Durante um bom tempo, me orgulhei ao descrever todas as atividades profissionais em que estava envolvido, os diferentes locais em que trabalhava, o quanto corria de um lado a outro da cidade e até fora de Porto Alegre e do estado. Era um número quase sem fim, exagerando um pouco, de compromissos. Parecia que, quanto mais ocupado eu estava, mais produtivo eu era e mais eu seria valorizado. E eu nunca, ou quase nunca, dizia não a uma proposta ou projeto de trabalho.
Eu não podia estar mais enganado.
Ao me envolver com muitas e diferentes atividades que requisitavam minha atenção, na tentativa de dar conta de tudo, certamente não conseguia atingir o grau de excelência que eu gostaria de alcançar. Não que deixasse algo pela metade ou mal feito, mas quase nunca o resultado era o que talvez pudesse ser (sensação minha).
Demorei para perceber, e continuo aprendendo, que priorizar não é só importante, é fundamental para que consigamos fazer as coisas melhor, o melhor que pudermos. Tentar fazer tudo é acabar não fazendo nada. Nesse processo, saber (aprender a) dizer não é fundamental.
Recusar possibilidades para nos dedicarmos ao que realmente importa é parte do processo. Dessa forma, definir o que queremos para nós mesmos, não o que os outros acham que é importante, é o primeiro passo.
Saber quem somos o para onde queremos ir.
Descartar aquilo que não faz sentido. Ou quem não faz mais sentido. É parte, nem sempre fácil, mas necessária.
Até.