro ao grande e tradicional adversário? Ou deve entregar o jogo para não ajudar a dar mais uma glória ao terrível e centenário rival?
Para mim não há discussão. O Grêmio deve jogar com toda a sua tradicional garra e matar-se em campo em busca da vitória, ainda que o Inter conquiste pela quarta vez o título brasileiro.
Não importa que o Inter tenha jogado com o time reserva no ano passado contra o São Paulo, ainda que em contexto completamente diferente, já que disputava simultaneamente a taça sul-americana; não importa que o diretor Fernando Carvalho, não bastasse a trapalhada que fez no ano passado, com a história do vídeo denúncia, já tenha voltado a falar bobagens; não importa que, com mais essa conquista, o colorado gaúcho aumentará consideravelmente o seu já espantoso número de associados, venderá mais camisetas e diminuirá a desvantagem que tem em número de torcedores em relação ao Grêmio.
Não importa nem mesmo a opinião momentânea da maioria da torcida gremista, que é favorável à entrega da partida.
O Grêmio deve buscar a vitória ou empate contra o Flamengo porque – apenas isso – essa é a atitude correta.
Independentemente dos nossos desejos e sentimentos.
Como gremista, só detesto o Internacional porque o respeito como adversário.
E certamente há apenas um time que respeito mais que o grande rival.
Este time é o Grêmio.
E por respeitar o meu imortal tricolor exijo a dedicação total na partida do Maracanã.
Além disso, convenhamos, mesmo com o quarto título brasileiro os colorados não vão poder se vangloriar por estarem em vantagem em relação ao Grêmio.
Terão quatro Brasileiros e uma Copa do Brasil contra dois títulos do Brasileiro e quatro Copas do Brasil gremistas.
E uma Taça Libertadores contra duas do Grêmio.
Os colorados gostam de tripudiar em cima das quedas gremistas para a segunda divisão do país, mas é justamente aí que mora a principal diferença entre os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul.
Por maior que seja, o Internacional não tem a dimensão épica gremista.
Não tem a incrível história do goleiro Eurico Lara.
Não tem títulos importantes conquistados no estádio do adversários.
Não tem a Batalha dos Aflitos.
O que poderia ser desonra, para nós, gremistas, é motivo de filme!
Que outra torcida no mundo tem, no fundo, mais orgulho de uma inacreditável conquista na Segunda Divisão arrancada com sangue, suor e lágrimas, com sete jogadores, em um acanhado de Recife, que do título mundial, conquistado em Tóquio?
O jogo do Maracanã, com todos seus dilemas, poderá ser uma nova Batalha dos Aflitos na memorável e história gremista.
Vencer e dar o título ao maior adversário, apesar da maior rivalidade do país, segundo votação recente entre jornalistas esportivos de todo o Brasil.
A dor de ser digno e dar o título ao inimigo.
A tristeza de ouvir os rojões colorados infernizando durante toda a noite o sono dos gremistas.
A tristeza – e o orgulho – de ser um Cirano de Bergerac. Ajudar o rival na conquista da mulher amada. Com digna e bela melancolia.
É preciso lutar – com garra e espada mosqueteira no Maracanã.
É melhor não dormir devido ao barulho ensurdecedor dos vermelhos, do que ter o sono estragado pela vergonha de não ter jogado com dignidade.
É melhor aguentar o rival que sucumbir aos nossos mais primitivos anseios, como o de "entregar" a partida.
Que atender ao grito desesperado e irracional da maioria.
Vamos fazer o que é certo, Grêmio!
Melhor assim, que ver-o-peso doendo na nossa consciência e manchando nossa história épica e inigualável.
*Airton Gontow é jornalista e cronista
P.S – Espero que o Grêmio lute com todas as forças contra o Flamengo mas vou, como todos nós gremistas, torcer pela vitória da equipe carioca. E claro, também pelo Santo André. Já pensou se o Grêmio empata e o Inter não vence, mesmo no Beira-Rio? Seria demais para esse pobre e velho coração tricolor...
Fonte: Aqui
Aconteceu na manhã de ontem, 29 de novembro, no mercado ver-o-peso, na bela Belém do Pará.
No último dia de uma rápida viagem a trabalho, encontrei tempo para fazer compras pessoais e, claro, procurar alguns presentinhos para a família.
Ao chegar a uma banca de bolsas, vi que havia duas interessantes.
Uma era colorida e muito bonita. E tinha a cara da minha mulher!
A outra, embora também tivesse lá a sua beleza, era menos encantadora e, definitivamente, não fazia o estilo da minha esposa!
Infelizmente, um jornalista – o jovem repórter Rafael Seixas, do jornal "A Crítica", de Manaus, chegou um pouco antes. O rapaz descobriu as duas bolsas e decidiu que levaria uma. Olhou para mim e disse: "Eu não tenho bom gosto para este tipo de coisa. Qual você acha mais bonita?"
Meu coração bateu forte. Pensei em dar a resposta errada. Dizer que a mais bela era justamente a bolsa que eu não queria levar. O presente era para a mulher!
Olhei para o repórter amazonense e disse, ainda que com dor no coração: "a mais bonita, sem dúvida, é a colorida."
Por que eu disse a verdade? A resposta é simples e até óbvia: porque era o correto, independente do meu desejo.
Penso nesta pequena história vivenciada ontem diante do dilema de qual deve ser a atitude do meu Grêmio no decisivo jogo de domingo, contra o Flamengo, no Maracanã: o Grêmio deve entrar com o time titular contra a equipe carioca, lutar com todas as suas forças para empatar ou ganhar e, indubitavelmente, dar o título de campeão brasileiro ao grande e tradicional adversário? Ou deve entregar o jogo para não ajudar a dar mais uma glória ao terrível e centenário rival?
Para mim não há discussão. O Grêmio deve jogar com toda a sua tradicional garra e matar-se em campo em busca da vitória, ainda que o Inter conquiste pela quarta vez o título brasileiro.
Não importa que o Inter tenha jogado com o time reserva no ano passado contra o São Paulo, ainda que em contexto completamente diferente, já que disputava simultaneamente a taça sul-americana; não importa que o diretor Fernando Carvalho, não bastasse a trapalhada que fez no ano passado, com a história do vídeo denúncia, já tenha voltado a falar bobagens; não importa que, com mais essa conquista, o colorado gaúcho aumentará consideravelmente o seu já espantoso número de associados, venderá mais camisetas e diminuirá a desvantagem que tem em número de torcedores em relação ao Grêmio.
Não importa nem mesmo a opinião momentânea da maioria da torcida gremista, que é favorável à entrega da partida.
O Grêmio deve buscar a vitória ou empate contra o Flamengo porque – apenas isso – essa é a atitude correta.
Independentemente dos nossos desejos e sentimentos.
Como gremista, só detesto o Internacional porque o respeito como adversário.
E certamente há apenas um time que respeito mais que o grande rival.
Este time é o Grêmio.
E por respeitar o meu imortal tricolor exijo a dedicação total na partida do Maracanã.
Além disso, convenhamos, mesmo com o quarto título brasileiro os colorados não vão poder se vangloriar por estarem em vantagem em relação ao Grêmio.
Terão quatro Brasileiros e uma Copa do Brasil contra dois títulos do Brasileiro e quatro Copas do Brasil gremistas.
E uma Taça Libertadores contra duas do Grêmio.
Os colorados gostam de tripudiar em cima das quedas gremistas para a segunda divisão do país, mas é justamente aí que mora a principal diferença entre os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul.
Por maior que seja, o Internacional não tem a dimensão épica gremista.
Não tem a incrível história do goleiro Eurico Lara.
Não tem títulos importantes conquistados no estádio do adversários.
Não tem a Batalha dos Aflitos.
O que poderia ser desonra, para nós, gremistas, é motivo de filme!
Que outra torcida no mundo tem, no fundo, mais orgulho de uma inacreditável conquista na Segunda Divisão arrancada com sangue, suor e lágrimas, com sete jogadores, em um acanhado de Recife, que do título mundial, conquistado em Tóquio?
O jogo do Maracanã, com todos seus dilemas, poderá ser uma nova Batalha dos Aflitos na memorável e história gremista.
Vencer e dar o título ao maior adversário, apesar da maior rivalidade do país, segundo votação recente entre jornalistas esportivos de todo o Brasil.
A dor de ser digno e dar o título ao inimigo.
A tristeza de ouvir os rojões colorados infernizando durante toda a noite o sono dos gremistas.
A tristeza – e o orgulho – de ser um Cirano de Bergerac. Ajudar o rival na conquista da mulher amada. Com digna e bela melancolia.
É preciso lutar – com garra e espada mosqueteira no Maracanã.
É melhor não dormir devido ao barulho ensurdecedor dos vermelhos, do que ter o sono estragado pela vergonha de não ter jogado com dignidade.
É melhor aguentar o rival que sucumbir aos nossos mais primitivos anseios, como o de "entregar" a partida.
Que atender ao grito desesperado e irracional da maioria.
Vamos fazer o que é certo, Grêmio!
Melhor assim, que ver-o-peso doendo na nossa consciência e manchando nossa história épica e inigualável.
*Airton Gontow é jornalista e cronista
P.S – Espero que o Grêmio lute com todas as forças contra o Flamengo mas vou, como todos nós gremistas, torcer pela vitória da equipe carioca. E claro, também pelo Santo André. Já pensou se o Grêmio empata e o Inter não vence, mesmo no Beira-Rio? Seria demais para esse pobre e velho coração tricolor...
Fonte: Aqui
segunda-feira, novembro 30, 2009
Entregar (estragar) o jogo
O Flamengo deve ser o campeão brasileiro de 2009.
Joga na última rodada com o Grêmio, o co-irmão do Internacional, cuja torcida gritou ao final do jogo de ontem "Entrega, entrega", pedindo para que o time azul protagonize um vexame histórico apenas para não dar ao Inter a chance de vencer.
Nem precisaria pedir para "entregarem o jogo", afinal de contas o Grêmio não ganhou nenhuma partida fora de casa em todo o campeonato (com exceção de uma vitória sobre o agora rebaixado Náutico). Não ia ser no Maracanã lotado, com o Flamengo precisando vencer para ser campeão, que iria conseguir o feito de ao menos empatar.
De qualquer forma, a declaração do Souza, meio-campista tricolor, que se admitiu a possibilidade de o time "facilitar o jogo" se a direção der a ordem, revela-se de uma estupidez e ausência de caráter grotescas, dignas de ser banido do esporte.
Mas isso aqui é Brasil, e não seria agora que uma declaração dessas causaria espanto ou reação de alguém.
Até.
Joga na última rodada com o Grêmio, o co-irmão do Internacional, cuja torcida gritou ao final do jogo de ontem "Entrega, entrega", pedindo para que o time azul protagonize um vexame histórico apenas para não dar ao Inter a chance de vencer.
Nem precisaria pedir para "entregarem o jogo", afinal de contas o Grêmio não ganhou nenhuma partida fora de casa em todo o campeonato (com exceção de uma vitória sobre o agora rebaixado Náutico). Não ia ser no Maracanã lotado, com o Flamengo precisando vencer para ser campeão, que iria conseguir o feito de ao menos empatar.
De qualquer forma, a declaração do Souza, meio-campista tricolor, que se admitiu a possibilidade de o time "facilitar o jogo" se a direção der a ordem, revela-se de uma estupidez e ausência de caráter grotescas, dignas de ser banido do esporte.
Mas isso aqui é Brasil, e não seria agora que uma declaração dessas causaria espanto ou reação de alguém.
Até.
domingo, novembro 29, 2009
A Sopa 09/16
O Ponto.
Diante de todas as questões existenciais, das muitas encruzilhadas morais com as quais nos defrontamos, daquelas que inquietam a humanidade desde o princípio dos tempos, de todas, a que elegi como a que mais necessita minha atenção e para a qual vou dedicar os próximos anos da minha vida em pesquisas e reflexões, é a mais intrigante delas.
O que é o ponto?
Sim, porque se você nunca se perguntou isso, caro leitor, você tem passado pela vida em branco. Você não pode saber quem você é ou de onde você veio se nunca se perguntou o que é o ponto. E caso tenha se perguntado, o que eu respeitosamente duvido, não chegou à resposta. Até sente que sabe o que é o ponto, mas não tem como defini-lo.
Porque mal passado, ou bem passado, todos sabemos o que é e como é. Mas o ponto, que alguns chamam também médio, apesar de parecer simplesmente estar entre o mal e o bem passado, não é só isso. O ponto é um conceito pessoal, único. O que é o ponto para mim pode não ser para você.
Até porque não é simples questão de gosto pessoal. A definição de como a carne deve vir assada (cozida) é também uma definição de caráter. É mais fácil permanecer no simplismo preto/branco do bem ou mal passado. Não há filosofia ou virtude nos extremos. O mal passado é uma opção primitiva, selvagem. Talvez fosse mais apropriado comer a carne mal passada com as mãos, parti-la com os dentes e mastigar com a boca aberta; sentados no chão, certamente.
Já o bem passado, por outro lado, simboliza exatamente o oposto, e não como virtude: o excesso de civilização, o distanciamento homem da natureza, um medo irracional de doenças e germes. Ou não. Sei lá.
Bem ou mal passado. Simplório, superficial. O mundo não é assim. É muito mais complexo, e profundo e belo, como encontrar o ponto, aquele momento mágico, a carne em sua forma mais perfeita.
E quem disse que um churrasco não tem poesia?
Até.
Diante de todas as questões existenciais, das muitas encruzilhadas morais com as quais nos defrontamos, daquelas que inquietam a humanidade desde o princípio dos tempos, de todas, a que elegi como a que mais necessita minha atenção e para a qual vou dedicar os próximos anos da minha vida em pesquisas e reflexões, é a mais intrigante delas.
O que é o ponto?
Sim, porque se você nunca se perguntou isso, caro leitor, você tem passado pela vida em branco. Você não pode saber quem você é ou de onde você veio se nunca se perguntou o que é o ponto. E caso tenha se perguntado, o que eu respeitosamente duvido, não chegou à resposta. Até sente que sabe o que é o ponto, mas não tem como defini-lo.
Porque mal passado, ou bem passado, todos sabemos o que é e como é. Mas o ponto, que alguns chamam também médio, apesar de parecer simplesmente estar entre o mal e o bem passado, não é só isso. O ponto é um conceito pessoal, único. O que é o ponto para mim pode não ser para você.
Até porque não é simples questão de gosto pessoal. A definição de como a carne deve vir assada (cozida) é também uma definição de caráter. É mais fácil permanecer no simplismo preto/branco do bem ou mal passado. Não há filosofia ou virtude nos extremos. O mal passado é uma opção primitiva, selvagem. Talvez fosse mais apropriado comer a carne mal passada com as mãos, parti-la com os dentes e mastigar com a boca aberta; sentados no chão, certamente.
Já o bem passado, por outro lado, simboliza exatamente o oposto, e não como virtude: o excesso de civilização, o distanciamento homem da natureza, um medo irracional de doenças e germes. Ou não. Sei lá.
Bem ou mal passado. Simplório, superficial. O mundo não é assim. É muito mais complexo, e profundo e belo, como encontrar o ponto, aquele momento mágico, a carne em sua forma mais perfeita.
E quem disse que um churrasco não tem poesia?
Até.
sábado, novembro 28, 2009
Sábado (e uma confissão)
segunda-feira, novembro 23, 2009
A Sopa 09/15
Semana passada, Porto Alegre – e praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul – foi palco de uma tempestade sem precedentes. Foi na quinta-feira, por volta da uma da tarde, que “anoiteceu”, ventou muito e choveu mais ainda. Ou choveu muito e ventou muito mais mesmo. Cidades do litoral foram atingidas com violência. Uma situação muito séria.
Exatamente na hora em que começava a escurecer e ventar, eu estava em deslocamento do meu consultório para o Centro de Porto Alegre. Ao entrar numa rua bem arborizada, vi folhas voando e galhos caindo. Com o vento, o carro balançava como se faltasse pouco para ser arremessado pelos ares. Uma coisa impressionante.
