Deve ser porque já passei dos cinquenta anos.
Não posso precisar quando isso começou, mas há algum tempo percebi em mim uma tendência crescente em olhar para trás, relembrar, rememorar e revisar fatos do meu passado. Acontecimentos, mas também pessoas, que em diferentes momentos caminharam junto a mim, que compartilharam a vida comigo.
Apesar de poder parecer, não é viver do passado e deixar de pensar em futuro. Nada mais distante disso. Olho para o quê vivi, para os caminhos que tomei em diferentes momentos como forma de entender o presente, para ter uma ideia do todo, como se estivesse no alto, muito alto, realmente alto, a ponto de poder ver a linha da (minha) vida, de onde vim e o trajeto que fiz até aqui, além de para frente, para onde quero ir. Não sou um saudosista, mas tenho – sim – um profundo respeito pela minha história e por quem esteve comigo nela.
Entendendo de onde vim, lembrando quem eu era (ou achava que era ou deveria ser), ajuda que eu entenda onde estou e, o que planejo para minha vida daqui para frente. Da mesma forma, torna claro o que eu não quero e do que não preciso em minha vida. Quanto mais sei quem sou e para onde quero ir, mais leve se torna a ‘bagagem’ que tenho que carregar.
Por isso olho fotos antigas, lembro de histórias e pessoas, preparo reencontros com aqueles que fazem sentido permanecerem ou voltarem ao convívio. Caso não faça mais sentido, (ainda) estou aprendendo a deixar para trás, let it be & let it go.
Até.