Esses dias, olhando fotos minhas tiradas recentemente, não me reconheci. Sentimento estranho, esse, de olhar para uma imagem que eu sabia que era a minha e não me ver nela, não me reconhecer. Quem era essa pessoa que diziam, que eu sabia, ser eu? Cadê o cabelo, que barba é essa?
Lembrei direto da música ‘Não Vou Me Adaptar’, do Arnaldo Antunes e do Nando Reis, que fala – sob certo aspecto – disso. A parte que diz:
“Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
Que quando eu me toquei, achei tão estranho
A minha barba estava desse tamanho”
Como se o Marcelo de 1986 (que eu já disse que é o último que para mim faz sentido, essa coisa de anos 2000 é muito maluca) estivesse olhando, tivesse encontrado o Marcelo de 2025. Como seria, o que ele me diria? Ou, melhor, o que eu diria se estivesse frente a frente comigo, com o Marcelo de 1986, que tinha quatorze anos?
Hang in there, bro
Cause everything is gonna be alright...
Vai ser uma caminhada longa e com alguns contratempos, alguns obstáculos, até bem feios. Algumas vezes vai parecer que as coisas não se ajeitarão, em que não verás saída. Aguenta, respira fundo, e toca o barco.
Segue o teu caminho.
Tudo vai se resolver.
Até.