Sempre penso, nessas situações, que a culpa é minha.
Devo estar fazendo alguma coisa que não estava prevista no meu “karma”, o que acaba provocando esse tipo de reação dos deuses, como um aviso do tipo “O que é isso, estás louco? Tu não poderias estar fazendo isso, não foi o que pensamos para o teu destino”. Sabe como é?
Mas logo me dou conta que não acredito nessas bobagens.
E sigo o meu caminho.
#
E então, do nada, a Internet parou de funcionar, na sexta-feira à noite. Achei que era algo com o computador aqui em casa. Reinicializei-o. Nada. Reinicializei o modem, e nada. Liguei para a empresa de cabo. Por incrível que pareça, fui bem atendido, mas – evidentemente – o problema não foi resolvido. “Problemas na região, nossos técnicos estão trabalhando”.
Sábado, duas da tarde.
Recém chegado do trabalho (viagem, trabalho, viagem), ligou para a operadora novamente. Prometem o conserto para o domingo às 12h30. Tudo bem, outras coisas me preocupam. Uma gastroenterite, por exemplo, que se abateu sobre mim logo nas primeira horas do sábado, justamente quando estava a caminho do trabalho, que fica a 150 km de casa. Primeira parada: banheiro decente, intestino não. Oitenta quilômetros mais tarde, uma segunda parada: o banheiro cai para o mesmo nível do intestino.
Chego ao destino bem. Trabalho e pego a estrada de volta para casa. Exatamente na metade do caminho, nova parada e o banheiro melhora muito. Do intestino, não se pode dizer o mesmo.
Em casa, sem internet e com dor de barriga.
Perco o aniversário infantil da tarde. Durmo um pouco, e tenho que trabalhar: preparar a terça-feira, que é longa e também longe de casa. O intestino melhora.
Domingo, meio-dia e meio.
Ligo para a empresa do cabo, e menina olha e vê que está na hora de voltar a minha conexão. Pede para eu reinicializar o cable modem, o que faço. Pede para eu esperar um pouco, o sistema está lento. Não consigo segurar o comentário: “Se a tua internet está lenta, a coisa está mesmo feio”. Ela não ri da minha ironia, mas me informa que – segundo o sistema – a minha conexão vai voltar às 12h30 da segunda-feira, mais de 60 horas após. “Brasil, Brasil”, é a última coisa que penso antes de ir brincar com a Marina.
Existem coisas bem mais importantes nesse mundo que a Internet.
Até.
(PS - A conexão só voltou agora, 72 horas após...)
Exatamente na hora em que começava a escurecer e ventar, eu estava em deslocamento do meu consultório para o Centro de Porto Alegre. Ao entrar numa rua bem arborizada, vi folhas voando e galhos caindo. Com o vento, o carro balançava como se faltasse pouco para ser arremessado pelos ares. Uma coisa impressionante.
Sempre penso, nessas situações, que a culpa é minha.
Devo estar fazendo alguma coisa que não estava prevista no meu “karma”, o que acaba provocando esse tipo de reação dos deuses, como um aviso do tipo “O que é isso, estás louco? Tu não poderias estar fazendo isso, não foi o que pensamos para o teu destino”. Sabe como é?
Mas logo me dou conta que não acredito nessas bobagens.
E sigo o meu caminho.
#
E então, do nada, a Internet parou de funcionar, na sexta-feira à noite. Achei que era algo com o computador aqui em casa. Reinicializei-o. Nada. Reinicializei o modem, e nada. Liguei para a empresa de cabo. Por incrível que pareça, fui bem atendido, mas – evidentemente – o problema não foi resolvido. “Problemas na região, nossos técnicos estão trabalhando”.
Sábado, duas da tarde.
Recém chegado do trabalho (viagem, trabalho, viagem), ligou para a operadora novamente. Prometem o conserto para o domingo às 12h30. Tudo bem, outras coisas me preocupam. Uma gastroenterite, por exemplo, que se abateu sobre mim logo nas primeira horas do sábado, justamente quando estava a caminho do trabalho, que fica a 150 km de casa. Primeira parada: banheiro decente, intestino não. Oitenta quilômetros mais tarde, uma segunda parada: o banheiro cai para o mesmo nível do intestino.
Chego ao destino bem. Trabalho e pego a estrada de volta para casa. Exatamente na metade do caminho, nova parada e o banheiro melhora muito. Do intestino, não se pode dizer o mesmo.
Em casa, sem internet e com dor de barriga.
Perco o aniversário infantil da tarde. Durmo um pouco, e tenho que trabalhar: preparar a terça-feira, que é longa e também longe de casa. O intestino melhora.
Domingo, meio-dia e meio.
Ligo para a empresa do cabo, e menina olha e vê que está na hora de voltar a minha conexão. Pede para eu reinicializar o cable modem, o que faço. Pede para eu esperar um pouco, o sistema está lento. Não consigo segurar o comentário: “Se a tua internet está lenta, a coisa está mesmo feio”. Ela não ri da minha ironia, mas me informa que – segundo o sistema – a minha conexão vai voltar às 12h30 da segunda-feira, mais de 60 horas após. “Brasil, Brasil”, é a última coisa que penso antes de ir brincar com a Marina.
Existem coisas bem mais importantes nesse mundo que a Internet.
Até.
(PS - A conexão só voltou agora, 72 horas após...)
sábado, novembro 21, 2009
Sábado (sem internet)
Foto só quando a conexão for restabelecida.
(escrevo isso de um computador na casa da mamãe...)
Até.
(escrevo isso de um computador na casa da mamãe...)
Até.
quinta-feira, novembro 19, 2009
Na corrida
Entre uma aula e uma prova, pausa para encontrar O Fotógrafo, que está em Porto Alegre de hoje a domingo para visitar a Vovó Tânia que se recupera bem de uma apendicectomia.
Vou lá e já volto.
Aliás, 2009 já terminou: de agora ao final de dezembro e só correr entre uma confraternização e outra.
Até.
Vou lá e já volto.
Aliás, 2009 já terminou: de agora ao final de dezembro e só correr entre uma confraternização e outra.
Até.
terça-feira, novembro 17, 2009
Perfeito
Uma teoria sobre barbas
By Paulo Polzonoff Jr
Barbas são como eletroímãs emocionais, captando tudo o que há de ruim e pesado no ambiente. O homem barbado, pois, carrega em sua face os males do mundo. E não importa se a barba é de dois dias ou dois anos: naqueles pelos está a sujeira dos seus interlocutores. Entre respingos microscópicos de saliva e catarro, entre a poeira e a poluição se escondem a inveja, a intolerância, a mentira e ódio.
Por isso os militares não usam barbas. No campo de batalha, o ressentimento do inimigo é pesado demais. Tão pesado que, se preso às barbas dos soldados, comprometeria o deslocamento das tropas.
Assim, todas as vezes que um homem faz a barba, deixa escorrer pelo ralo a maldade de que foi vítima ou que presenciou nos últimos dias. Ele se olha no espelho para consertar uma falha aqui ou ali e o que vê é mais do que um rosto liso: é um homem que sobreviveu a mais um dia de ataques velados. Uma vez livre, é hora de passar a loção após barba e, assim, desinfetar a si mesmo de quaisquer resquícios da inveja, mágoa ou ressentimento alheios.
No dia seguinte, porém, os pelos voltam a crescer. Minúsculos, começam a acumular a sujeira do mundo logo pela manhã. E lá vai o homem barbado passar o dia filtrando o mundo para, á noite, diante da lâmina de barbear, tirar do seu corpo aquilo que não lhe pertence. Lá vai ele purificar um pouquinho o mundo – seu e das pessoas à sua volta.
By Paulo Polzonoff Jr
Barbas são como eletroímãs emocionais, captando tudo o que há de ruim e pesado no ambiente. O homem barbado, pois, carrega em sua face os males do mundo. E não importa se a barba é de dois dias ou dois anos: naqueles pelos está a sujeira dos seus interlocutores. Entre respingos microscópicos de saliva e catarro, entre a poeira e a poluição se escondem a inveja, a intolerância, a mentira e ódio.
Por isso os militares não usam barbas. No campo de batalha, o ressentimento do inimigo é pesado demais. Tão pesado que, se preso às barbas dos soldados, comprometeria o deslocamento das tropas.
Assim, todas as vezes que um homem faz a barba, deixa escorrer pelo ralo a maldade de que foi vítima ou que presenciou nos últimos dias. Ele se olha no espelho para consertar uma falha aqui ou ali e o que vê é mais do que um rosto liso: é um homem que sobreviveu a mais um dia de ataques velados. Uma vez livre, é hora de passar a loção após barba e, assim, desinfetar a si mesmo de quaisquer resquícios da inveja, mágoa ou ressentimento alheios.
No dia seguinte, porém, os pelos voltam a crescer. Minúsculos, começam a acumular a sujeira do mundo logo pela manhã. E lá vai o homem barbado passar o dia filtrando o mundo para, á noite, diante da lâmina de barbear, tirar do seu corpo aquilo que não lhe pertence. Lá vai ele purificar um pouquinho o mundo – seu e das pessoas à sua volta.
segunda-feira, novembro 16, 2009
Boletim Médico
Vovó Tânia está bem.
Sem o apêndice, de quem não sentirá saudades.
Alta provável na quarta-feira.
Até.
Sem o apêndice, de quem não sentirá saudades.
Alta provável na quarta-feira.
Até.
domingo, novembro 15, 2009
A Sopa 09/14
Durante a semana que passou, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu as câmaras de bronzeamento artificial com finalidades estéticas devido a estudos que comprovam um risco aumentado de câncer de pele em quem se utiliza desse método. Isso, evidentemente, causou revolta e indignação entre os donos de clínicas estéticas – que investiram altas quantias para adquirir essas máquinas – e também entre clientes. Uma delas chegou a perguntar: “Que mais falta? Vão dizer que o cigarro dá câncer? Álcool e direção não combinam? É o fim do mundo”. Dizem que as clientes temem ficar sem seu “bronzeado perfeito”.
Admito, fui irônico com o “bronzeado perfeito”.
Sempre achei, devo dizer, essa coisa de bronzeamento artificial uma frescura sem tamanho. Coisa de perua. Homem que é homem jamais faria isso. Sei, contudo, que essas afirmações estão carregadas de preconceito, no que me desculpo com aqueles que têm por hábito dourarem sua pele com os raios ultravioleta vindos de uma máquina. Não tenham um chilique nem sapateiem de raiva, é só preconceito meu, e não faço mal a ninguém. E quanto às mulheres que fazem (ou faziam) isso, apenas digo que ficam muito melhor quando a fonte dos raios UV é o sol, sem custos e com um resultado bem mais natural. Tudo vai ficar bem, desde que caprichem no protetor solar e nos horários adequados.
Dados da literatura médica indicam que a chance de melanoma aumenta em 75% (!) em quem se submete à prática do bronzeamento até os 35 anos de idade. Não existem benefícios que sejam maiores que os riscos envolvidos no procedimento. Como em medicina sempre trabalhamos com essa perspectiva, de que o potencial benefício (de uma cirurgia, por exemplo) de ser superior ao risco envolvido no tratamento. Simples assim.
Mas entendo a revolta de quem investiu em equipamentos de bronzeamento para suas clínicas estéticas e agora está diante de um grande prejuízo. Não minimiza o problema, mas devem saber que essa possibilidade já era discutida há alguns meses. Quem acabou de comprar deve estar duplamente “puto da cara”, então. Uma opção para essas clínicas que não poderão utilizar suas máquinas de bronzeamento – e aqui vou dar uma grande dica de negócio, e de graça – é um sistema mais antigo, que pode aproveitar o terraço da clínica, requer um pequeno investimento, e cujo risco de câncer, apesar de existir, não vai fazer a ANVISA proibi-lo. O único porém é que não pode ser utilizado em dias de chuva.
Podem chamá-lo de “Sistema BS”.
Banho de sol.
Até.
Admito, fui irônico com o “bronzeado perfeito”.
Sempre achei, devo dizer, essa coisa de bronzeamento artificial uma frescura sem tamanho. Coisa de perua. Homem que é homem jamais faria isso. Sei, contudo, que essas afirmações estão carregadas de preconceito, no que me desculpo com aqueles que têm por hábito dourarem sua pele com os raios ultravioleta vindos de uma máquina. Não tenham um chilique nem sapateiem de raiva, é só preconceito meu, e não faço mal a ninguém. E quanto às mulheres que fazem (ou faziam) isso, apenas digo que ficam muito melhor quando a fonte dos raios UV é o sol, sem custos e com um resultado bem mais natural. Tudo vai ficar bem, desde que caprichem no protetor solar e nos horários adequados.
Dados da literatura médica indicam que a chance de melanoma aumenta em 75% (!) em quem se submete à prática do bronzeamento até os 35 anos de idade. Não existem benefícios que sejam maiores que os riscos envolvidos no procedimento. Como em medicina sempre trabalhamos com essa perspectiva, de que o potencial benefício (de uma cirurgia, por exemplo) de ser superior ao risco envolvido no tratamento. Simples assim.
Mas entendo a revolta de quem investiu em equipamentos de bronzeamento para suas clínicas estéticas e agora está diante de um grande prejuízo. Não minimiza o problema, mas devem saber que essa possibilidade já era discutida há alguns meses. Quem acabou de comprar deve estar duplamente “puto da cara”, então. Uma opção para essas clínicas que não poderão utilizar suas máquinas de bronzeamento – e aqui vou dar uma grande dica de negócio, e de graça – é um sistema mais antigo, que pode aproveitar o terraço da clínica, requer um pequeno investimento, e cujo risco de câncer, apesar de existir, não vai fazer a ANVISA proibi-lo. O único porém é que não pode ser utilizado em dias de chuva.
Podem chamá-lo de “Sistema BS”.
Banho de sol.
Até.
sábado, novembro 14, 2009
quinta-feira, novembro 12, 2009
segunda-feira, novembro 09, 2009
domingo, novembro 08, 2009
A Sopa 09/13
A vida às vezes nos dá a chance de sermos apenas observadores do mundo, espectadores do dia-a-dia, e dos pequenos fatos da rotina. O que acontece é que quase nunca podemos parar e simplesmente observar, atarefados que estamos com o sobreviver. Mas quando conseguimos, o resultado é – no mínimo – interessante.
Lembro de quando morava em Toronto. A minha vida no Canadá tinha um ritmo diferente, menos corrido e mais contemplativo. O andar de metrô e o caminhar pela cidade conferiam ao tempo uma velocidade menor, ou, ao menos, um ritmo mais suave. Além disso, sempre soube que a trilha sonora tinha papel importante nesse fenômeno.
Explico.
Como estava vivendo sozinho no Canadá, quando não estava no trabalho, em casa na internet, ou com os amigos de lá, tinha a constante companhia do iPod enquanto andava de metrô, ou circulava pela cidade por minha conta. A trilha sonora eram as músicas que tocavam o iPod, e elas auxiliavam nesse ritmo mais tranquilo que a vida tinha por lá.
De volta ao Brasil, à luta pela sobrevivência, a tentativa de conquistar espaço para trabalhar, por um “lugar ao sol” fez com o que o tempo passava a andar mais rápido. Os momentos de contemplação tornaram-se escassos, para não dizer inexistentes, e a vida seguiu. E aqui não há nenhuma queixa, nem sombra disso, devo deixar claro. Nunca estive tão satisfeito com a vida como agora. Mas é também verdade que o ritmo corrido subtraiu-me momentos de olhar o mundo como se estivesse de fora.
Isso até algumas semanas atrás.
Por motivos profissionais, passei a trabalhar também fora de Porto Alegre, distante 150 km, ao menos uma vez por semana. E – para não ser tão cansativo – tenho feito esse trajeto de ônibus, o que tem me proporcionado voltar a ser espectador do mundo. Como quando parou numa cidade onde se vê estrelas. Outro dia, testemunhei uma despedida.
