domingo, outubro 12, 2025

A Sopa

Talvez seja algo como um trauma, não sei.

 

E não que atrapalhe a vida ou a minha relação com as pessoas, de maneira nenhuma. É em parte consciente, ou seja, reconheço a existência, assim como houve um momento em que identifiquei a sensação do que viria a aprender ser a Síndrome do Impostor, e convivo normalmente bem com a situação, mas – eventualmente – causa certo desconforto.

 

Falo da sensação de exclusão.

 

Que não é o FOMO (Fear of Missing Out).

 

Ou talvez seja, não importa, mas eventualmente reconheço a sensação de mal-estar por não fazer parte, não estar presente, não ter sido convidado. Não é racional, claro, e é algo fugaz, efêmero. Mas ainda assim bem reconhecível.

 

Não posso e nem quero estar presente em todas as situações, mas ainda assim eventualmente me ressinto de estar de fora, de não ter sido chamado. E isso fala de mim, não dos outros. Sei que o problema (a possibilidade de me ressentir, mesmo que por um mínimo espaço de tempo) é comigo, não com os outros, que não tem nada a ver com isso.

 

É o preço de determinadas opções de vida tomadas, de caminhos que decidi percorrer e, como disse, estou bem tranquilo quanto a isso. Poderia dizer que é o preço que pago por ser que eu sou e estar onde estou, e seria uma licença poética.

 

Sei que estou no caminho certo para mim, que é o que importa. Às vezes, contudo, olho para o caminho do qual me desviei e a grama parece mais verde.


Sei que não é.


Até.