segunda-feira, outubro 13, 2025

Fotografia

 Eu sou fã de fotos.

 

Desde muito tempo, e lembro do quão legal era quando nos reuníamos em casa, mãe, pai, o meu irmão e eu para ver as fotos (em forma de slides) do tempo em que meu pai esteve no Suez, com as Forças de Paz da ONU, lá nos anos sessenta. Eram imagens em preto e branco, do Egito, Cairo e pirâmides, de Israel, Jerusalém, Tel Aviv e praias, além de registros da rotina militar. 

 

Assim como olhar álbuns com fotos minhas desde o nascimento, meus avós maternos, meus tios, a casa da praia, imagens minhas no mar, além de outros eventos. Era como revisitar a própria história. Assim como eram momento rituais, tanto o montar o álbum quanto parar para olhar. Até porque as fotos eram especiais, feitas com critério, muito por caras (desde as máquinas, o filme até a revelação).

 

Quando as máquinas digitais surgiram (minha primeira é de 2002) isso mudou. Inicialmente de forma mais lenta, afinal os cartões de memória eram limitados, e depois muito rapidamente com os celulares e suas câmeras cada vez melhores. Com isso, obviamente, o volume de fotos aumentou exponencialmente. Assim como tirar fotos ficou fácil e banal, olhá-las também ficou.

 

O acesso fácil às fotos certamente tirou o caráter meio que ritualístico do revê-las, para o bem e para o mal, como tudo na vida. Eu gosto assim, de ter imagens do passado em minha mão, a um toque de distância, de poder rever a vida através de fotos sempre que quero. É o que faço publicando fotos antigas no Instagram. Entendo que até pode ser exposição exagerada, mas manter a (minha) memória, de certa forma reverenciar fatos e pessoas passados, é uma forma (para mim) de me sentir conectado com a (minha) história.

 

Até.