Quando embarquei no ônibus, acabei conseguindo um lugar junto à janela (não há lugares marcados por ser a parada na cidade de onde saio para voltar para casa apenas uma escala de uma viagem maior) e pude ver embarcando um casal que estava abraçado até o momento em que subiram no ônibus. Não havia chamado a minha atenção até o momento em que o ônibus fez menção de sair e o rapaz que estava com a namorada desceu correndo e ficou olhando de fora o ônibus que começava a deixar a rodoviária.
Por ser do mesmo lado em que eu estava, observei toda a cena, o olhar entre triste e apaixonado dele olhando para o veículo que começava a andar, o acanhado aceno de até breve, não de adeus, o olhar perdido enquanto o ônibus se afastava. Coincidência ou não, estava ouvindo o meu iPod, colocado em uso novamente para fazer a trilha sonora dessas duas horas e pouco de trajeto, em que – nessa noite, ao menos – as nuvens baixas e os relâmpagos ao longe anunciavam a chuva que logo chegou.
Lembrei de uma despedida numa estação de trem e de uma música que dizia que “... Un anno non e' un secolo – tornero...”. Mas isso é outra história para outra Sopa...
Até.
Lembro de quando morava em Toronto. A minha vida no Canadá tinha um ritmo diferente, menos corrido e mais contemplativo. O andar de metrô e o caminhar pela cidade conferiam ao tempo uma velocidade menor, ou, ao menos, um ritmo mais suave. Além disso, sempre soube que a trilha sonora tinha papel importante nesse fenômeno.
Explico.
Como estava vivendo sozinho no Canadá, quando não estava no trabalho, em casa na internet, ou com os amigos de lá, tinha a constante companhia do iPod enquanto andava de metrô, ou circulava pela cidade por minha conta. A trilha sonora eram as músicas que tocavam o iPod, e elas auxiliavam nesse ritmo mais tranquilo que a vida tinha por lá.
De volta ao Brasil, à luta pela sobrevivência, a tentativa de conquistar espaço para trabalhar, por um “lugar ao sol” fez com o que o tempo passava a andar mais rápido. Os momentos de contemplação tornaram-se escassos, para não dizer inexistentes, e a vida seguiu. E aqui não há nenhuma queixa, nem sombra disso, devo deixar claro. Nunca estive tão satisfeito com a vida como agora. Mas é também verdade que o ritmo corrido subtraiu-me momentos de olhar o mundo como se estivesse de fora.
Isso até algumas semanas atrás.
Por motivos profissionais, passei a trabalhar também fora de Porto Alegre, distante 150 km, ao menos uma vez por semana. E – para não ser tão cansativo – tenho feito esse trajeto de ônibus, o que tem me proporcionado voltar a ser espectador do mundo. Como quando parou numa cidade onde se vê estrelas. Outro dia, testemunhei uma despedida.
Quando embarquei no ônibus, acabei conseguindo um lugar junto à janela (não há lugares marcados por ser a parada na cidade de onde saio para voltar para casa apenas uma escala de uma viagem maior) e pude ver embarcando um casal que estava abraçado até o momento em que subiram no ônibus. Não havia chamado a minha atenção até o momento em que o ônibus fez menção de sair e o rapaz que estava com a namorada desceu correndo e ficou olhando de fora o ônibus que começava a deixar a rodoviária.
Por ser do mesmo lado em que eu estava, observei toda a cena, o olhar entre triste e apaixonado dele olhando para o veículo que começava a andar, o acanhado aceno de até breve, não de adeus, o olhar perdido enquanto o ônibus se afastava. Coincidência ou não, estava ouvindo o meu iPod, colocado em uso novamente para fazer a trilha sonora dessas duas horas e pouco de trajeto, em que – nessa noite, ao menos – as nuvens baixas e os relâmpagos ao longe anunciavam a chuva que logo chegou.
Lembrei de uma despedida numa estação de trem e de uma música que dizia que “... Un anno non e' un secolo – tornero...”. Mas isso é outra história para outra Sopa...
Até.
sábado, novembro 07, 2009
quarta-feira, novembro 04, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
A Sopa 09/12
Quando percebeu, o ônibus havia parado numa cidade onde ainda se vê estrelas. E, por um instante, perdeu-se em lembranças do tempo em que ainda via estrelas. Deixou para lá preocupações comezinhas, como contas a pagar ou o saldo no banco, e prestou atenção na cidade que via da janela do ônibus que o levava para casa depois do longo dia de trabalho.
Pois a cidade onde ainda se vê estrelas, que não é única – ao contrário, é semelhante a muitas outras perdidas por aí – não passava muito de uma rua que fica sob um viaduto da estrada que ainda não foi duplicada. À passagem do ônibus em direção à rodoviária – que não passa de uma casa comum um cartaz onde se lê, justamente, ‘Rodoviária’ – o que chama a atenção, além das casas já fechadas com luz fluorescente a iluminar seu entorno, é a noite. Após deixar descer os passageiros destinados à pequena cidade onde se vê estrelas, o ônibus avança poucos metros e faz o retorno numa entrada de garagem para voltar à estrada e a seu rumo.
O final do dia foi de céu claro, sem nuvens, que foi seguido por uma noite de lua tímida, sem muito brilho. Aproveitando-se da pouca luminosidade do satélite, estão estrelas, infinito número delas, milhares de anos-luz daqui, nos mostrando um passado há muito passado. Sim, olhar estrelas é olhar o passado, pensa ele antes de cair no sono.
Enquanto dorme, sonha e cantarola uma antiga música que sempre o acompanha em viagens de ônibus:
Bem no fim do dia
O mundo se escondeu
Atrás dessa neblina
Não vejo nada agora
São quatro horas, meu amor
A lua apareceu por um instante
Sumiu atrás dos montes, meia-noite
A estrada se acelera sob o ônibus
E estamos sós num sonho que eu sonhei
Estamos sós num sonho
É só um sonho
Mas gela minha cara na janela
Vidrando os olhos no vazio
Enquanto os outros tolos,
Mortos bolos brancos fofos sobre os bancos
Roncam
São quatro horas, meu amor
Bem no fim do dia
Quem iria acreditar
Te vi por um instante ali ao lado
Linda névoa viva, eu vi passar
Apenas mais um sonho de verão
Não fosse o céu manchado de batom
Que não me faz dormir
Não me deixa acordar
Mas gela minha cara....
Até.
Pois a cidade onde ainda se vê estrelas, que não é única – ao contrário, é semelhante a muitas outras perdidas por aí – não passava muito de uma rua que fica sob um viaduto da estrada que ainda não foi duplicada. À passagem do ônibus em direção à rodoviária – que não passa de uma casa comum um cartaz onde se lê, justamente, ‘Rodoviária’ – o que chama a atenção, além das casas já fechadas com luz fluorescente a iluminar seu entorno, é a noite. Após deixar descer os passageiros destinados à pequena cidade onde se vê estrelas, o ônibus avança poucos metros e faz o retorno numa entrada de garagem para voltar à estrada e a seu rumo.
O final do dia foi de céu claro, sem nuvens, que foi seguido por uma noite de lua tímida, sem muito brilho. Aproveitando-se da pouca luminosidade do satélite, estão estrelas, infinito número delas, milhares de anos-luz daqui, nos mostrando um passado há muito passado. Sim, olhar estrelas é olhar o passado, pensa ele antes de cair no sono.
Enquanto dorme, sonha e cantarola uma antiga música que sempre o acompanha em viagens de ônibus:
Bem no fim do dia
O mundo se escondeu
Atrás dessa neblina
Não vejo nada agora
São quatro horas, meu amor
A lua apareceu por um instante
Sumiu atrás dos montes, meia-noite
A estrada se acelera sob o ônibus
E estamos sós num sonho que eu sonhei
Estamos sós num sonho
É só um sonho
Mas gela minha cara na janela
Vidrando os olhos no vazio
Enquanto os outros tolos,
Mortos bolos brancos fofos sobre os bancos
Roncam
São quatro horas, meu amor
Bem no fim do dia
Quem iria acreditar
Te vi por um instante ali ao lado
Linda névoa viva, eu vi passar
Apenas mais um sonho de verão
Não fosse o céu manchado de batom
Que não me faz dormir
Não me deixa acordar
Mas gela minha cara....
Até.
sábado, outubro 31, 2009
sexta-feira, outubro 30, 2009
quinta-feira, outubro 29, 2009
segunda-feira, outubro 26, 2009
domingo, outubro 25, 2009
A Sopa 09/11
Dormir.
Existem momentos marcantes em nossas vidas. Pelas mais variadas razões, certos episódios, ou datas, ficam fixados em nossa memória para sempre, e geralmente não sabemos por qual motivo. Um exemplo disso é o momento em que parei de acordar tarde, em que se tornou um hábito acordar cedo quando não há nenhum razão para acordar cedo.
Antes de tudo, uma declaração de princípios: eu gosto MUITO, mas muito mesmo, de dormir. Lembre-se disso durante toda a leitura dessa pequena crônica.
Foi no verão de 1993.
Coincidentemente ou não, era o meu último verão como estudante, daqueles em que tinha férias de cerca de três meses – de dezembro a março – e passava janeiro e fevereiro na casa da praia, em Imbé/RS. Assim tinha sido durante quase todos os anos de infância e adolescência, e nossa turma de lá registra histórias memoráveis como toda turma de praia. Saímos quase todas as noites, íamos a pé aos lugares, afinal eram outros tempos em termos de violência. Pois foi naquela época em que parei de dormir até tarde.
Sem nenhuma razão aparente, e independente da hora que fosse dormir, acordava por volta das 8h30 e não dormia mais. Tomava café e ia para a praia, primeiro caminhar, depois para lendárias partidas de vôlei com um grupo que incluía até ex-jogadores profissionais do esporte. Só depois de tudo isso é que encontrava o pessoal da turma, que tinha acordado em horários considerados normais para as férias.
Esse hábito, de acordar cedo independente da necessidade, especialmente quando não necessário, perdurou com o passar dos anos. Quando terminaram as longas férias de verão, os sábados tornaram-se aquele momento em que podia acordar cedo mesmo não precisando. Não que eu optasse por isso, era simplesmente algo natural. Assim, do nada, às 7h ou 7h30 já estava de pé tomando chimarrão, lendo o jornal e ouvindo música, boa parte das vezes milongas, para criar um clima legal. Acordar cedo continuou um hábito e um prazer, porém...
Com o passar dos anos (e já posso falar da minha vida assim, da passagem dos anos) o fato de acordar cedo começou a cobrar um preço: o de ter de dormir mais cedo. E aconteceu como dia a música do Nei Lisboa: “... e só somos vencidos pelo sono...”. Não foram nem uma nem duas vezes em que “caí dormindo” em festas ou outros eventos...
Velho, você pode pensar, caro leitor, e me sinto obrigado a discordar. Acordar cedo quando não é necessário não foi uma opção minha, foi algo que aconteceu e que foge ao meu controle. Acordo porque acordo, simples.
Mas acordo cedo também porque é bom.
Porque aproveito mais o dia de folga, e porque ele “rende” mais quando acordo cedo, mesmo que seja para ler o jornal e tomar chimarrão antes dos outros acordarem. Um dia de folga é muito importante para desperdiçar uma manhã inteira dormindo. Prefiro dormir um pouco mais cedo na noite anterior (antes da meia-noite) a ter um dia mais longo na seguinte.
Mas esse sou eu, claro. E, como todos sabem, sou estranho.
Até.
Existem momentos marcantes em nossas vidas. Pelas mais variadas razões, certos episódios, ou datas, ficam fixados em nossa memória para sempre, e geralmente não sabemos por qual motivo. Um exemplo disso é o momento em que parei de acordar tarde, em que se tornou um hábito acordar cedo quando não há nenhum razão para acordar cedo.
Antes de tudo, uma declaração de princípios: eu gosto MUITO, mas muito mesmo, de dormir. Lembre-se disso durante toda a leitura dessa pequena crônica.
Foi no verão de 1993.
Coincidentemente ou não, era o meu último verão como estudante, daqueles em que tinha férias de cerca de três meses – de dezembro a março – e passava janeiro e fevereiro na casa da praia, em Imbé/RS. Assim tinha sido durante quase todos os anos de infância e adolescência, e nossa turma de lá registra histórias memoráveis como toda turma de praia. Saímos quase todas as noites, íamos a pé aos lugares, afinal eram outros tempos em termos de violência. Pois foi naquela época em que parei de dormir até tarde.
Sem nenhuma razão aparente, e independente da hora que fosse dormir, acordava por volta das 8h30 e não dormia mais. Tomava café e ia para a praia, primeiro caminhar, depois para lendárias partidas de vôlei com um grupo que incluía até ex-jogadores profissionais do esporte. Só depois de tudo isso é que encontrava o pessoal da turma, que tinha acordado em horários considerados normais para as férias.
Esse hábito, de acordar cedo independente da necessidade, especialmente quando não necessário, perdurou com o passar dos anos. Quando terminaram as longas férias de verão, os sábados tornaram-se aquele momento em que podia acordar cedo mesmo não precisando. Não que eu optasse por isso, era simplesmente algo natural. Assim, do nada, às 7h ou 7h30 já estava de pé tomando chimarrão, lendo o jornal e ouvindo música, boa parte das vezes milongas, para criar um clima legal. Acordar cedo continuou um hábito e um prazer, porém...
Com o passar dos anos (e já posso falar da minha vida assim, da passagem dos anos) o fato de acordar cedo começou a cobrar um preço: o de ter de dormir mais cedo. E aconteceu como dia a música do Nei Lisboa: “... e só somos vencidos pelo sono...”. Não foram nem uma nem duas vezes em que “caí dormindo” em festas ou outros eventos...
Velho, você pode pensar, caro leitor, e me sinto obrigado a discordar. Acordar cedo quando não é necessário não foi uma opção minha, foi algo que aconteceu e que foge ao meu controle. Acordo porque acordo, simples.
Mas acordo cedo também porque é bom.
Porque aproveito mais o dia de folga, e porque ele “rende” mais quando acordo cedo, mesmo que seja para ler o jornal e tomar chimarrão antes dos outros acordarem. Um dia de folga é muito importante para desperdiçar uma manhã inteira dormindo. Prefiro dormir um pouco mais cedo na noite anterior (antes da meia-noite) a ter um dia mais longo na seguinte.
Mas esse sou eu, claro. E, como todos sabem, sou estranho.
Até.
sábado, outubro 24, 2009
terça-feira, outubro 20, 2009
Na sala de aula
Longo dia de viagem, trabalho, aula e aula.
Sábado tem mais.
Vida de professor não é fácil...
Até.
Sábado tem mais.
Vida de professor não é fácil...
Até.
domingo, outubro 18, 2009
A Sopa 09/10
Minha primeira vez.
Pois é, minha primeira vez foi em Paris, não faz muito tempo, e – como costumam ser muitas primeiras vezes – não foi uma experiência fantástica, apesar de eu saber que não irei esquecê-la. O interessante é que eu estava sozinho.
Falo do GPS.
O Global Positioning System é um sistema de navegação por satélite. Surgido em 1995, usado na aviação e navegação, tem aparelhos portáteis que cada vez mais usados por motoristas, em cidades e em estradas. Até hoje, nunca tinha utilizado em viagens, mais por preguiça do que qualquer outra coisa. Estranhamente, ainda sou fã dos mapas, e o Atlas Rodoviário da Michelin nunca havia me deixado na mão. Mas chega um momento em que temos de nos render ao futuro.
E havia chegado a minha vez.
Quando planejamos a viagem de férias que terminou há um a semana, desde o início nem cogitamos a possibilidade de não levar a Marina junto conosco, o que significava que a viagem seria um pouco diferente de outras, porque viajar com criança, e criança pequena, tem suas peculiaridades. Por isso, pensamos que seria bom termos conosco um GPS, para facilitar a navegação, nos indicando caminhos e também para nos ajudar com hotéis (endereços e tal). E, decididos pelo GPS, conseguimos um emprestado com um tio da Jacque e da Karina (que também foi junto) A Karina, não o tio...
