domingo, maio 18, 2025

A Sopa

Deve ser porque já passei dos cinquenta anos.

 

Não posso precisar quando isso começou, mas há algum tempo percebi em mim uma tendência crescente em olhar para trás, relembrar, rememorar e revisar fatos do meu passado. Acontecimentos, mas também pessoas, que em diferentes momentos caminharam junto a mim, que compartilharam a vida comigo.

 

Apesar de poder parecer, não é viver do passado e deixar de pensar em futuro. Nada mais distante disso. Olho para o quê vivi, para os caminhos que tomei em diferentes momentos como forma de entender o presente, para ter uma ideia do todo, como se estivesse no alto, muito alto, realmente alto, a ponto de poder ver a linha da (minha) vida, de onde vim e o trajeto que fiz até aqui, além de para frente, para onde quero ir. Não sou um saudosista, mas tenho – sim – um profundo respeito pela minha história e por quem esteve comigo nela.

 

Entendendo de onde vim, lembrando quem eu era (ou achava que era ou deveria ser), ajuda que eu entenda onde estou e, o que planejo para minha vida daqui para frente. Da mesma forma, torna claro o que eu não quero e do que não preciso em minha vida. Quanto mais sei quem sou e para onde quero ir, mais leve se torna a ‘bagagem’ que tenho que carregar.

 

Por isso olho fotos antigas, lembro de histórias e pessoas, preparo reencontros com aqueles que fazem sentido permanecerem ou voltarem ao convívio. Caso não faça mais sentido, (ainda) estou aprendendo a deixar para trás, let it be & let it go


Até.