Os primeiros dias da viagem foram passados em Paris, onde apenas caminhamos sem muito compromisso ou pressa, e sem a preocupação de visitar pontos turísticos. Paramos em muitas pracinhas, conhecemos alguns locais que ainda não conhecíamos, jantamos bem e tomamos ótimos vinhos a preços melhores ainda. O GPS seria utilizado a partir do momento em que pegássemos o carro. E isso ocorreu numa quarta-feira pela manhã.
Acordamos cedo, organizamos as coisas, tomamos café da manhã na boulangerie nossa de cada dia e nos dividimos: as meninas ficaram terminando as últimas arrumações e passeando com a Marina e eu fui buscar o carro na agência da AVIS. O endereço, rue Bixio, próximo ao Hotel des Invalides.
Há alguns anos atrás, já havia alugado um carro e retirado na mesma agência em que iria agora. Logo, tinha uma idéia de onde ficava o local. Vaga, mas idéia. De metrô, com uma única baldeação, fui até a estação que considerava a mais próxima de onde deveria ir. Ao sair da estação, com a tecnologia ao meu lado, liguei o GPS para que me guiasse até o endereço.
Não funcionou.
O pequeno aparelho tentava, tentava, tentava e não conseguia captar o sinal do satélite. Droga. Recorri ao mapa de Paris: não encontrei. Lembrando que quem tem boca vai à Roma, e apesar de querer ir apenas até a locadora de veículos, pedi informação a uma senhora que passava. Em francês perfeito, uma obviedade para uma senhora francesa, me deu a direção que, por não falar francês perfeito, entendi vagamente. Avançando na direção indicada, mas não muito certo disso, resolvi pedir informação a um cidadão que saía de um edifício: procurou seu iPhone e, como não encontrou, não podia me ajudar.
Prossegui e avistei dois policiais parados em uma esquina. Quem mais se não oficiais da lei para me ajudar? Ao me aproximar e perguntar a informação que precisava (“Rue Bixio, si vous plait?”), percebi que estava em meio a uma prisão por tráfico de drogas: havia um homem algemado que era revistado por uma policial e mais um à paisana. Observando a cena, a policial retirou do bolso do preso um saco cheio de comprimidos (“balas”). Em meio a tudo isso, o oficial me indicou a direção.
Que era exatamente oposta ao local do meu destino, fui descobrir isso logo depois, ao entrar em um café e perguntar mais uma vez. Após essa última informação, encontrei o meu destino.
O carro, um Citroen C4.
Ao entrar nele e ligar, o GPS funcionou. Não precisava, mas pedi e ele me levou rápida e facilmente ao hotel, onde as meninas me esperavam para seguirmos viagem em direção ao nosso primeiro destino fora de Paris.
Bruges, um desvio belga antes de desembarcarmos na Normandia.
Até.
Pois é, minha primeira vez foi em Paris, não faz muito tempo, e – como costumam ser muitas primeiras vezes – não foi uma experiência fantástica, apesar de eu saber que não irei esquecê-la. O interessante é que eu estava sozinho.
Falo do GPS.
O Global Positioning System é um sistema de navegação por satélite. Surgido em 1995, usado na aviação e navegação, tem aparelhos portáteis que cada vez mais usados por motoristas, em cidades e em estradas. Até hoje, nunca tinha utilizado em viagens, mais por preguiça do que qualquer outra coisa. Estranhamente, ainda sou fã dos mapas, e o Atlas Rodoviário da Michelin nunca havia me deixado na mão. Mas chega um momento em que temos de nos render ao futuro.
E havia chegado a minha vez.
Quando planejamos a viagem de férias que terminou há um a semana, desde o início nem cogitamos a possibilidade de não levar a Marina junto conosco, o que significava que a viagem seria um pouco diferente de outras, porque viajar com criança, e criança pequena, tem suas peculiaridades. Por isso, pensamos que seria bom termos conosco um GPS, para facilitar a navegação, nos indicando caminhos e também para nos ajudar com hotéis (endereços e tal). E, decididos pelo GPS, conseguimos um emprestado com um tio da Jacque e da Karina (que também foi junto) A Karina, não o tio...
Os primeiros dias da viagem foram passados em Paris, onde apenas caminhamos sem muito compromisso ou pressa, e sem a preocupação de visitar pontos turísticos. Paramos em muitas pracinhas, conhecemos alguns locais que ainda não conhecíamos, jantamos bem e tomamos ótimos vinhos a preços melhores ainda. O GPS seria utilizado a partir do momento em que pegássemos o carro. E isso ocorreu numa quarta-feira pela manhã.
Acordamos cedo, organizamos as coisas, tomamos café da manhã na boulangerie nossa de cada dia e nos dividimos: as meninas ficaram terminando as últimas arrumações e passeando com a Marina e eu fui buscar o carro na agência da AVIS. O endereço, rue Bixio, próximo ao Hotel des Invalides.
Há alguns anos atrás, já havia alugado um carro e retirado na mesma agência em que iria agora. Logo, tinha uma idéia de onde ficava o local. Vaga, mas idéia. De metrô, com uma única baldeação, fui até a estação que considerava a mais próxima de onde deveria ir. Ao sair da estação, com a tecnologia ao meu lado, liguei o GPS para que me guiasse até o endereço.
Não funcionou.
O pequeno aparelho tentava, tentava, tentava e não conseguia captar o sinal do satélite. Droga. Recorri ao mapa de Paris: não encontrei. Lembrando que quem tem boca vai à Roma, e apesar de querer ir apenas até a locadora de veículos, pedi informação a uma senhora que passava. Em francês perfeito, uma obviedade para uma senhora francesa, me deu a direção que, por não falar francês perfeito, entendi vagamente. Avançando na direção indicada, mas não muito certo disso, resolvi pedir informação a um cidadão que saía de um edifício: procurou seu iPhone e, como não encontrou, não podia me ajudar.
Prossegui e avistei dois policiais parados em uma esquina. Quem mais se não oficiais da lei para me ajudar? Ao me aproximar e perguntar a informação que precisava (“Rue Bixio, si vous plait?”), percebi que estava em meio a uma prisão por tráfico de drogas: havia um homem algemado que era revistado por uma policial e mais um à paisana. Observando a cena, a policial retirou do bolso do preso um saco cheio de comprimidos (“balas”). Em meio a tudo isso, o oficial me indicou a direção.
Que era exatamente oposta ao local do meu destino, fui descobrir isso logo depois, ao entrar em um café e perguntar mais uma vez. Após essa última informação, encontrei o meu destino.
O carro, um Citroen C4.
Ao entrar nele e ligar, o GPS funcionou. Não precisava, mas pedi e ele me levou rápida e facilmente ao hotel, onde as meninas me esperavam para seguirmos viagem em direção ao nosso primeiro destino fora de Paris.
Bruges, um desvio belga antes de desembarcarmos na Normandia.
Até.
sábado, outubro 17, 2009
terça-feira, outubro 13, 2009
Notícias
Envergonhado, digo que volto a esse espaço em breve, o mais breve possível, inclusive voltando a cozinhar uma Sopa no próximo final de semana, quando vou contar como foiminha primeira vez, se tudo correr bem.
Ainda me readaptando ao fuso e à nova rotina.
Sono, muito sono.
Até.
Ainda me readaptando ao fuso e à nova rotina.
Sono, muito sono.
Até.
domingo, outubro 04, 2009
A Sopa 09/09
Mais um texto antigo enquanto estamos em algum praia da Normandia, talvez em Omaha ou Utah ou Juno ou Sword. Podemos estar, por outro lado, em um lugar nada a ver com praias. Sei lá.
Lendas urbanas.
Chega um momento da vida em que percebemos que estamos velhos. É inevitável. 100% certo. Só não digo que é batata porque nada é batata, só a batata é batata. Parênteses. A frase anterior é uma descarada referência a um texto do Luís Fernando Veríssimo. Achei honesto citar. Fecha parênteses.
Antes de chegarmos nesse momento, em que percebemos que envelhecemos, existe um marco que é exatamente isso, mas dito de forma mais suave, de forma que não nos espante como inevitavelmente acontece quando acordamos um dia e, ao olharmos no espelho, nossa primeira reação é se perguntar quem é esse senhor nos olhando: é quando percebemos que não somos mais guris.
É uma sutil diferença essa. Não ser mais guri ainda não é ser um velho, mas é a manifestação da inevitabilidade da passagem do tempo, a qual estamos todos condenados (certo, condenados foi meio pesado, admito). Saber que não somos mais guris tem algumas implicações práticas que, se por um lado nos limitam em alguns pontos, por outro nos livram do risco de alguns constrangimentos. Como na história do Cidão. Cidão tinha esse nome por causa da música “Os seus botões”, do Roberto Carlos, no trecho que diz “nos lençóis macios, amantes se dão”… Deixa pra lá.
Bom, a história não é do Cidão. Ele é um personagem emblemático dela, mas não o protagonista. Aconteceu com um conhecido de um conhecido meu. E atenção, isso – além de uma crônica – é também um alerta. Avisem seus amigos que ninguém está livre disso, a não ser, claro, aqueles que perceberam que já não são mais guris e não freqüentam determinados lugares e festas.
Pois bem, o conhecido de um conhecido meu saiu uma noite dessas para se divertir com amigos. Foram a um bar onde tomaram várias doses de bebidas com alto teor alcoólico, conversaram amenidades diversas – política e religião, por exemplo – até que resolveram ir a uma festa, numa conhecida casa noturna de uma conhecida cidade da região sudeste do Brasil. Chegando lá, se dispersaram naquilo que costumeiramente chamavam de “ir à luta”. O personagem em questão engrenou uma conversa com uma ruiva num vestido branco. Tomaram mais alguns drinks. E é tudo o que ele se lembra. A partir daí, tudo é escuridão e silêncio.
No momento seguinte acordou com o ruído do ventilador de teto num quarto de motel barato, sem roupas e apenas com um lençol cobrindo até pouco acima da cintura. De bruços. Ao lado dele, roncava um cara barbudo.
Era o Cidão.
Até semana que vem.
Lendas urbanas.
Chega um momento da vida em que percebemos que estamos velhos. É inevitável. 100% certo. Só não digo que é batata porque nada é batata, só a batata é batata. Parênteses. A frase anterior é uma descarada referência a um texto do Luís Fernando Veríssimo. Achei honesto citar. Fecha parênteses.
Antes de chegarmos nesse momento, em que percebemos que envelhecemos, existe um marco que é exatamente isso, mas dito de forma mais suave, de forma que não nos espante como inevitavelmente acontece quando acordamos um dia e, ao olharmos no espelho, nossa primeira reação é se perguntar quem é esse senhor nos olhando: é quando percebemos que não somos mais guris.
É uma sutil diferença essa. Não ser mais guri ainda não é ser um velho, mas é a manifestação da inevitabilidade da passagem do tempo, a qual estamos todos condenados (certo, condenados foi meio pesado, admito). Saber que não somos mais guris tem algumas implicações práticas que, se por um lado nos limitam em alguns pontos, por outro nos livram do risco de alguns constrangimentos. Como na história do Cidão. Cidão tinha esse nome por causa da música “Os seus botões”, do Roberto Carlos, no trecho que diz “nos lençóis macios, amantes se dão”… Deixa pra lá.
Bom, a história não é do Cidão. Ele é um personagem emblemático dela, mas não o protagonista. Aconteceu com um conhecido de um conhecido meu. E atenção, isso – além de uma crônica – é também um alerta. Avisem seus amigos que ninguém está livre disso, a não ser, claro, aqueles que perceberam que já não são mais guris e não freqüentam determinados lugares e festas.
Pois bem, o conhecido de um conhecido meu saiu uma noite dessas para se divertir com amigos. Foram a um bar onde tomaram várias doses de bebidas com alto teor alcoólico, conversaram amenidades diversas – política e religião, por exemplo – até que resolveram ir a uma festa, numa conhecida casa noturna de uma conhecida cidade da região sudeste do Brasil. Chegando lá, se dispersaram naquilo que costumeiramente chamavam de “ir à luta”. O personagem em questão engrenou uma conversa com uma ruiva num vestido branco. Tomaram mais alguns drinks. E é tudo o que ele se lembra. A partir daí, tudo é escuridão e silêncio.
No momento seguinte acordou com o ruído do ventilador de teto num quarto de motel barato, sem roupas e apenas com um lençol cobrindo até pouco acima da cintura. De bruços. Ao lado dele, roncava um cara barbudo.
Era o Cidão.
Até semana que vem.
segunda-feira, setembro 28, 2009
domingo, setembro 27, 2009
A Sopa 09/08
Primeiro domingo de férias.
Se tudo correu bem, a essa hora estamos em Paris.
Deixo vocês com um texto de dois anos atrás, ainda pertinente.
Até.
Último domingo antes das férias.
Serão duas semanas, alguns podem argumentar que é apenas um feriadão prolongado, mas são férias, afirmo com convicção. Sem preocupação com horários, com tarefas a realizar. Sem reuniões, exceto aquelas em volta de uma mesa de jantar, tomando o vinho da casa (ou não), sem pressa para terminar.
Sem televisão, também. Um que outro noticiário ao chegar no quarto no fim do dia, no máximo. A Internet será restrita, por isso essa Sopa também entra em férias ou, melhor, será publicada em intervalos que não posso precisar, como um diário de bordo que tranqüilizará aquele que vem saber de notícias minhas (nossas) por aqui.
Apesar da minha atual preferência pelos dias mais quentes, não será uma praia o nosso destino. Aliás, também será, ou serão, algumas praias, mas como será outono, não espero (e não pretendo) poder tomar banhos de mar. Conhecerei lugares novos e revisitarei outros já conhecidos. Caminharei por avenidas e bulevares, pararei para um café no final de tarde onde discutiremos o sentido da vida.
Ou não, não importa.
Flanarei, flanaremos.
#
Dois mil e sete, lamento dizer, já acabou.
Ao menos para mim.
Já não penso mais, não faço planos, para o ano em curso. Os meus objetivos estão em 2008. Penso grande, projeto longe. Como me disse uma vez um mestre: “Se pensares grande, podes até terminar pequeno. Se pensares pequeno, certamente terminarás pequeno”.
Até semana que vem.
Se tudo correu bem, a essa hora estamos em Paris.
Deixo vocês com um texto de dois anos atrás, ainda pertinente.
Até.
Último domingo antes das férias.
Serão duas semanas, alguns podem argumentar que é apenas um feriadão prolongado, mas são férias, afirmo com convicção. Sem preocupação com horários, com tarefas a realizar. Sem reuniões, exceto aquelas em volta de uma mesa de jantar, tomando o vinho da casa (ou não), sem pressa para terminar.
Sem televisão, também. Um que outro noticiário ao chegar no quarto no fim do dia, no máximo. A Internet será restrita, por isso essa Sopa também entra em férias ou, melhor, será publicada em intervalos que não posso precisar, como um diário de bordo que tranqüilizará aquele que vem saber de notícias minhas (nossas) por aqui.
Apesar da minha atual preferência pelos dias mais quentes, não será uma praia o nosso destino. Aliás, também será, ou serão, algumas praias, mas como será outono, não espero (e não pretendo) poder tomar banhos de mar. Conhecerei lugares novos e revisitarei outros já conhecidos. Caminharei por avenidas e bulevares, pararei para um café no final de tarde onde discutiremos o sentido da vida.
Ou não, não importa.
Flanarei, flanaremos.
#
Dois mil e sete, lamento dizer, já acabou.
Ao menos para mim.
Já não penso mais, não faço planos, para o ano em curso. Os meus objetivos estão em 2008. Penso grande, projeto longe. Como me disse uma vez um mestre: “Se pensares grande, podes até terminar pequeno. Se pensares pequeno, certamente terminarás pequeno”.
Até semana que vem.
sábado, setembro 26, 2009
terça-feira, setembro 22, 2009
Sol de Primavera
Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim é facil inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
domingo, setembro 20, 2009
A Sopa 09/07
Sexta-feira.
Conforme o planejamento inicial, o vôo LH506, um Boing 747-400 da Lufthansa proveniente de Frankfurt pousa suavemente às 5h30 no aeroporto internacional em Guarulhos. Com um intervalo de poucos minutos pousam, também sem intercorrências, outro 747-400 da mesma Lufthansa – vindo de Munique –, um Airbus A340 da TAP, proveniente de Lisboa e outro A340, só que esse da Swissair, vindo de Zurique, entre outros. Todos vêm lotados.
Ao descer do vôo LH506, os passageiros encontram uma longa fila antes ainda da escada que levará ao controle de passaporte pela Polícia Federal. Entre eles, está esse que vos escreve, vindo de volta ao Brasil proveniente de Viena, onde havia passado a última semana em um congresso médico. A longa fila não era tudo: além disso, não andava.
Por algum tempo, permanecemos parados aguardando que pudéssemos seguir em frente. O vôo da conexão para Porto Alegre que eu e vários colegas pegaríamos era às 7h50, embarque às 7h10, ou seja, tínhamos bastante tempo ainda. Cansado, após mais de onze horas de vôo apenas desde Frankfurt, sem contar o tempo desde que saíramos do hotel em Viena em direção ao aeroporto, só pensava que antes das 10h chegaria em casa.
A esperava continuou até que houve um princípio de tumulto, com passageiros reclamando da demora na fila (que era uma fila para chegar em outra fila). Foi nesse momento em que o funcionário liberou para os brasileiros passarem, deixando os estrangeiros na fila. Foi a primeira vez que pensei na Copa do Mundo de 2014. Seguindo, descemos uma escada e chegamos na (mais uma vez) longa fila para o controle de passaporte. A fila dava voltas e voltas e ali encontramos (quem vinha de Viena via Frankfurt) com colegas pneumologistas que vinham via Zurique e outros brasileiros que vinham de outros destinos.
Uma multidão confinada naquele saguão, separados por cordões de isolamento, andando sem parar fazendo o contorno da fila. Um colega gaúcho passa por mim e brinca: “Será que essa é a nossa fila, não tínhamos que estar na de estrangeiros?”. Olho o meu passaporte, que diz ‘MERCOSUL’ e o “tranqüilizo”: “Nosso passaporte é comunitário, está tudo certo”... Até que chego na polícia federal, mostro meu passaporte e passo para a próxima fase, em direção às esteiras de para pegar minha mala. Ainda dentro do horário, mas já um pouco apertado para a conexão.
Chego, então, no inferno.
Há outra multidão tentando pegar suas malas. Na esteira indicada para o meu vôo, estão vindo também as malas de quem vem de Munique e de Lisboa. Há malas em excesso na esteira, pessoas em excesso em volta da esteira, poucos funcionários. As pessoas se amontoam umas sobre as outras na tentativa de encontrar suas malas. A esteira para. Pessoas sobem na esteira atrás das malas. A esteira não anda porque há pessoas andando sobre ela. As pessoas reclamam com o funcionário, que – num primeiro momento – não fala nada. Logo após, ouço-o falando para outro funcionário que havia ligado para a INFRAERO solicitando que mudassem as esteiras dos vôos para evitar a confusão e que havia sido solicitado a ele que enviasse um e-mail fazendo a solicitação. Vejo que a coisa vai ficar feia mesmo. E penso uma segunda vez na Copa do Mundo de 2014.
Demora muito tempo até que recupere minha mala. Quando o faço, já está na hora de embarcar. Tento fazer o controle de alfândega e solicito prioridade porque meu vôo está embarcando e vou perder a conexão, e um funcionário (acho que da polícia federal) me manda entrar na fila. Para variar um pouco, longa fila. Penso em ameaçar o funcionário com violência física caso eu perca o vôo, mas a possibilidade de ser da polícia federal me faz mudar de idéia...
Entro na fila e, quando me libero, já são 7h25. Encontro a funcionária da empresa que nos deu assistência que diz que não há mais tempo para pegar o vôo. Um colega que vem logo atrás diz que – perdendo essa conexão – vai perder a seguinte, para Pelotas/RS. Digo que eu também, e que o vôo do meio-dia é o único do dia. A funcionária, então, sai correndo junto com a gente até o balcão de conexões da TAM, que diz que não pode fazer nada, o vôo já estava fechado, lamentavelmente. Teríamos que pegar o próximo, às 13h10, quase oito horas depois de aterrissarmos em São Paulo. Chego em casa às 16h.
Um saco.
Paciência...
O tempo todo, porém, pensei que – se numa sexta-feira normal, sem feriado ou nenhum evento em especial – o aeroporto de Guarulhos é esse inferno, não quero ver durante a Copa do Mundo de 2014. Se muita coisa não mudar, vamos passar vergonha.
O principal aeroporto do Brasil, porto de entrada da maioria dos vôos vindos do exterior, é mal conservado, acanhado, e administrado por incompetentes. O tratamento dado ao turista é – com exceções, claro – ruim.
Lamentável, lamentável.
Até.
Conforme o planejamento inicial, o vôo LH506, um Boing 747-400 da Lufthansa proveniente de Frankfurt pousa suavemente às 5h30 no aeroporto internacional em Guarulhos. Com um intervalo de poucos minutos pousam, também sem intercorrências, outro 747-400 da mesma Lufthansa – vindo de Munique –, um Airbus A340 da TAP, proveniente de Lisboa e outro A340, só que esse da Swissair, vindo de Zurique, entre outros. Todos vêm lotados.
Ao descer do vôo LH506, os passageiros encontram uma longa fila antes ainda da escada que levará ao controle de passaporte pela Polícia Federal. Entre eles, está esse que vos escreve, vindo de volta ao Brasil proveniente de Viena, onde havia passado a última semana em um congresso médico. A longa fila não era tudo: além disso, não andava.
Por algum tempo, permanecemos parados aguardando que pudéssemos seguir em frente. O vôo da conexão para Porto Alegre que eu e vários colegas pegaríamos era às 7h50, embarque às 7h10, ou seja, tínhamos bastante tempo ainda. Cansado, após mais de onze horas de vôo apenas desde Frankfurt, sem contar o tempo desde que saíramos do hotel em Viena em direção ao aeroporto, só pensava que antes das 10h chegaria em casa.
A esperava continuou até que houve um princípio de tumulto, com passageiros reclamando da demora na fila (que era uma fila para chegar em outra fila). Foi nesse momento em que o funcionário liberou para os brasileiros passarem, deixando os estrangeiros na fila. Foi a primeira vez que pensei na Copa do Mundo de 2014. Seguindo, descemos uma escada e chegamos na (mais uma vez) longa fila para o controle de passaporte. A fila dava voltas e voltas e ali encontramos (quem vinha de Viena via Frankfurt) com colegas pneumologistas que vinham via Zurique e outros brasileiros que vinham de outros destinos.
Uma multidão confinada naquele saguão, separados por cordões de isolamento, andando sem parar fazendo o contorno da fila. Um colega gaúcho passa por mim e brinca: “Será que essa é a nossa fila, não tínhamos que estar na de estrangeiros?”. Olho o meu passaporte, que diz ‘MERCOSUL’ e o “tranqüilizo”: “Nosso passaporte é comunitário, está tudo certo”... Até que chego na polícia federal, mostro meu passaporte e passo para a próxima fase, em direção às esteiras de para pegar minha mala. Ainda dentro do horário, mas já um pouco apertado para a conexão.
Chego, então, no inferno.
Há outra multidão tentando pegar suas malas. Na esteira indicada para o meu vôo, estão vindo também as malas de quem vem de Munique e de Lisboa. Há malas em excesso na esteira, pessoas em excesso em volta da esteira, poucos funcionários. As pessoas se amontoam umas sobre as outras na tentativa de encontrar suas malas. A esteira para. Pessoas sobem na esteira atrás das malas. A esteira não anda porque há pessoas andando sobre ela. As pessoas reclamam com o funcionário, que – num primeiro momento – não fala nada. Logo após, ouço-o falando para outro funcionário que havia ligado para a INFRAERO solicitando que mudassem as esteiras dos vôos para evitar a confusão e que havia sido solicitado a ele que enviasse um e-mail fazendo a solicitação. Vejo que a coisa vai ficar feia mesmo. E penso uma segunda vez na Copa do Mundo de 2014.
Demora muito tempo até que recupere minha mala. Quando o faço, já está na hora de embarcar. Tento fazer o controle de alfândega e solicito prioridade porque meu vôo está embarcando e vou perder a conexão, e um funcionário (acho que da polícia federal) me manda entrar na fila. Para variar um pouco, longa fila. Penso em ameaçar o funcionário com violência física caso eu perca o vôo, mas a possibilidade de ser da polícia federal me faz mudar de idéia...
Entro na fila e, quando me libero, já são 7h25. Encontro a funcionária da empresa que nos deu assistência que diz que não há mais tempo para pegar o vôo. Um colega que vem logo atrás diz que – perdendo essa conexão – vai perder a seguinte, para Pelotas/RS. Digo que eu também, e que o vôo do meio-dia é o único do dia. A funcionária, então, sai correndo junto com a gente até o balcão de conexões da TAM, que diz que não pode fazer nada, o vôo já estava fechado, lamentavelmente. Teríamos que pegar o próximo, às 13h10, quase oito horas depois de aterrissarmos em São Paulo. Chego em casa às 16h.
Um saco.
Paciência...
O tempo todo, porém, pensei que – se numa sexta-feira normal, sem feriado ou nenhum evento em especial – o aeroporto de Guarulhos é esse inferno, não quero ver durante a Copa do Mundo de 2014. Se muita coisa não mudar, vamos passar vergonha.
O principal aeroporto do Brasil, porto de entrada da maioria dos vôos vindos do exterior, é mal conservado, acanhado, e administrado por incompetentes. O tratamento dado ao turista é – com exceções, claro – ruim.
Lamentável, lamentável.
Até.
sábado, setembro 19, 2009
segunda-feira, setembro 14, 2009
Em Vienna num teclado sem acento
Com muita dor nas pernas de tanto caminhar pela cidade e, principalmente, pelo centro de convencoes.
O congresso comecou ontem meio fraquinho, mas hoje melhorou muito.
O tempo, nublado e quente.
Viena eh - sem duvida nenhuma - uma das cidades mais lindas do mundo.
Ate.
O congresso comecou ontem meio fraquinho, mas hoje melhorou muito.
O tempo, nublado e quente.
Viena eh - sem duvida nenhuma - uma das cidades mais lindas do mundo.
Ate.
sexta-feira, setembro 11, 2009
terça-feira, setembro 08, 2009
segunda-feira, setembro 07, 2009
domingo, setembro 06, 2009
A Sopa 09/06
Confesso que não tenho as mínimas condições para escrever a respeito de toda a obra literária e mitologia criados pelo filólogo e escritor inglês J. R. R. Tolkien, autor do já transformado em filme “O Senhor dos Anéis” e o ainda em produção “O Hobbit”, ambos livros da primeira metade do século XX. Apenas li os livros – dos quais fiquei fã incondicional – e depois vi os filmes.
Um dos principais personagens da história é Gandalf, o feiticeiro, que no decorrer da história se torna o “comandante” da ‘Sociedade do Anel’ (Fellowship of the Ring) na busca pelo “Um Anel” e depois comanda junto com Aragorn o exército do oeste na batalha contra as forças de Saruman. Mas não é da biografia de Gandalf que quero falar. Aliás, não é desse Gandalf que quero falar.
O episódio 9 da quarta temporada do seriado americano ‘Friends’ mostra a expectativa dos personagens Chandler e Ross com a chegada à cidade do amigo do tempo da faculdade Mike “Gandalf” Ganderson. O início da sequencia mostra Chandler perguntando a Ross “are you ready to party?”, e posteriormente explicando aos outros amigos que tudo poderia acontecer quando “Mike Gandalf” vinha à cidade. Poderiam acabar nos lugares mais bizarros e diferentes. Passaporte, meias sobressalentes e soro antiofídico seriam úteis numa saída com Gandalf, apesar da probabilidade de acontecer o mesmo da saída anterior ser remota. O episódio se desenrola a partir daí.
Gandalf esteve aqui nesse final de semana.
Não, não estou escrevendo isso de um barco pesqueiro diretamente do meio do mar (o que poderia acontecer se fosse o personagem do seriado). Estou em casa, mas ontem nos reunimos, o Márcio, o Radica e eu, uma vez mais, após dois anos.
Somos amigos, os três, desde o tempo do segundo grau técnico na Escola Técnica de Comércio da UFRGS, há mais de vinte anos. De todos os colegas da turma, permanecemos amigos e nos falando sempre apenas nós três. E é como há vinte e três anos. Tomamos rumos diferentes, profissões diferentes, até cidades diferentes (o Radica mora em São Paulo há nove anos), por isso os encontros dos três são tão raros. O último havia sido na Bienal do Mercosul de 2007.
A passagem do tempo não altera em nada a sintonia e proximidade que temos, a relação de confiança que surgiu entre nós durante esse tempo, e cada vez que nos encontramos isso é reafirmado. Já havia sido assim em junho desse ano, quando fui à São Paulo e saímos, o Radica e eu, nas duas noites em que passei lá.
São poucas as amizades que duram tanto tempo e que permanecem intensas da mesma forma que no início ou, melhor, tornam-se mais fortes com a passagem do tempo. Aqueles amigos que me dizem o que eu preciso ouvir e para quem posso (devo) dizer o que eles precisam ouvir (mesmo que nem sempre seja o que gostaria/gostariam de ouvir ou dizer). Eu valorizo muito isso. E é por isso que os dias que antecederam o encontro foram de grande expectativa, justamente como se Gandalf, o feiticeiro, o mágico, estivesse para chegar.
Só que a mágica somos nós.
Até.
Um dos principais personagens da história é Gandalf, o feiticeiro, que no decorrer da história se torna o “comandante” da ‘Sociedade do Anel’ (Fellowship of the Ring) na busca pelo “Um Anel” e depois comanda junto com Aragorn o exército do oeste na batalha contra as forças de Saruman. Mas não é da biografia de Gandalf que quero falar. Aliás, não é desse Gandalf que quero falar.
O episódio 9 da quarta temporada do seriado americano ‘Friends’ mostra a expectativa dos personagens Chandler e Ross com a chegada à cidade do amigo do tempo da faculdade Mike “Gandalf” Ganderson. O início da sequencia mostra Chandler perguntando a Ross “are you ready to party?”, e posteriormente explicando aos outros amigos que tudo poderia acontecer quando “Mike Gandalf” vinha à cidade. Poderiam acabar nos lugares mais bizarros e diferentes. Passaporte, meias sobressalentes e soro antiofídico seriam úteis numa saída com Gandalf, apesar da probabilidade de acontecer o mesmo da saída anterior ser remota. O episódio se desenrola a partir daí.
Gandalf esteve aqui nesse final de semana.
Não, não estou escrevendo isso de um barco pesqueiro diretamente do meio do mar (o que poderia acontecer se fosse o personagem do seriado). Estou em casa, mas ontem nos reunimos, o Márcio, o Radica e eu, uma vez mais, após dois anos.
Somos amigos, os três, desde o tempo do segundo grau técnico na Escola Técnica de Comércio da UFRGS, há mais de vinte anos. De todos os colegas da turma, permanecemos amigos e nos falando sempre apenas nós três. E é como há vinte e três anos. Tomamos rumos diferentes, profissões diferentes, até cidades diferentes (o Radica mora em São Paulo há nove anos), por isso os encontros dos três são tão raros. O último havia sido na Bienal do Mercosul de 2007.
A passagem do tempo não altera em nada a sintonia e proximidade que temos, a relação de confiança que surgiu entre nós durante esse tempo, e cada vez que nos encontramos isso é reafirmado. Já havia sido assim em junho desse ano, quando fui à São Paulo e saímos, o Radica e eu, nas duas noites em que passei lá.
São poucas as amizades que duram tanto tempo e que permanecem intensas da mesma forma que no início ou, melhor, tornam-se mais fortes com a passagem do tempo. Aqueles amigos que me dizem o que eu preciso ouvir e para quem posso (devo) dizer o que eles precisam ouvir (mesmo que nem sempre seja o que gostaria/gostariam de ouvir ou dizer). Eu valorizo muito isso. E é por isso que os dias que antecederam o encontro foram de grande expectativa, justamente como se Gandalf, o feiticeiro, o mágico, estivesse para chegar.
Só que a mágica somos nós.
Até.
sábado, setembro 05, 2009
segunda-feira, agosto 31, 2009
A Sopa 09/05
Há treze anos era sábado. E chovia.
Horas antes, fui até o local da festa, que deveria estar pronto, só que a equipe que ia colocar o som ainda não tinha aparecido. Se eles não aparecessem, seria uma festa de casamento sem música. Depois da igreja, uma festa à capela, pensei. Azar, não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento. Fui para a casa.
Em casa, hora de fazer a barba. Com todo o cuidado, “na ponta dos dedos”. No final, um deslize e craw! um talho no meu pescoço. Uma falta de prática ou um condicionamento cósmico, afinal o meu sogro havia tido o mesmo problema no seu casamento? Não importava muito naquele momento.
Cinco meses antes, quando fui marcar a data, o padre ficou surpreso quando eu disse que queria casar em agosto. “Ninguém casa em agosto”, ele disse, “dizem que dá azar”. Respondi para ele que dia trinta e um à noite já era praticamente setembro, e – além disso – a festa ia começar em agosto e ir até setembro, o que só podia ser um bom sinal, afinal de contas.
Quando a vi pela primeira vez, dia 02 de janeiro de 1995, pensei que ela era muita areia para o meu caminhãozinho. Que eu teria que fazer muito para merecê-la, para ser digno de estar com ela.
É o que venho tentando desde então.
E muito feliz.
Muito mais feliz há um ano, desde o nascimento da Marina.
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você
Te amo, Jacque.
Até.
sábado, agosto 29, 2009
quinta-feira, agosto 27, 2009
Xuxa e o Twitter
Está acontecendo um imbróglio com a Xuxa com relação ao Twitter.
Algo a ver com um erro de português que sua filha cometeu, e gerou grande polêmica.
Acho que é isso.
Pensei em comentar a situação, MAS É TÃO RIDIDULAMENTE SEM IMPORTÂNCIA, que seria um esforço muito grande, e não vale a pena.
Até.
Algo a ver com um erro de português que sua filha cometeu, e gerou grande polêmica.
Acho que é isso.
Pensei em comentar a situação, MAS É TÃO RIDIDULAMENTE SEM IMPORTÂNCIA, que seria um esforço muito grande, e não vale a pena.
Até.
domingo, agosto 23, 2009
A Sopa 09/04
Sempre gostei muito dos versos “... e a rotina crescia como planta, e engolia metade do caminho...” da música ‘Perdidos no Espaço’, do primeiro disco da Legião Urbana, por dizerem algo – em minha opinião – extremamente verdadeiro. Mais ou menos o mesmo que constatar que, ao fazer o mesmo roteiro todos os dias, deixamos de perceber o que há no caminho a espera do destino final. Pode parecer confuso, mas é simples. Ao fazer as mesmas coisas todos os dias – a rotina – passamos a fazê-las mecanicamente, sem pensar. É o lado “ruim” da rotina. Não é o único, contudo. A rotina, em seu lado positivo, traz consigo uma sensação de segurança, de estabilidade.
Foi o que descobri nos meus primeiros dias no Canadá.
Cheguei a Toronto, para um período que seria de um a três anos, em agosto de 2004. Até que tudo se estabelecesse, local para morar, conta no banco, burocracias para receber a licença médica, o trabalho em si, foram cerca de vinte dias. Os dez primeiros foram os piores justamente pela falta de uma rotina, de saber o que, onde e como fazer.
Tudo saiu bem, posso dizer ao olhar para trás e lembrar como foram aqueles dias, e saber que deixei grandes amigos lá que vão me fazer visitar o Canadá de tempos em tempos é um prova disso. A vida aqui mudou por causa do período que passei lá. E eu mudei, obviamente.
Mas eu dizia que cheguei em Toronto numa cinzenta manhã de agosto de 2004. E era dia vinte. Ali um novo mundo descortinou-se para mim, a partir do que fiz e do que (de quem) me tornei após esse período no norte do mundo. Da mesma forma que foi num vinte de agosto, só que há um ano, que outro mundo abriu-se para mim: o nascimento da Marina, minha filha, fez a vida tornar-se mais doce e deu uma motivação e uma força imensas para tocar a vida e encarar as coisas.
Sabia que iam ser boas ambas as experiências, mas não tinha como medir a extensão de seus efeitos, o que ainda me surpreende.
A passagem dos cinco anos desde que fui para o Canadá quase passou em branco, em meio à correria dos últimos dias, em termos de trabalho e de todo o resto. Mas lembrei em tempo, e pude lembrar mesmo que rapidamente de algumas histórias de bons momentos passados, e a conclusão de que, uma vez mais, a vida é isso, histórias para contar.
Até.
Foi o que descobri nos meus primeiros dias no Canadá.
Cheguei a Toronto, para um período que seria de um a três anos, em agosto de 2004. Até que tudo se estabelecesse, local para morar, conta no banco, burocracias para receber a licença médica, o trabalho em si, foram cerca de vinte dias. Os dez primeiros foram os piores justamente pela falta de uma rotina, de saber o que, onde e como fazer.
Tudo saiu bem, posso dizer ao olhar para trás e lembrar como foram aqueles dias, e saber que deixei grandes amigos lá que vão me fazer visitar o Canadá de tempos em tempos é um prova disso. A vida aqui mudou por causa do período que passei lá. E eu mudei, obviamente.
Mas eu dizia que cheguei em Toronto numa cinzenta manhã de agosto de 2004. E era dia vinte. Ali um novo mundo descortinou-se para mim, a partir do que fiz e do que (de quem) me tornei após esse período no norte do mundo. Da mesma forma que foi num vinte de agosto, só que há um ano, que outro mundo abriu-se para mim: o nascimento da Marina, minha filha, fez a vida tornar-se mais doce e deu uma motivação e uma força imensas para tocar a vida e encarar as coisas.
Sabia que iam ser boas ambas as experiências, mas não tinha como medir a extensão de seus efeitos, o que ainda me surpreende.
A passagem dos cinco anos desde que fui para o Canadá quase passou em branco, em meio à correria dos últimos dias, em termos de trabalho e de todo o resto. Mas lembrei em tempo, e pude lembrar mesmo que rapidamente de algumas histórias de bons momentos passados, e a conclusão de que, uma vez mais, a vida é isso, histórias para contar.
Até.
sábado, agosto 22, 2009
Sábado (e era domingo há 5 anos)
quinta-feira, agosto 20, 2009
quarta-feira, agosto 19, 2009
domingo, agosto 16, 2009
A Sopa 09/03
Cuidado com o que desejas.
O grande problema das afirmações (ditas ou escritas) é que alguém que a ouviu (ou leu) pode colocá-las à prova. Mesmo que as afirmações tenham sido retóricas. Mas quem se expõe deve estar preparado para isso.
De tempos em tempos trago de volta a questão da churrasqueira. A saber, para alguém desavisado: no apartamento onde moro, por ser de um prédio não tão novo, não tem churrasqueira. Sempre digo que lamento, mesmo que nunca fosse fazer churrascos numa hipotética churrasqueira na minha casa, porque o que eu queria era poder fazer. De novo: talvez eu nunca fizesse churrasco, o que eu queria era poder fazer se me desse vontade.
O que aconteceu, então?
Mais de uma pessoa com churrasqueira em casa colocou a sua a minha disposição quando eu quisesse fazer. Fui colocado na parede: já que eu queria tanto ter uma churrasqueira, que eu fizesse churrasco na casa em que me era oferecida esta oportunidade. Ou deixasse de ser chorão (palavras minhas, mas a idéia era essa).
Tentei argumentar que não era a mesma coisa, afinal a idéia era a de “poder ou não”, mas não adiantou: eu teria que fazer um churrasco. Pensam que me dobrei?
Fiz salsichão com pão...
Na próxima eu faço churrasco. Peguei o gostinho...
#
De volta.
Há cerca de um ano e meio, quando as dores e as contraturas cervicais tornaram-se insuportáveis, e após consultar com o meu neurocirurgião e um especialista em dor, fiz o que tinha que fazer para tentar melhorar: larguei o futebol, que jogava religiosamente às segundas-feiras e eventualmente às quintas. Foi ruim, afinal – além de atividade física - era uma diversão e fazia parte de uma turma legal. Mas para melhorar era necessária uma atitude radical a esse ponto.
Depois de algum tempo, já sem dores, achei que deveria esperar mais para poder me preparar para voltar adequadamente. E então chegou agosto de 2008, a Marina nasceu e o centro do mundo passou a estar dentro de casa, e todo tempo disponível eu queria passar perto dela. Aliás, é assim até hoje. Mas um pai sedentário pode não ser um pai (saudável) por muito tempo. Foi quando decidi procurar um cardiologista.
Antes de voltar às atividades físicas, como qualquer um que não é mais guri, fui fazer uma avaliação cardiológica. Não só por isso, afinal depois que a Marina nasceu descobri o medo de deixá-la órfã. Consultei, fiz exames médicos incluindo um teste ergométrico, e fui liberado para voltar a me exercitar. Isso ainda no verão, em fevereiro.
Estabeleci uma rotina de exercício, basicamente caminhadas no início que foram seguidas de corridas, tudo calmo, sem pressa, com cuidados. Só do futebol que eu seguia afastado. Havia sido aconselhado tanto pelo neurocirurgião quanto pelo cardiologista a procurar outro esporte. Sem falar que, cada vez que eu dizia que ia voltar a jogar, tinha dor na coluna. Totalmente paranóico.
A rotina de exercícios lamentavelmente foi interrompida pelo total falta de tempo, entre trabalho, concurso, viagens, inverno e gripe suína, e já estava conformado em só voltar a jogar num futuro distante. Até que levamos a Marina para consultar com o pediatra dela na quinta-feira passada.
A temperatura estava agradável, o tempo bom, tudo bem com a Marina (que cresce e ganha peso dentro do esperado) e – em meio à conversa – o pediatra (que faz parte da turma do futebol) botou uma pilha para ir jogar o jogo daquela noite. Acabei indo.
Todo apavorado, com medo de voltar a ter contraturas, cheguei no grupo. Saudado como “ressuscitado”, fiquei de canto quando definiram os times, afinal estava ali como “furão”, e imaginava jogar um pouquinho se sobrasse lugar. Estava errado.
Não só joguei desde o início, como fiquei o tempo todo. Como zagueiro, sem me aventurar muito ao ataque (não teria como correr muito). Posso dizer que não comprometi (o que já é muito). E, melhor de tudo, não tive dores na coluna ou contraturas depois, e nem fiquei com dores musculares no dia seguinte.
Só não digo que estou definitivamente de volta porque nos próximos meses a minha presença ainda vai ser esporádica (por questões alheias ao jogo e minha saúde). Valeu.
Estou voltando.
Até.
O grande problema das afirmações (ditas ou escritas) é que alguém que a ouviu (ou leu) pode colocá-las à prova. Mesmo que as afirmações tenham sido retóricas. Mas quem se expõe deve estar preparado para isso.
De tempos em tempos trago de volta a questão da churrasqueira. A saber, para alguém desavisado: no apartamento onde moro, por ser de um prédio não tão novo, não tem churrasqueira. Sempre digo que lamento, mesmo que nunca fosse fazer churrascos numa hipotética churrasqueira na minha casa, porque o que eu queria era poder fazer. De novo: talvez eu nunca fizesse churrasco, o que eu queria era poder fazer se me desse vontade.
O que aconteceu, então?
Mais de uma pessoa com churrasqueira em casa colocou a sua a minha disposição quando eu quisesse fazer. Fui colocado na parede: já que eu queria tanto ter uma churrasqueira, que eu fizesse churrasco na casa em que me era oferecida esta oportunidade. Ou deixasse de ser chorão (palavras minhas, mas a idéia era essa).
Tentei argumentar que não era a mesma coisa, afinal a idéia era a de “poder ou não”, mas não adiantou: eu teria que fazer um churrasco. Pensam que me dobrei?
Fiz salsichão com pão...
Na próxima eu faço churrasco. Peguei o gostinho...
#
De volta.
Há cerca de um ano e meio, quando as dores e as contraturas cervicais tornaram-se insuportáveis, e após consultar com o meu neurocirurgião e um especialista em dor, fiz o que tinha que fazer para tentar melhorar: larguei o futebol, que jogava religiosamente às segundas-feiras e eventualmente às quintas. Foi ruim, afinal – além de atividade física - era uma diversão e fazia parte de uma turma legal. Mas para melhorar era necessária uma atitude radical a esse ponto.
Depois de algum tempo, já sem dores, achei que deveria esperar mais para poder me preparar para voltar adequadamente. E então chegou agosto de 2008, a Marina nasceu e o centro do mundo passou a estar dentro de casa, e todo tempo disponível eu queria passar perto dela. Aliás, é assim até hoje. Mas um pai sedentário pode não ser um pai (saudável) por muito tempo. Foi quando decidi procurar um cardiologista.
Antes de voltar às atividades físicas, como qualquer um que não é mais guri, fui fazer uma avaliação cardiológica. Não só por isso, afinal depois que a Marina nasceu descobri o medo de deixá-la órfã. Consultei, fiz exames médicos incluindo um teste ergométrico, e fui liberado para voltar a me exercitar. Isso ainda no verão, em fevereiro.
Estabeleci uma rotina de exercício, basicamente caminhadas no início que foram seguidas de corridas, tudo calmo, sem pressa, com cuidados. Só do futebol que eu seguia afastado. Havia sido aconselhado tanto pelo neurocirurgião quanto pelo cardiologista a procurar outro esporte. Sem falar que, cada vez que eu dizia que ia voltar a jogar, tinha dor na coluna. Totalmente paranóico.
A rotina de exercícios lamentavelmente foi interrompida pelo total falta de tempo, entre trabalho, concurso, viagens, inverno e gripe suína, e já estava conformado em só voltar a jogar num futuro distante. Até que levamos a Marina para consultar com o pediatra dela na quinta-feira passada.
A temperatura estava agradável, o tempo bom, tudo bem com a Marina (que cresce e ganha peso dentro do esperado) e – em meio à conversa – o pediatra (que faz parte da turma do futebol) botou uma pilha para ir jogar o jogo daquela noite. Acabei indo.
Todo apavorado, com medo de voltar a ter contraturas, cheguei no grupo. Saudado como “ressuscitado”, fiquei de canto quando definiram os times, afinal estava ali como “furão”, e imaginava jogar um pouquinho se sobrasse lugar. Estava errado.
Não só joguei desde o início, como fiquei o tempo todo. Como zagueiro, sem me aventurar muito ao ataque (não teria como correr muito). Posso dizer que não comprometi (o que já é muito). E, melhor de tudo, não tive dores na coluna ou contraturas depois, e nem fiquei com dores musculares no dia seguinte.
Só não digo que estou definitivamente de volta porque nos próximos meses a minha presença ainda vai ser esporádica (por questões alheias ao jogo e minha saúde). Valeu.
Estou voltando.
Até.
sábado, agosto 15, 2009
quinta-feira, agosto 13, 2009
segunda-feira, agosto 10, 2009
Das Definições
"Mas a amizade supõe uma série de direitos e deveres e, se você abdica deles consistentemente, está também abdicando dessa relação de amizade."
Alex Castro
Perfeito.
Mais de Alex Castro aqui.
Alex Castro
Perfeito.
Mais de Alex Castro aqui.
domingo, agosto 09, 2009
A Sopa 09/02
Dia dos pais.
Todos dizem que – ao contrário da mãe, que desde que sabe que está grávida sente-se mãe – o pai só será pai após o nascimento, após ver e sentir o filho que recém nasce. Eu pensava isso, mas me descobri pai bem antes da Marina nascer. E lembro bem o momento em que me senti pai pela primeira vez.
Foi logo antes de eu viajar para Toronto, em maio do ano passado. Não lembro bem a razão, provavelmente indo para o Centro de Porto Alegre, mas andava de ônibus, e estava ouvindo o meu iPod, quando começou a tocar a versão do havaiano Israel Kamakawiwo'ole para Somewhere Over the Rainbow (apenas ele cantando e tocando ukelele). Nessa versão da música, ele faz um mix com What a Wonderful World, do Louis Armstrong. Ali naquele momento, quando ele cantava “I hear babies cry/I watch them grow/They’ll learn much more/than I’ll never know” percebi que eu já era pai.
Eu tinha medo.
O medo, nesse caso específico, era de que alguma coisa acontecesse comigo na viagem e a Marina nunca conhecesse o pai dela. Mas percebi aí que – como se tivéssemos roubado o fogo dos deuses tal como Prometeu e acorrentados ao Monte Cáucaso para que diariamente Éton, o abutre, comesse nosso fígado – estamos condenados a vivermos sob o manto eterno do medo.
Medo de não estar presente, de não conseguir protegê-los, de protegê-los demais, de não sermos dignos de sua admiração, de desapontá-los, de não darmos limites, de reprimi-los em excesso, de não estimularmos seu desenvolvimento, de que sofram, de que fiquem doentes, de que andem em más companhias, e mil outros medos que nem nos passam pela cabeça, mas que – de repente – aparecem.
Não queremos que passem pelas mesmas dificuldades que passamos, que não cometam os mesmos erros que cometemos, que nos ouçam sempre. Mas se não fizerem por eles, como descobrirão? Temos que ensiná-los a andar por si, e mesmo que queiramos que não saiam de perto de nossos olhos, eles têm que descobrir o mundo por conta própria. Como aceitar isso assim, sem angústia?
Ser pai é ter medo, descobri.
Mas não há experiência melhor no mundo.
Feliz Dia dos Pais.
Até.
Todos dizem que – ao contrário da mãe, que desde que sabe que está grávida sente-se mãe – o pai só será pai após o nascimento, após ver e sentir o filho que recém nasce. Eu pensava isso, mas me descobri pai bem antes da Marina nascer. E lembro bem o momento em que me senti pai pela primeira vez.
Foi logo antes de eu viajar para Toronto, em maio do ano passado. Não lembro bem a razão, provavelmente indo para o Centro de Porto Alegre, mas andava de ônibus, e estava ouvindo o meu iPod, quando começou a tocar a versão do havaiano Israel Kamakawiwo'ole para Somewhere Over the Rainbow (apenas ele cantando e tocando ukelele). Nessa versão da música, ele faz um mix com What a Wonderful World, do Louis Armstrong. Ali naquele momento, quando ele cantava “I hear babies cry/I watch them grow/They’ll learn much more/than I’ll never know” percebi que eu já era pai.
Eu tinha medo.
O medo, nesse caso específico, era de que alguma coisa acontecesse comigo na viagem e a Marina nunca conhecesse o pai dela. Mas percebi aí que – como se tivéssemos roubado o fogo dos deuses tal como Prometeu e acorrentados ao Monte Cáucaso para que diariamente Éton, o abutre, comesse nosso fígado – estamos condenados a vivermos sob o manto eterno do medo.
Medo de não estar presente, de não conseguir protegê-los, de protegê-los demais, de não sermos dignos de sua admiração, de desapontá-los, de não darmos limites, de reprimi-los em excesso, de não estimularmos seu desenvolvimento, de que sofram, de que fiquem doentes, de que andem em más companhias, e mil outros medos que nem nos passam pela cabeça, mas que – de repente – aparecem.
Não queremos que passem pelas mesmas dificuldades que passamos, que não cometam os mesmos erros que cometemos, que nos ouçam sempre. Mas se não fizerem por eles, como descobrirão? Temos que ensiná-los a andar por si, e mesmo que queiramos que não saiam de perto de nossos olhos, eles têm que descobrir o mundo por conta própria. Como aceitar isso assim, sem angústia?
Ser pai é ter medo, descobri.
Mas não há experiência melhor no mundo.
Feliz Dia dos Pais.
Até.
sábado, agosto 08, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Pandemic (H1N1) 2009 briefing note 6
6 AUGUST 2009 | GENEVA -- WHO is aware of some media reports that have expressed concern about the safety of vaccines for pandemic influenza. The public needs to be reassured that regulatory procedures in place for the licensing of pandemic vaccines, including procedures for expediting regulatory approval, are rigorous and do not compromise safety or quality controls.
Vaccines are among the most important medical interventions for reducing illness and deaths during a pandemic. However, to have the greatest impact, pandemic vaccines need to be available quickly and in large quantities.
During the 1957 and 1968 pandemics, vaccines arrived too late to be used as an effective mitigation tool during the more severe phases of the pandemics. Influenza vaccines had not yet been developed when the 1918 pandemic swept around the world, eventually killing an estimated 50 million people.
In 2007, as part of preparedness for an influenza pandemic, WHO worked together with health officials, regulatory authorities, and vaccine manufacturers to explore a broad range of issues surrounding the regulatory approval of pandemic vaccines. [1]
Ways were sought to shorten the time between the emergence of a pandemic virus and the availability of safe and effective vaccines. Different regulatory pathways were assessed, and precautions needed to ensure quality, safety, and effectiveness were set out in detail.
Fast-track procedures for approval
Regulatory authorities have shown great flexibility in developing procedures for fast-tracking the approval and licensing of pandemic vaccines.
In some cases, pandemic vaccines are not regarded by regulatory authorities as entirely “new” vaccines, as they build on the technology used to produce vaccines for seasonal influenza, established procedures for testing and regulatory control, and an extensive body of safety data.
In such cases, approval procedures are similar to those applied to “strain changes” made each year when seasonal vaccines are modified to match circulating viruses in the Northern and Southern Hemispheres.
Specific regulatory procedures have been devised to expedite the approval of pandemic vaccines. In the USA, for example, fewer data are required when the manufacturer already has a licensed influenza vaccine and intends to use the same manufacturing process for its pandemic vaccine.
In the European Union, the European Medicines Agency uses a rolling review procedure whereby manufacturers can submit sets of data for regulatory review as they become available, without having to wait until all data can be submitted together in a single formal application.
Also in Europe, some manufacturers have conducted advance studies using a so-called “mock-up” vaccine. Mock-up vaccines contain an active ingredient for an influenza virus that has not circulated recently in human populations and thus mimics the novelty of a pandemic virus. Such advance studies can greatly expedite regulatory approval.
Special safety concerns
Influenza vaccines have been used for more than 60 years and have an established record of safety in all age groups. While some serious adverse events have been reported, these have been rare.
Nonetheless, special safety issues will inevitably arise during a pandemic when vaccine is administered on a massive scale. For example, adverse events too rare to show up even in a large clinical trial may become apparent when very large numbers of people receive a pandemic vaccine.
Some adverse events will be coincidental – that is, associated in time with vaccine administration, yet not directly caused by the vaccine. Genuine adverse events directly caused by the vaccine may also occur, but cannot be predicted in advance. Given the safety record of seasonal vaccines, such events are expected to be rare.
Time constraints mean that clinical data at the time when pandemic vaccines are first administered will inevitably be limited. Further testing of safety and effectiveness will need to take place after administration of the vaccine has begun.
For these reasons, WHO advises all countries administering pandemic vaccines to conduct intensive monitoring for safety and efficacy, and many countries have plans in place for doing so. On the positive side, mass vaccination campaigns can generate significant safety data within a few weeks.
International sharing of data from such post-marketing surveillance will be vital in guiding risk-benefit assessments and determining whether changes in vaccination policies are needed. WHO has developed standardized protocols for data collection and reporting in real-time, and will communicate findings to the international community via its web site.
Fonte: WHO
Vaccines are among the most important medical interventions for reducing illness and deaths during a pandemic. However, to have the greatest impact, pandemic vaccines need to be available quickly and in large quantities.
During the 1957 and 1968 pandemics, vaccines arrived too late to be used as an effective mitigation tool during the more severe phases of the pandemics. Influenza vaccines had not yet been developed when the 1918 pandemic swept around the world, eventually killing an estimated 50 million people.
In 2007, as part of preparedness for an influenza pandemic, WHO worked together with health officials, regulatory authorities, and vaccine manufacturers to explore a broad range of issues surrounding the regulatory approval of pandemic vaccines. [1]
Ways were sought to shorten the time between the emergence of a pandemic virus and the availability of safe and effective vaccines. Different regulatory pathways were assessed, and precautions needed to ensure quality, safety, and effectiveness were set out in detail.
Fast-track procedures for approval
Regulatory authorities have shown great flexibility in developing procedures for fast-tracking the approval and licensing of pandemic vaccines.
In some cases, pandemic vaccines are not regarded by regulatory authorities as entirely “new” vaccines, as they build on the technology used to produce vaccines for seasonal influenza, established procedures for testing and regulatory control, and an extensive body of safety data.
In such cases, approval procedures are similar to those applied to “strain changes” made each year when seasonal vaccines are modified to match circulating viruses in the Northern and Southern Hemispheres.
Specific regulatory procedures have been devised to expedite the approval of pandemic vaccines. In the USA, for example, fewer data are required when the manufacturer already has a licensed influenza vaccine and intends to use the same manufacturing process for its pandemic vaccine.
In the European Union, the European Medicines Agency uses a rolling review procedure whereby manufacturers can submit sets of data for regulatory review as they become available, without having to wait until all data can be submitted together in a single formal application.
Also in Europe, some manufacturers have conducted advance studies using a so-called “mock-up” vaccine. Mock-up vaccines contain an active ingredient for an influenza virus that has not circulated recently in human populations and thus mimics the novelty of a pandemic virus. Such advance studies can greatly expedite regulatory approval.
Special safety concerns
Influenza vaccines have been used for more than 60 years and have an established record of safety in all age groups. While some serious adverse events have been reported, these have been rare.
Nonetheless, special safety issues will inevitably arise during a pandemic when vaccine is administered on a massive scale. For example, adverse events too rare to show up even in a large clinical trial may become apparent when very large numbers of people receive a pandemic vaccine.
Some adverse events will be coincidental – that is, associated in time with vaccine administration, yet not directly caused by the vaccine. Genuine adverse events directly caused by the vaccine may also occur, but cannot be predicted in advance. Given the safety record of seasonal vaccines, such events are expected to be rare.
Time constraints mean that clinical data at the time when pandemic vaccines are first administered will inevitably be limited. Further testing of safety and effectiveness will need to take place after administration of the vaccine has begun.
For these reasons, WHO advises all countries administering pandemic vaccines to conduct intensive monitoring for safety and efficacy, and many countries have plans in place for doing so. On the positive side, mass vaccination campaigns can generate significant safety data within a few weeks.
International sharing of data from such post-marketing surveillance will be vital in guiding risk-benefit assessments and determining whether changes in vaccination policies are needed. WHO has developed standardized protocols for data collection and reporting in real-time, and will communicate findings to the international community via its web site.
Fonte: WHO
segunda-feira, agosto 03, 2009
Two Billion People
World Health Officials Say Two Billion People May Contract Swine Flu
By Melinda Smith
Washington
28 July 2009
The World Health Organization predicts the H1N1 Swine Flu virus will infect two billion people, or one out of every three persons, over the next two years. While this flu has already killed 800, the WHO says thousands more could die unless an effective vaccine is developed soon.
his year's pandemic spread around the globe with record-breaking speed. It has taken less than two months for the H1N1 swine flu to spread, while previous pandemics took six months or longer.
Yet Dr. Keiji Fukuda of the World Health Organization warns this global outbreak is still in the early stages. "We have a very large global population, and it is quite clear that we'll continue to see spread of this virus through countries, and then among countries," he said.
Most of the patients have been teenagers, between 12 and 17 years old. But the virus is spreading more deeply into many communities and the WHO says the average age of patients now appears to be getting slightly older.
While young people and pregnant women are still at higher risk for contracting the H1N1 virus, health officials also caution that patients with cardiovascular disease, respiratory illness, diabetes, cancer, and obesity are just as vulnerable.
Some clinical trials of potential vaccines are underway, others will start soon.
The European Medicines Agency says large scale clinical trials will be bypassed in order to get vaccines into the general population as soon as possible.
Health officials in Britain, Greece, France and Sweden have announced they will begin inoculations among the public possibly within weeks.
The WHO's Dr. Fukuda has not criticized that decision, but expressed concern about rushing vaccine production too soon. "There are certain things which cannot be compromised," he explains. "And one of the things which cannot be compromised is the safety of vaccines. There can't be any questions whether the vaccine is safe or not."
Meanwhile, the World Health Organization says countries with widespread infections have switched from reporting individual testing of all patients, to monitoring and reporting trends in the population.
According to the WHO, testing of patients has strained the laboratory capacity of many countries.
Dr. Fukuda believes health officials can still accurately predict the pandemic's size. "We know that the total number of laboratory confirmed cases is really only a subset of the total number of cases," he asserts.
Recently, the international health organization said it would no longer publish global tables reporting the number of new cases for all countries.
FONTE: Voice of America
By Melinda Smith
Washington
28 July 2009
The World Health Organization predicts the H1N1 Swine Flu virus will infect two billion people, or one out of every three persons, over the next two years. While this flu has already killed 800, the WHO says thousands more could die unless an effective vaccine is developed soon.
his year's pandemic spread around the globe with record-breaking speed. It has taken less than two months for the H1N1 swine flu to spread, while previous pandemics took six months or longer.
Yet Dr. Keiji Fukuda of the World Health Organization warns this global outbreak is still in the early stages. "We have a very large global population, and it is quite clear that we'll continue to see spread of this virus through countries, and then among countries," he said.
Most of the patients have been teenagers, between 12 and 17 years old. But the virus is spreading more deeply into many communities and the WHO says the average age of patients now appears to be getting slightly older.
While young people and pregnant women are still at higher risk for contracting the H1N1 virus, health officials also caution that patients with cardiovascular disease, respiratory illness, diabetes, cancer, and obesity are just as vulnerable.
Some clinical trials of potential vaccines are underway, others will start soon.
The European Medicines Agency says large scale clinical trials will be bypassed in order to get vaccines into the general population as soon as possible.
Health officials in Britain, Greece, France and Sweden have announced they will begin inoculations among the public possibly within weeks.
The WHO's Dr. Fukuda has not criticized that decision, but expressed concern about rushing vaccine production too soon. "There are certain things which cannot be compromised," he explains. "And one of the things which cannot be compromised is the safety of vaccines. There can't be any questions whether the vaccine is safe or not."
Meanwhile, the World Health Organization says countries with widespread infections have switched from reporting individual testing of all patients, to monitoring and reporting trends in the population.
According to the WHO, testing of patients has strained the laboratory capacity of many countries.
Dr. Fukuda believes health officials can still accurately predict the pandemic's size. "We know that the total number of laboratory confirmed cases is really only a subset of the total number of cases," he asserts.
Recently, the international health organization said it would no longer publish global tables reporting the number of new cases for all countries.
FONTE: Voice of America
domingo, agosto 02, 2009
A Sopa 09/01
Agosto.
Por razões conhecidas, houve um momento da minha vida em que acreditei que o mês de agosto realmente era um mês “com maus fluidos”: foi numa noite de onze para doze de agosto de mil novecentos e noventa que estive envolvido (fui vítima) de um acidente de trânsito que me fez ficar doze dias em coma numa UTI e vinte e cinco dias ao todo no hospital. Tremenda má sorte, pode-se pensar, mas discordo, o que não vem ao caso no momento. O fato é que por um tempo acreditei que o mês em questão tinha sua parcela de culpa no processo.
Bobagem, da mesma forma que é bobagem acreditar que os anos terminados em número par são melhores que os outros, mas confesso que também já acreditei nisso. Mas isso também não é importante no momento. Quero falar da crença de que agosto – o chamado mês do cachorro louco – é de alguma forma pior do que os outros meses. Pura crendice, óbvio, mas assim são as pessoas, procuram explicações no além para o que não entendem. Somos assim, paciência.
Até que um dia, por circunstâncias alheias à nossa vontade, a Jacque e eu optamos por nos casar em agosto. Acontece que por questão de calendário de férias nossas e de colegas de trabalho, só poderíamos nos casar na primeira semana de setembro ou antes disso. O primeira sábado de setembro era dia sete, feriado nacional, e não era possível casar nessa data (ou a igreja já estava lotada, não lembro).
O fato é que decidimos nos casar no final de semana anterior, no dia 31/08, e quando fui conversar com o padre sobre a data escolhida, ele comentou que ninguém casava em agosto – tinham medo, parece – ao que respondi que trinta e um à noite já era praticamente setembro, não tinha problema. Casamos, num sábado cinzento e de muita chuva na hora da festa. Começava aí a ruir a minha implicância com agosto.
Que acabou completamente no dia vinte desse mês do ano passado, quando às 6h30 da manhã, quarta-feira, nasceu a Marina, minha filha com a Jacque.
O mundo estava completo, e agosto se tornou um dos mais belos meses do ano.
Até.
Por razões conhecidas, houve um momento da minha vida em que acreditei que o mês de agosto realmente era um mês “com maus fluidos”: foi numa noite de onze para doze de agosto de mil novecentos e noventa que estive envolvido (fui vítima) de um acidente de trânsito que me fez ficar doze dias em coma numa UTI e vinte e cinco dias ao todo no hospital. Tremenda má sorte, pode-se pensar, mas discordo, o que não vem ao caso no momento. O fato é que por um tempo acreditei que o mês em questão tinha sua parcela de culpa no processo.
Bobagem, da mesma forma que é bobagem acreditar que os anos terminados em número par são melhores que os outros, mas confesso que também já acreditei nisso. Mas isso também não é importante no momento. Quero falar da crença de que agosto – o chamado mês do cachorro louco – é de alguma forma pior do que os outros meses. Pura crendice, óbvio, mas assim são as pessoas, procuram explicações no além para o que não entendem. Somos assim, paciência.
Até que um dia, por circunstâncias alheias à nossa vontade, a Jacque e eu optamos por nos casar em agosto. Acontece que por questão de calendário de férias nossas e de colegas de trabalho, só poderíamos nos casar na primeira semana de setembro ou antes disso. O primeira sábado de setembro era dia sete, feriado nacional, e não era possível casar nessa data (ou a igreja já estava lotada, não lembro).
O fato é que decidimos nos casar no final de semana anterior, no dia 31/08, e quando fui conversar com o padre sobre a data escolhida, ele comentou que ninguém casava em agosto – tinham medo, parece – ao que respondi que trinta e um à noite já era praticamente setembro, não tinha problema. Casamos, num sábado cinzento e de muita chuva na hora da festa. Começava aí a ruir a minha implicância com agosto.
Que acabou completamente no dia vinte desse mês do ano passado, quando às 6h30 da manhã, quarta-feira, nasceu a Marina, minha filha com a Jacque.
O mundo estava completo, e agosto se tornou um dos mais belos meses do ano.
Até.
sábado, agosto 01, 2009
sexta-feira, julho 31, 2009
Pandemic (H1N1) 2009 - briefing note 5
31 JULY 2009 | GENEVA -- Research conducted in the USA and published 29 July in The Lancet [1] has drawn attention to an increased risk of severe or fatal illness in pregnant women when infected with the H1N1 pandemic virus.
Several other countries experiencing widespread transmission of the pandemic virus have similarly reported an increased risk in pregnant women, particularly during the second and third trimesters of pregnancy. An increased risk of fetal death or spontaneous abortions in infected women has also been reported.
Increased risk for pregnant women
Evidence from previous pandemics further supports the conclusion that pregnant women are at heightened risk.
While pregnant women are also at increased risk during epidemics of seasonal influenza, the risk takes on added importance in the current pandemic, which continues to affect a younger age group than that seen during seasonal epidemics.
WHO strongly recommends that, in areas where infection with the H1N1 virus is widespread, pregnant women, and the clinicians treating them, be alert to symptoms of influenza-like illness.
WHO recommendations for treatment
Treatment with the antiviral drug oseltamivir should be administered as soon as possible after symptom onset. As the benefits of oseltamivir are greatest when administered within 48 hours after symptom onset, clinicians should initiate treatment immediately and not wait for the results of laboratory tests.
While treatment within 48 hours of symptom onset brings the greatest benefits, later initiation of treatment may also be beneficial. Clinical benefits associated with oseltamivir treatment include a reduced risk of pneumonia (one of the most frequently reported causes of death in infected people) and a reduced need for hospitalization.
WHO has further recommended that, when pandemic vaccines become available, health authorities should consider making pregnant women a priority group for immunization.
Danger signs in all patients
Worldwide, the majority of patients infected with the pandemic virus continue to experience mild symptoms and recover fully within a week, even in the absence of any medical treatment. Monitoring of viruses from multiple outbreaks has detected no evidence of change in the ability of the virus to spread or to cause severe illness.
In addition to the enhanced risk documented in pregnant women, groups at increased risk of severe or fatal illness include people with underlying medical conditions, most notably chronic lung disease (including asthma), cardiovascular disease, diabetes, and immunosuppression. Some preliminary studies suggest that obesity, and especially extreme obesity, may be a risk factor for more severe disease.
Within this largely reassuring picture, a small number of otherwise healthy people, usually under the age of 50 years, experience very rapid progression to severe and often fatal illness, characterized by severe pneumonia that destroys the lung tissue, and the failure of multiple organs. No factors that can predict this pattern of severe disease have yet been identified, though studies are under way.
Clinicians, patients, and those providing home-based care need to be alert to danger signs that can signal progression to more severe disease. As progression can be very rapid, medical attention should be sought when any of the following danger signs appear in a person with confirmed or suspected H1N1 infection:
* shortness of breath, either during physical activity or while resting
* difficulty in breathing
* turning blue
* bloody or coloured sputum
* chest pain
* altered mental status
* high fever that persists beyond 3 days
* low blood pressure.
In children, danger signs include fast or difficult breathing, lack of alertness, difficulty in waking up, and little or no desire to play.
Fonte: OMS
Several other countries experiencing widespread transmission of the pandemic virus have similarly reported an increased risk in pregnant women, particularly during the second and third trimesters of pregnancy. An increased risk of fetal death or spontaneous abortions in infected women has also been reported.
Increased risk for pregnant women
Evidence from previous pandemics further supports the conclusion that pregnant women are at heightened risk.
While pregnant women are also at increased risk during epidemics of seasonal influenza, the risk takes on added importance in the current pandemic, which continues to affect a younger age group than that seen during seasonal epidemics.
WHO strongly recommends that, in areas where infection with the H1N1 virus is widespread, pregnant women, and the clinicians treating them, be alert to symptoms of influenza-like illness.
WHO recommendations for treatment
Treatment with the antiviral drug oseltamivir should be administered as soon as possible after symptom onset. As the benefits of oseltamivir are greatest when administered within 48 hours after symptom onset, clinicians should initiate treatment immediately and not wait for the results of laboratory tests.
While treatment within 48 hours of symptom onset brings the greatest benefits, later initiation of treatment may also be beneficial. Clinical benefits associated with oseltamivir treatment include a reduced risk of pneumonia (one of the most frequently reported causes of death in infected people) and a reduced need for hospitalization.
WHO has further recommended that, when pandemic vaccines become available, health authorities should consider making pregnant women a priority group for immunization.
Danger signs in all patients
Worldwide, the majority of patients infected with the pandemic virus continue to experience mild symptoms and recover fully within a week, even in the absence of any medical treatment. Monitoring of viruses from multiple outbreaks has detected no evidence of change in the ability of the virus to spread or to cause severe illness.
In addition to the enhanced risk documented in pregnant women, groups at increased risk of severe or fatal illness include people with underlying medical conditions, most notably chronic lung disease (including asthma), cardiovascular disease, diabetes, and immunosuppression. Some preliminary studies suggest that obesity, and especially extreme obesity, may be a risk factor for more severe disease.
Within this largely reassuring picture, a small number of otherwise healthy people, usually under the age of 50 years, experience very rapid progression to severe and often fatal illness, characterized by severe pneumonia that destroys the lung tissue, and the failure of multiple organs. No factors that can predict this pattern of severe disease have yet been identified, though studies are under way.
Clinicians, patients, and those providing home-based care need to be alert to danger signs that can signal progression to more severe disease. As progression can be very rapid, medical attention should be sought when any of the following danger signs appear in a person with confirmed or suspected H1N1 infection:
* shortness of breath, either during physical activity or while resting
* difficulty in breathing
* turning blue
* bloody or coloured sputum
* chest pain
* altered mental status
* high fever that persists beyond 3 days
* low blood pressure.
In children, danger signs include fast or difficult breathing, lack of alertness, difficulty in waking up, and little or no desire to play.
Fonte: OMS
Novel H1N1 Vaccination Recommendations
With the new H1N1 virus continuing to cause illness, hospitalizations and deaths in the US during the normally flu-free summer months and some uncertainty about what the upcoming flu season might bring, CDC's Advisory Committee on Immunization Practices has taken an important step in preparations for a voluntary novel H1N1 vaccination effort to counter a possibly severe upcoming flu season. On July 29, ACIP met to consider who should receive novel H1N1 vaccine when it becomes available.
Novel H1N1 Vaccine
Every flu season has the potential to cause a lot of illness, doctor’s visits, hospitalizations and deaths. CDC is concerned that the new H1N1 flu virus could result in a particularly severe flu season this year. Vaccines are the best tool we have to prevent influenza. CDC hopes that people will start to go out and get vaccinated against seasonal influenza as soon as vaccines become available at their doctor’s offices and in their communities (this may be as early as August for some). The seasonal flu vaccine is unlikely to provide protection against novel H1N1 influenza. However a novel H1N1 vaccine is currently in production and may be ready for the public in the fall. The novel H1N1 vaccine is not intended to replace the seasonal flu vaccine – it is intended to be used along-side seasonal flu vaccine.
CDC’s Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP), a panel made up of medical and public health experts, met July 29, 2009, to make recommendations on who should receive the new H1N1 vaccine when it becomes available. While some issues are still unknown, such as how severe the virus will be during the fall and winter months, the ACIP considered several factors, including current disease patterns, populations most at-risk for severe illness based on current trends in illness, hospitalizations and deaths, how much vaccine is expected to be available, and the timing of vaccine availability.
The groups recommended to receive the novel H1N1 influenza vaccine include:
* Pregnant women because they are at higher risk of complications and can potentially provide protection to infants who cannot be vaccinated;
* Household contacts and caregivers for children younger than 6 months of age because younger infants are at higher risk of influenza-related complications and cannot be vaccinated. Vaccination of those in close contact with infants less than 6 months old might help protect infants by “cocooning” them from the virus;
* Healthcare and emergency medical services personnel because infections among healthcare workers have been reported and this can be a potential source of infection for vulnerable patients. Also, increased absenteeism in this population could reduce healthcare system capacity;
* All people from 6 months through 24 years of age
o Children from 6 months through 18 years of age because we have seen many cases of novel H1N1 influenza in children and they are in close contact with each other in school and day care settings, which increases the likelihood of disease spread, and
o Young adults 19 through 24 years of age because we have seen many cases of novel H1N1 influenza in these healthy young adults and they often live, work, and study in close proximity, and they are a frequently mobile population; and,
* Persons aged 25 through 64 years who have health conditions associated with higher risk of medical complications from influenza.
We do not expect that there will be a shortage of novel H1N1 vaccine, but flu vaccine availability and demand can be unpredictable and there is some possibility that initially, the vaccine will be available in limited quantities. So, the ACIP also made recommendations regarding which people within the groups listed above should be prioritized if the vaccine is initially available in extremely limited quantities. For more information see the CDC press release CDC Advisors Make Recommendations for Use of Vaccine Against Novel H1N1.
Once the demand for vaccine for the prioritized groups has been met at the local level, programs and providers should also begin vaccinating everyone from the ages of 25 through 64 years. Current studies indicate that the risk for infection among persons age 65 or older is less than the risk for younger age groups. However, once vaccine demand among younger age groups has been met, programs and providers should offer vaccination to people 65 or older.
Fonte: CDC
Novel H1N1 Vaccine
Every flu season has the potential to cause a lot of illness, doctor’s visits, hospitalizations and deaths. CDC is concerned that the new H1N1 flu virus could result in a particularly severe flu season this year. Vaccines are the best tool we have to prevent influenza. CDC hopes that people will start to go out and get vaccinated against seasonal influenza as soon as vaccines become available at their doctor’s offices and in their communities (this may be as early as August for some). The seasonal flu vaccine is unlikely to provide protection against novel H1N1 influenza. However a novel H1N1 vaccine is currently in production and may be ready for the public in the fall. The novel H1N1 vaccine is not intended to replace the seasonal flu vaccine – it is intended to be used along-side seasonal flu vaccine.
CDC’s Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP), a panel made up of medical and public health experts, met July 29, 2009, to make recommendations on who should receive the new H1N1 vaccine when it becomes available. While some issues are still unknown, such as how severe the virus will be during the fall and winter months, the ACIP considered several factors, including current disease patterns, populations most at-risk for severe illness based on current trends in illness, hospitalizations and deaths, how much vaccine is expected to be available, and the timing of vaccine availability.
The groups recommended to receive the novel H1N1 influenza vaccine include:
* Pregnant women because they are at higher risk of complications and can potentially provide protection to infants who cannot be vaccinated;
* Household contacts and caregivers for children younger than 6 months of age because younger infants are at higher risk of influenza-related complications and cannot be vaccinated. Vaccination of those in close contact with infants less than 6 months old might help protect infants by “cocooning” them from the virus;
* Healthcare and emergency medical services personnel because infections among healthcare workers have been reported and this can be a potential source of infection for vulnerable patients. Also, increased absenteeism in this population could reduce healthcare system capacity;
* All people from 6 months through 24 years of age
o Children from 6 months through 18 years of age because we have seen many cases of novel H1N1 influenza in children and they are in close contact with each other in school and day care settings, which increases the likelihood of disease spread, and
o Young adults 19 through 24 years of age because we have seen many cases of novel H1N1 influenza in these healthy young adults and they often live, work, and study in close proximity, and they are a frequently mobile population; and,
* Persons aged 25 through 64 years who have health conditions associated with higher risk of medical complications from influenza.
We do not expect that there will be a shortage of novel H1N1 vaccine, but flu vaccine availability and demand can be unpredictable and there is some possibility that initially, the vaccine will be available in limited quantities. So, the ACIP also made recommendations regarding which people within the groups listed above should be prioritized if the vaccine is initially available in extremely limited quantities. For more information see the CDC press release CDC Advisors Make Recommendations for Use of Vaccine Against Novel H1N1.
Once the demand for vaccine for the prioritized groups has been met at the local level, programs and providers should also begin vaccinating everyone from the ages of 25 through 64 years. Current studies indicate that the risk for infection among persons age 65 or older is less than the risk for younger age groups. However, once vaccine demand among younger age groups has been met, programs and providers should offer vaccination to people 65 or older.
Fonte: CDC
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